14/11/2025

Polícia indicia 12 suspeitos pelo assassinato de ex-delegado Ruy Ferraz Fontes

Por Tulio Kruse/Folhapress em 14/11/2025 às 15:00

Reprodução
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A Polícia Civil indiciou 12 suspeitos de participarem da morte do ex-delegado-geral Ruy Ferraz Fontes, 64, assassinado há dois meses em Praia Grande, no litoral de São Paulo. Entre os indiciados estão sete pessoas investigadas por participar diretamente do ataque, e outras cinco apontadas como auxiliares na fuga e na logística do crime.

Dez suspeitos já estão presos e dois seguem foragidos. Um suspeito ainda foi morto durante a tentativa de cumprimento de mandado de prisão em São José dos Pinhais (PR), na região metropolitana de Curitiba. Era Umberto Alberto Gomes, 39, apontado como um dos atiradores que teria atacado o carro de Ferraz Fontes.

Segundo o DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa), da Polícia Civil, o indiciamento conclui apenas a primeira fase de investigação, e outro inquérito já foi aberto com a intenção de identificar os mandantes do assassinato e apontar a motivação.

A reportagem não conseguiu contato com a defesa dos acusados.

A investigação aponta que, além de Gomes, entre os atiradores também estaria Paulo Henrique Caetano Sales, o PH. Ele foi preso inicialmente por seu o proprietário de um dos imóveis no litoral paulista que teria sido usado no crime.

O motorista do carro usado na emboscada seria Luiz Antônio Rodrigues de Miranda, que está foragido.
Marcos Augusto Rodrigues Cardoso, o Fiel, foi apontado como o ocupante de outro carro usado no crime, um Logan branco que circulou nas redondezas da sede da Prefeitura de Praia Grande, onde Ferraz Fontes trabalhava, e teria apontado o momento o carro da vítima para os comparsas no carro de ataque.

Os suspeitos Felipe Avelino da Silva, o Mascherano, e Flávio Henrique Ferreira Silva tiveram as digitais encontradas em outro carro, um Renegade prata. A investigação aponta que esse veículo seria usado na fuga, mas os investigados teriam esquecido a chave dentro do carro, e as portas ficaram travadas com os criminosos para fora. Mascherano foi preso no início de outubro, e Ferreira está foragido.

Além deles, os participantes do núcleo de apoio ao crime são motoristas de fuga, proprietários de imóveis usados como base dos suspeitos e recrutadores. Dahesly Oliveira Pires, 25, buscou um fuzil no litoral a pedido do motorista do carro usado no ataque, por exemplo.

Luiz Henrique Santos Batista, o Fofão, teria dado carona a um dos suspeitos de participar do crime, ajudando na fuga. William Marques e Cristiano Alves da Silva, o Cris Brown, eram proprietários de casas que serviram de apoio para os suspeitos.

Danilo Pereira Pena, 36, o Matemático, teria organizado parte do assassinato. E José Nildo da Silva, 47, foi visto no dia do crime com um colete à prova de balas e uma arma longa entrando numa das casas que, segundo a investigação, foi usada pelo grupo criminoso na logística do assassinato.

A Polícia Civil apura se a morte foi uma represália ao trabalho que Ruy vinha fazendo na prefeitura —ele era secretário de Administração do município— ou se está ligada ao seu passado de atuação contra o crime organizado, quando foi o primeiro a investigar o PCC (Primeiro Comando da Capital).

Ruy Ferraz Fontes começou a carreira em 1988 e, ao longo de quatro décadas, trabalhou em diversos setores da Polícia Civil. Ocupou o maior posto da Polícia Civil do estado, como delegado-geral, de janeiro de 2019 a abril de 2022, na gestão do governador João Doria. Nessa função, respondia diretamente ao governador e ao secretário da Segurança Pública.

Ele trabalhava como secretário de Administração da Prefeitura de Praia Grande quando foi morto.

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