PM acha 7 corpos em 15 dias durante buscas por soldado desaparecido em Guarujá

Por Folha Press e Santa Portal em 29/04/2024 às 06:00

Divulgação/SSP
Divulgação/SSP

A Polícia Militar (PM) encontrou sete corpos em cemitérios clandestinos e um imóvel abandonado na Baixada Santista durante 15 dias de buscas pelo soldado Luca Romano Angerami, de 21 anos. Angerami desapareceu em 14 de abril. A procura continua.

Os mortos ainda não foram identificadas. Contudo, os agentes envolvidos nas buscas descartaram a possibilidade de que os corpos possam ser do PM desaparecido. O IML trabalha na identificação.

Seis corpos foram encontrados em cemitérios clandestinos em Guarujá – cinco na última semana. Ossadas humanas de um casal foram achadas na última segunda-feira (22) na Vila Baiana. Dois dias depois, PMs encontraram outros três corpos em estado avançado de decomposição na mesma região após denúncia anônima. Antes, no dia 16, os agentes localizaram um corpo enterrado em um cemitério clandestino em um morro nos fundos da praia da Enseada.

Um corpo carbonizado foi encontrado dentro de um imóvel em São Vicente no primeiro dia de buscas. Os agentes chegaram a cogitar que o cadáver fosse do PM desaparecido, mas a hipótese foi logo descartada.

As buscas envolvem PM, Polícia Civil e Corpo de Bombeiros, diz a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP). A pasta informou ter identificado um barraco em Guarujá onde o PM teria sido feito refém pelos suspeitos antes do desaparecimento. “Diligências prosseguem para esclarecer os fatos e localizar o policial”, afirmou a SSP.

Desde que começaram as buscas pelo soldado da PM, oito criminosos suspeitos de participação no sequestro de Luca Angerami já foram presos. A mais recente prisão foi realizada na noite da última sexta (26), em Bertioga.

O que se sabe sobre sumiço de PM

A Polícia Civil trata o caso como homicídio, já que dois suspeitos presos dizem que o PM foi assassinado. Em conversa pelo WhatsApp, um dos presos indica ligação com PCC e afirma que PM foi morto. Já o outro preso, Edivaldo Aragão, diz que o soldado foi baleado e jogado em um rio em São Vicente após ter as pernas amarradas. Eles foram presos por suspeita de envolvimento nos crimes de homicídio, sequestro, roubo e tráfico de drogas.

Aragão disse que Angerami “estava muito louco” e foi abordado por pessoas ligadas ao tráfico de drogas “porque tinha uma mulher gritando no carro”. Em depoimento, o irmão de Angerami havia dito que o PM teria ido a um estabelecimento. De lá, teria mandado mensagem para uma mulher que também estava no local.

O carro do PM, um Corolla de cor prata, foi encontrado na Rodovia Conego Domenico Rangoni, no Guarujá. O veículo estava aberto, com as chaves no porta-malas e sem o estepe.

A Polícia Civil investiga se carro com cobertor e terra foi usado em sumiço de PM. O objetivo é verificar se há no veículo, encontrado no dia 19, material genético do soldado desaparecido para fazer eventual coleta de DNA.

O pai do PM desaparecido fez um apelo em vídeo publicado em suas redes sociais para que os crimonosos revelem onde seu filho teria sido morto. “Eu quero o corpo, quero chorar o meu filho. Acho que qualquer um entenderia, qualquer pai. Vocês também são pais. Devolve para mim, firmeza? Eu sempre foi sujeito homem. Por favor, eu tenho direito de chorar o meu filho”, disse Renzo Angerami, que é investigador da Polícia Civil. O soldado desaparecido é de uma família de policiais. Alberto Angerami, avô dele, já foi delegado-geral adjunto da Polícia Civil de São Paulo.

Relembre o caso

O policial militar Luca Romano Angerami desapareceu na madrugada do dia 14 de abril, em Guarujá. Lotado no 3º BPM/M, na Zona Sul de São Paulo, o PM teve o seu Toyota Corolla prata achado abandonado às margens da Rodovia Cônego Domênico Rangoni, em Guarujá.

O carro estava na altura do km 7 e as buscas se concentraram, principalmente, em comunidades localizadas nas imediações. O que mais intrigou as autoridades é que a chave do veículo estava sobre a tampa do porta-malas.

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