Estudantes passam mal com calor em escolas sem ar-condicionado na Baixada Santista
Por Marcela Morone em 19/02/2025 às 10:00
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Por conta do calor extremo registrado na Baixada Santista nos últimos dias, estudantes de escolas da região acabaram passando mal ou perdendo aula devido à falta de ar-condicionado nas unidades de ensino. Em Santos, os termômetros chegaram a registrar 41,4ºC na sombra na última segunda-feira (17).
De acordo com o apurado pelo Santa Portal junto às prefeituras, 88% das escolas municipais de Santos são climatizadas, o que corresponde a 75 das 86 unidades de ensino. Em Guarujá, das 70 escolas, 49 estão climatizadas. As secretarias de Educação (Seduc) de ambas as cidades afirmaram que trabalham para instalar os equipamentos no restante das unidades de ensino.
“Na administração anterior, houve a aquisição de novos aparelhos; no entanto, o contrato não previa a manutenção dos mesmos. Para solucionar esse problema, a Seduc iniciou o processo de contratação de uma nova empresa para aquisição de mais aparelhos e serviços de manutenção. Enquanto isso, as reparações necessárias serão realizadas utilizando os recursos das Associações de Pais e Mestres (APMs)”, diz o posicionamento de Guarujá. Em Santos, a administração afirmou que o restante das instalações deve ocorrer até junho.
Abaixo-assinado
Já a Prefeitura de Praia Grande afirmou que realiza uma força-tarefa para a instalação de 245 ventiladores, que beneficiarão 45 escolas municipais. Apesar do questionamento da reportagem, a administração não respondeu quantas unidades de ensino possuem ar-condicionado e afirmou que a climatização das escolas está em “fase de estudos”.
“Duas escolas receberam os equipamentos de ares-condicionados para que a pasta municipal possa avaliar o impacto orçamentário e na infraestrutura, bem como a adaptação de alunos e servidores. Vale destacar ainda que a refrigeração das unidades de ensino por meio de aparelho de ar-condicionado é um objetivo da administração”, afirmou a Prefeitura de Praia Grande.
Luana Costa, mãe de uma aluna de 4 anos da Escola Municipal Oswaldo Justo, no bairro Nova Mirim, organizou um abaixo-assinado para cobrar as autoridades quanto à climatização das salas de aula. Segundo ela, sua filha precisou faltar à aula dois dias por conta do calor extremo.
“Cada mãe fala uma coisa, que o filho passa mal, que a água não é gelada, mas a principal reclamação é que não tem ventilação”, disse Luana. Ela ainda contou que o filho de uma amiga apresentou alergias severas devido ao calor.
Alunos podem optar por faltar, em São Vicente
Em São Vicente, pais e responsáveis de alunos que estudam em escolas que ainda não foram climatizadas podem optar por não levar os filhos à escola até o dia 28 de fevereiro. A Prefeitura anunciou a medida na manhã desta quarta (19).
“A decisão não prejudicará o estudante, visto que, pensando no bem-estar e conforto das crianças, administração municipal optou por não contabilizar falta. Além disso, todo o conteúdo aplicado será recuperado ao longo do trimestre”, diz o posicionamento da Secretaria de Educação.
No município, 440 salas de aula são climatizadas e a instalação de aparelhos de ar-condicionado no restante está sendo trabalhado pela Prefeitura. “As escolas que ainda não estão climatizadas dispõem de dois ventiladores em cada sala para refrescar o ambiente”, diz a administração.
Escolas estaduais
A Secretaria de Educação do Estado de São Paulo informou que tem realizado adequações para enfrentar o aumento do calor nas unidades educacionais. No entanto, apesar dos questionamentos da reportagem, a pasta não informou quantas escolas estão climatizadas. “Na Baixada Santista, das 147 escolas existentes, 30 estão sendo climatizadas, com investimentos de R$ 10 milhões”, diz o posicionamento da Seduc-SP.