Prefeito de Guarujá fica em cela individual com televisão

Por Santa Portal em 16/09/2021 às 19:23

Guilherme Esron/Santa Portal
Guilherme Esron/Santa Portal

O prefeito de Guarujá, Válter Suman, preso na quarta-feira (15) durante a Operação Nácar, da Polícia Federal, permanecerá detido na Penitenciária 1 de São Vicente. Na cela, ele ficará isolado durante o período de “inclusão”, segundo apurado pelo Santa Portal.

Segundo fontes não oficiais, o prefeito ficará na cela de cerca de seis metros quadrados, com televisão. Ele não poderá receber visitas da família pelos próximos 10 dias, até ser registrado como detento na unidade prisional.

Já as visitas de seu advogado estão liberadas. O secretário de Educação Marcelo Nicolau, que foi preso junto com Suman, ficará em uma cela separada.

Em nota, a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) confirmou que Válter Suman e Marcelo Feliciano Nicolau retornaram para a Penitenciária 1 de São Vicente nesta quinta-feira (16), após passarem por audiência de custódia no Fórum Federal do município de Santos, onde os autos foram remetidos ao Tribunal Regional Federal (TRF) para decisão. A permanência na prisão dependerá da decisão TRF.

A decisão por manter a prisão do prefeito de Guarujá foi tomada durante audiência de custódia na tarde desta quinta-feira (16), no Fórum Federal Prof. José Frederico Marques, no Centro de Santos.

Suman chegou por volta das 14h40 ao fórum, junto com o secretário de educação do município, Marcelo Nicolau, que assim como o prefeito foi preso na noite de quarta-feira (15). Após a audiência, que durou pouco mais de uma hora, o prefeito de Guarujá deixou o fórum no carro da PF.

Entenda o caso

O prefeito de Guarujá, Válter Suman, foi encaminhado na tarde de quarta-feira (15) para a sede da Polícia Federal em Santos para prestar esclarecimentos. No início da noite, ele e o secretário de Educação, Marcelo Nicolau, foram presos em flagrante após prestarem depoimento durante cinco horas e encaminhados para a Penitenciária 1 de São Vicente.

Durante o dia, agentes da Polícia Federal cumpriram mandados de busca e apreensão, em Guarujá, na Operação Nacar que apura possíveis desvios na saúde no município.

Os mandados são referentes a um possível esquema de desvio de dinheiro do Sistema Único de Saúde (SUS). O caso está sob segredo de Justiça e a PF ainda não se manifestou oficialmente sobre a operação.

Os agentes da Polícia Federal estiveram nos dois paços municipais de Guarujá (Moacir dos Santos e Raphael Vitiello) recolhendo documentos e processos.

A operação também teve desdobramentos em outras regiões do Brasil, como São Paulo e Rio de Janeiro. Ao todo, pelo menos dez mandados de busca e apreensão foram cumpridos pela PF.

Após a prisão de Válter Suman, a vice Adriana Machado assumiu a administração municipal. De acordo com nota enviada pela prefeitura, ela despacha normalmente no Paço Municipal Moacir dos Santos já na manhã desta quinta-feira (16).

Assim como a vice-prefeita em exercício, o secretário municipal adjunto de Educação, João Pechiori, assume, interinamente, o comando da pasta.

Em nota, a Prefeitura de Guarujá informou que está colaborando com as investigações. Leia na íntegra:

A respeito da operação da Polícia Federal, que ocorre em segredo de Justiça, realizada nesta quarta-feira (15) em Guarujá, a Prefeitura esclarece:

1 – Conheceu o teor das investigações apenas a partir de informações veiculadas pela imprensa, tomando conhecimento de que se trata de denúncia acerca da gestão dos contratos que o Município manteve com a Organização Social (OS) Pró Vida, que, até março último, geria 15 Unidades de Saúde da Família e a UPA Dr. Matheus Santamaria (UPA Rodoviária).

2 – A Prefeitura reforça que os contratos em questão sofreram intervenção municipal decretada pelo prefeito Válter Suman, baseada em suspeitas de irregularidades e má gestão por parte da OS, que iam desde o não pagamento de salários, verbas rescisórias e fornecedores até falhas nas prestações de contas e perigo de desassistência ao público. 

3 – Como não havia atendimento às notificações emitidas constantemente pela Secretaria Municipal de Saúde, o prefeito decidiu pela intervenção, processo que culminou com a desqualificação da OS, decretada em julho, seguida por uma ação civil pública oferecida pelo Município ao Judiciário, na qual é requerida, inclusive, ressarcimento de valores pela OS aos cofres públicos. 

4 – Durante todo esse trâmite, a Prefeitura manteve constante diálogo com o Ministério Público do Estado de São Paulo, comunicando, o tempo todo, as medidas que seriam adotadas. 

5 – Por fim, a Prefeitura de Guarujá informa que está colaborando com as investigações, fornecendo documentos e informações solicitados pelos agentes da Polícia Federal e aguarda, resiliente, que sejam feitos os devidos esclarecimentos que demonstrarão a lisura e austeridade de todo o processo que envolve as apurações a respeito da desastrosa gestão das unidades de saúde por parte da Organização Social Pró Vida.

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