Tarcísio fala em incorporar sugestão de Guarujá para incluir anel viário em projeto da ligação seca

Por Santa Portal em 14/03/2024 às 16:00

Vosmar Rosa/Divulgação MPor
Vosmar Rosa/Divulgação MPor

Durante o evento que abriu a consulta pública sobre o túnel submerso Santos-Guarujá, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, falou sobre a possibilidade de incorporar uma sugestão da Prefeitura, para incluir um anel viário entre a ligação seca e a área retroportuária de Guarujá e a Rodovia Cõnego Domênico Rangoni.

“Será que não é o caso de fazermos a ligação do túnel, na Rodovia Cônego Domenico Rangoni? É um desafio, mas precisamos transpor e olhar para a perimetral da área portuária em Guarujá”, disse Tarcísio, durante o evento realizado na última quarta-feira (13), em Brasília.

Na última quinta (7), técnicos da Prefeitura de Guarujá apresentaram a proposta do município ao titular da Secretaria de Parcerias em Investimentos do Estado, Rafael Benini.

“O acesso na Rua do Adubo é inadequado para um porto como o que temos. Será que podemos pensar na revitalização dentro desse projeto? Não tenho dúvidas de que sim, ainda que a gente tenha de aportar mais recursos. Essa é a hora de ser ousado e fazer a diferença”, complementou o governador.

O prefeito Válter Suman se mostrou otimista quanto ao possível investimento para a construção do anel viário.

“Apresentamos nossa proposta do anel viário conectando a chegada do túnel até a área retroportuária, ligando túnel até a Rodovia Cônego Domênico Rangoni e, em menos de uma semana, tivemos a aceitabilidade por parte do Estado para inserir essa importante obra na Parceria-Público-Privada”, afirmou Suman.

Outros pontos

A Administração Municipal sugere ainda a adoção de pedágio com o sistema Free-Flow, onde a cobrança é feita por câmeras inteligentes, de maneira automática pelo sistema de TAGs ou via aplicativo da operadora. A proposta de um pedágio sem cabines é tecnicamente viável e pode ser locada em qualquer ponto do túnel, além de viabilizar múltiplos acessos, sem a necessidade de alargamentos viários, possibilitando uma trincheira mais enxuta e econômica, inclusive com mais de um sentido de cobrança.

Guarujá também trabalha com a previsão de ramal do sistema do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU), operada atualmente pela BR Mobilidade. A proposta é de que ele percorra o túnel e integre Guarujá a Santos de forma ágil, sem a necessidade de caminhada entre estações. O assunto deverá passar por discussão das possibilidades de traçado com a BR Mobilidade e EMTU.

Estão previstas, ainda, ao menos duas estações de VLT no lado Guarujá, sendo uma na Praça 14 Bis, centro da vida cultural e comercial de Vicente de Carvalho, e outra nas proximidades do Terminal de Passageiros do Aeroporto Metropolitano de Guarujá, que iniciou a sua primeira fase de obras neste mês.

Cronograma das obras do túnel Santos-Guarujá

A ligação seca entre Santos e Guarujá terá uma extensão total de 1,5 km, por meio de um túnel imerso de 870 metros, por baixo do canal portuário. O trecho vai ligar as regiões de Outeirinhos e Macuco, em Santos, até Vicente de Carvalho, em Guarujá.

O empreendimento prevê uma ciclovia, passagem para pedestres e três faixas de rolamento por sentido, sendo uma adaptável ao VLT (Veículo Leve sobre Trilhos).

O túnel será composto por seis módulos de concreto pré-modulado. Eles serão construídos em uma doca seca e transportados por flutuação até o local onde o leito do canal será preparado. Assim, os módulos serão imersos, encaixados e fixados para concluir a estrutura.

De acordo com os responsáveis pela obra, o projeto terá grande impacto positivo no sistema viário dos municípios, principalmente na alta temporada. O túnel deverá reduzir o tempo de deslocamento entre as duas cidades em cerca de 50 minutos, desafogar a Rodovia Cônego Domênico Rangoni (SP-055) e liberar o canal do porto para uso prioritário de navios de carga e de passageiros.

A previsão é que o túnel, diariamente, beneficie cerca de 28 mil usuários do sistema de catraias e balsas – a estimativa é de redução de 70% da demanda da balsa da Ponta da Praia. Também vai garantir acesso mais rápido de caminhões aos dois terminais portuários, reduzindo em 53% a emissão veicular de dióxido de carbono.

O projeto está inserido no Programa de Aceleração do Crescimento, com investimento estimado em cerca de R$ 6 bilhões. A obra contará com aportes financeiros do Governo Federal e do Governo de SP – cada parte vai arcar com 50% do valor previsto.


Foto: Divulgação
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