Mulher suspeita de espancar o filho em São Vicente é transferida para penitenciária em Tremembé

Por Santa Portal em 07/10/2022 às 15:35

Julia Cristina Pereira, de 24 anos, presa por suspeita de ter espancado seu filho em São Vicente, foi transferida hoje para a Penitenciária Feminina de Tremembé, após passagem pela Penitenciária de Franco da Rocha, no interior paulista, na manhã desta sexta-feira (7).

A mãe do menino foi transferida por decisão da Justiça em audiência de custódia realizada na quinta (6), no Fórum de Santos. Ela também foi ouvida pela delegada da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) sobre o espancamento de seu filho e pela Delegacia de Investigações de Praia Grande (DIG) sobre o assassinato do seu marido, padrasto da criança, no último dia 29. O homem também é suspeito de ter agredido o menino.

Um mandado de prisão foi expedido pela 1ª Vara Criminal do Foro de São Vicente na tarde de quarta-feira (5). A mulher, que estava foragida, foi encontrada em um barraco abandonado em Itanhaém e presa por policiais do 2º DP de São Vicente.

“Não fui eu. Eu tentei defender ele. Peço perdão ao meu filho por deixar ele ter se envolvido com uma pessoa que era totalmente envolvida com drogas. Quero pedir perdão a ele por não ter feito diferente”, disse Julia para a Santa Cecília TV.

O menino, por sua vez, segue internado na Santa Casa de Santos. A criança, que fraturou oito costelas, vai operar o braço direito, que também sofreu sérias lesões em decorrência das agressões sofridas. A cirurgia será realizada na tarde desta sexta.

Histórico

O padrasto acusado de espancar o enteado de apenas 4 anos, junto com a mãe da criança, causando fratura em oito costelas e em um dos braços do menino, foi assassinado. Ex-presidiário, que cumpria pena por roubo em regime aberto, Julian do Nascimento, de 32 anos, foi morto com tiros no olho direito, nas mãos e no tórax.

O corpo de Julian foi achado às margens do km 285+300 metros da Rodovia Padre Manuel da Nóbrega, no Parque das Bandeiras, Área Continental de São Vicente, na noite da última quinta-feira (29), mesma data em que criança deu entrada no hospital em estado grave. A violência contra o garoto aconteceu na residência do acusado, na Favela México 70, Vila Margarida.

Em relação ao assassinato de Julian, inicialmente, desconfiava-se que o corpo encontrado às margens da rodovia fosse dele em uma razão da tatuagem de uma coroa no pescoço com a inscrição “Jair e Neide”. Os nomes são dos pais do padrasto agressor.

Para se ter certeza absoluta quanto à identidade da vítima, foram coletadas as suas impressões digitais e o Sistema de Legitimação à Distância (Lead) confirmou que o corpo é mesmo de Julian. Esta informação foi prestada ao Santa Portal nesta quarta-feira (5) pelo delegado Marco Antônio do Couto Perez, titular da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), da Seccional de Praia Grande.

A forma como Julian foi executado revela indícios de ação típica dos “tabuleiros”, como são chamados os tribunais do crime organizados pelo Primeiro Comando da Capital (PCC).

Júlia chegou a gravar um vídeo após ter agredido o próprio filho. Na filmagem, ela repreende o menino e diz que era para ele “não ranger os dentes” e que “ele não ia bagunçar na casa dela”. A violência ocorreu na quarta-feira da semana passada (28). Uma tia do garoto revelou o episódio nas redes sociais e o caso ganhou repercussão, gerando revolta e indignação pela covardia e crueldade.

O Santa Portal apurou que Julian foi condenado a cinco anos e quatro meses de reclusão por roubo. Com uma réplica de pistola, ele e um comparsa assaltaram um homem, em 6 de março de 2014. A sentença da 2ª Vara Criminal de São Vicente foi prolatada em 16 de janeiro de 2017, mas a prisão de Julian só ocorreu em 11 de setembro de 2019. Em 14 de abril de 2020, ele progrediu para o regime aberto e foi solto.


Foto: Reprodução

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