Prefeito de Guarujá segue preso após audiência de custódia

Por Santa Portal em 16/09/2021 às 16:56

Guilherme Esron/Santa Portal
Guilherme Esron/Santa Portal

O prefeito de Guarujá, Válter Suman, vai seguir preso na Penitenciária 1 de São Vicente. A decisão foi tomada durante audiência de custódia na tarde desta quinta-feira (16), no Fórum Federal Prof. José Frederico Marques, no Centro de Santos.

Suman chegou por volta das 14h40 ao fórum, junto com o secretário de educação do município, Marcelo Nicolau, que assim como o prefeito foi preso na noite de quarta-feira (15).

Após a audiência, que durou pouco mais de uma hora, o prefeito de Guarujá deixou o fórum no carro da PF.

Em nota, a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) confirmou que Válter Suman e Marcelo Feliciano Nicolau retornaram para a Penitenciária 1 de São Vicente nesta quinta-feira (16), após passarem por audiência de custódia no Fórum Federal do município de Santos, onde os autos foram remetidos ao Tribunal Regional Federal (TRF) para decisão. A permanência na prisão dependerá da decisão TRF.

Vice assume a Prefeitura

Após a prisão do prefeito de Guarujá, Válter Suman, em operação da Polícia Federal, a vice Adriana Machado assumiu a administração municipal. De acordo com nota enviada pela prefeitura, ela despacha normalmente no Paço Municipal Moacir dos Santos já na manhã desta quinta-feira (16).

Assim como a vice-prefeita em exercício, o secretário municipal adjunto de Educação, João Pechiori, assume, interinamente, o comando da pasta.

O que se sabe até o momento


O prefeito de Guarujá, Válter Suman, foi encaminhado na tarde desta quarta-feira (15) para a sede da Polícia Federal em Santos para prestar esclarecimentos. No início da noite, ele e o secretário de Educação, Marcelo Nicolau, foram presos em flagrante após prestarem depoimento durante cinco horas e encaminhados para a Penitenciária 1 de São Vicente.

Durante o dia, agentes da Polícia Federal cumpriram mandados de busca e apreensão, em Guarujá, na Operação Nacar que apura possíveis desvios na saúde no município.

Os mandados são referentes a um possível esquema de desvio de dinheiro do Sistema Único de Saúde (SUS). O caso está sob segredo de Justiça e a PF ainda não se manifestou oficialmente sobre a operação.

Os agentes da Polícia Federal estiveram nos dois paços municipais de Guarujá (Moacir dos Santos e Raphael Vitiello) recolhendo documentos e processos.

A operação também teve desdobramentos em outras regiões do Brasil, como São Paulo e Rio de Janeiro. Ao todo, pelo menos dez mandados de busca e apreensão foram cumpridos pela PF.

Em nota, a Prefeitura de Guarujá informou que está colaborando com as investigações. Leia na íntegra:

A respeito da operação da Polícia Federal, que ocorre em segredo de Justiça, realizada nesta quarta-feira (15) em Guarujá, a Prefeitura esclarece:

1 – Conheceu o teor das investigações apenas a partir de informações veiculadas pela imprensa, tomando conhecimento de que se trata de denúncia acerca da gestão dos contratos que o Município manteve com a Organização Social (OS) Pró Vida, que, até março último, geria 15 Unidades de Saúde da Família e a UPA Dr. Matheus Santamaria (UPA Rodoviária).

2 – A Prefeitura reforça que os contratos em questão sofreram intervenção municipal decretada pelo prefeito Válter Suman, baseada em suspeitas de irregularidades e má gestão por parte da OS, que iam desde o não pagamento de salários, verbas rescisórias e fornecedores até falhas nas prestações de contas e perigo de desassistência ao público. 

3 – Como não havia atendimento às notificações emitidas constantemente pela Secretaria Municipal de Saúde, o prefeito decidiu pela intervenção, processo que culminou com a desqualificação da OS, decretada em julho, seguida por uma ação civil pública oferecida pelo Município ao Judiciário, na qual é requerida, inclusive, ressarcimento de valores pela OS aos cofres públicos. 

4 – Durante todo esse trâmite, a Prefeitura manteve constante diálogo com o Ministério Público do Estado de São Paulo, comunicando, o tempo todo, as medidas que seriam adotadas. 

5 – Por fim, a Prefeitura de Guarujá informa que está colaborando com as investigações, fornecendo documentos e informações solicitados pelos agentes da Polícia Federal e aguarda, resiliente, que sejam feitos os devidos esclarecimentos que demonstrarão a lisura e austeridade de todo o processo que envolve as apurações a respeito da desastrosa gestão das unidades de saúde por parte da Organização Social Pró Vida.

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