Justiça decreta prisão do dono da casa usada por suspeitos de matar Ruy Ferraz em Praia Grande
Por Santa Portal e Folhapress em 20/09/2025 às 16:00
A Justiça decretou neste sábado (20) a prisão temporária de 30 dias de William Silva Marques, dono da casa em Praia Grande que teria sido utilizada pelos suspeitos do assassinato do ex-delegado-geral de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes, 64 anos. William é irmão de um policial militar, que não é investigado no caso.
A Secretaria da Segurança Pública (SSP) do Estado de São Paulo confirmou que William está sendo procurado, mas não divulgou seu nome oficialmente.
A residência foi localizada pela Polícia Civil no bairro Jardim Imperador, a cerca de 8 km do local do crime. A investigação avançou a partir do depoimento de Dahesly Oliveira Pires, 25, presa na madrugada de quinta-feira (18), que buscou na casa o fuzil usado no assassinato. Após o crime, ela teria levado o armamento de volta ao ABC Paulista.
Uma denúncia anônima, que indicou movimentação suspeita, também ajudou a polícia a encontrar o imóvel. Na perícia, foram coletados mais de 40 materiais genéticos, incluindo os de William e seu irmão.
Dahesly, com passagem por tráfico de drogas e dependente química, inicialmente negou saber o conteúdo do pacote que transportava, mas depois admitiu tratar-se de um fuzil.
Na manhã de sexta-feira (19), equipes da Corregedoria da Polícia Militar cumpriram mandados de busca e apreensão na cidade.
A polícia pretende ouvir William para esclarecer quem usou o imóvel e por quanto tempo. A defesa dele ainda não foi localizada, e o espaço permanece aberto para posicionamento oficial.
Três presos e quatro foragidos
Neste sábado, a polícia prendeu o terceiro suspeito envolvido no crime. Rafael Marcell Dias Simões, o Jaguar, 42 anos, se entregou em Delegacia de São Vicente. A prisão temporária é válida por 30 dias. Ele estava sem o celular quando foi autuado.
A defesa de Rafael afirmou que provará a inocência durante as investigações e ainda não teve acesso aos autos.
Outros dois suspeitos já haviam sido presos: Luiz Henrique Santos Batista, o Fofão, 38, detido em São Vicente na sexta-feira (19), e Dahesly. A polícia acredita que Fofão transportou Rafael após os disparos.
Três investigados estão foragidos, incluindo Luiz Antônio Rodrigues de Miranda, namorado de Dahesly, que pediu que ela transportasse o armamento; Felipe Avelino da Silva, 33, conhecido como Mascherano, integrante do PCC; e Flávio Henrique Ferreira de Souza, 24, sem antecedentes criminais.
As investigações continuam para esclarecer o caso e responsabilizar os envolvidos.
O assassinato
O ex-delegado-geral foi assassinado em emboscada no fim da tarde desta segunda-feira (15). O carro do policial civil aposentado foi atingido por 29 tiros de fuzil no momento em que saía da prefeitura do balneário, onde trabalhava como secretário de Administração.
Imagens do ataque mostraram o momento em que ele tentou fugir e bateu em dois ônibus em uma avenida movimentada. Ao menos três homens encapuzados e com coletes à prova de balas desceram de um dos veículos usados no crime e o alvejaram. Ele morreu no local.
O carro utilizado no crime foi encontrado queimado pela polícia. Segundo a Prefeitura de Praia Grande, duas pessoas, um homem e uma mulher, ficaram feridas durante o ataque ao delegado. Eles estavam na rua e foram atingidos por tiros.
Ruy Ferraz Fontes ocupou o maior posto da Polícia Civil do estado, como delegado-geral, de janeiro de 2019 a abril de 2022, na gestão do governador João Doria. Nessa função, respondia diretamente ao governador e ao secretário da Segurança Pública.
Ele trabalhava ultimamente como secretário de Administração da Prefeitura de Praia Grande, que lamentou a morte em nota. Também atuou como diretor do Decap (Departamento de Polícia Judiciária da Capital).