21/08/2017

Papa Francisco pede acolhimento e proteção aos imigrantes

Por ANSA em 21/08/2017 às 10:55

DIA MUNDIAL DO REFUGIADO – O papa Francisco pediu o acolhimento dos refugiados e defendeu o direito à nacionalidade aos deslocados que nascem em outro país na mensagem para o Dia Mundial do Imigrante e do Refugiado de 2018 divulgada pelo Vaticano nesta segunda-feira (21).

Baseada em quatro pontos, “acolher, proteger, promover e integrar imigrantes e refugiados”, a mensagem é um convite à reflexão para a data que é celebrada no próximo dia 14 de janeiro de 2018.

Segundo o Pontífice, “é preciso responder os inúmeros desafios das migrações contemporâneas com generosidade, prontidão, sabedoria e clarividência, cada qual segundo as suas possibilidades” porque “cada forasteiro que bate à nossa porta é uma ocasião para o encontro com Jesus Cristo, que se identifica com o forasteiro ou refugiado de qualquer época”.

No texto, Jorge Mario Bergoglio lembra das “repetidas vezes” em que fez apelos por conta da grave crise migratória que atinge a Europa, a maior desde o fim da Segunda Guerra Mundial, e que isso “trata-se, sem dúvidas, de um ‘sinal dos tempos'”.

Além da esfera religiosa, o Papa pediu que as nações se preocupem mais com as pessoas do que com as questões burocráticas para acolhê-las.”Considerando o cenário atual, acolher significa, antes de tudo, oferecer a imigrantes e refugiados possibilidades mais amplas de entrada segura e legal nos países de destino. Neste sentido, é desejável um empenho concreto para se incrementar e simplificar a concessão de vistos humanitários e para a reunificação familiar”, diz Francisco.

O líder católico voltou a pedir a abertura de “corredores humanitários” e destacou que os governos deveriam “prever vistos temporários especiais para as pessoas que, escapando de conflitos, se refugiam nos países vizinhos”.

“As expulsões coletivas e arbitrárias de imigrantes e refugiados não constituem uma solução idônea, sobretudo quando são feitas para países que não podem garantir o respeito da dignidade e dos direitos fundamentais”, acrescentou.

No longo texto divulgado pelo Vaticano, o Papa fez um apelo pelas crianças que chegam sozinhas a outras nações e ressaltou que a Convenção Internacional sobre os Direitos das Crianças “oferece uma base jurídica universal para a proteção dos menores migrantes” e que é preciso “evitar qualquer forma de detenção por motivo da sua situação migratória”.

O sucessor de Bento XVI ainda destacou a importância da promoção e da integração das diversas culturas que vem junto com os estrangeiros, que é uma “oportunidade de enriquecimento intercultural”.

“Insisto mais uma vez na necessidade de favorecer em todos os sentidos a cultura do encontro, multiplicando as oportunidades de intercâmbio cultural, documentando e difundindo as ‘boas práticas’ de integração e desenvolvendo programas que prepararem as comunidades locais para os processos de integração”, diz ainda.

O Pontífice ressaltou que a Igreja Católica está “disponível para se comprometer” com os quatro pontos citados por ele, mas que para “obter os resultados esperados” é preciso que haja também a contribuição do governo e da sociedade em geral.

O tema da imigração é muito caro ao líder católico que, inúmeras vezes, já fez apelos em sermões, viagens e discursos a representantes políticos. No ápice da crise migratória na Itália, ele ainda pediu que cada paróquia italiana acolhesse ao menos uma família de refugiados e ordenou que o Vaticano acolhesse algumas famílias também em seus prédios.

Francisco ainda visitou as ilhas de Lampedusa, na Itália, e de Lesbos, na Grécia, como forma de mostrar sua proximidade ao tema, já que as duas localidades são as que mais recebem imigrantes ilegais vindos através das rotas marítimas do Mediterrâneo.

loading...

Este site usa cookies para personalizar conteúdo e analisar o tráfego do site. Conheça a nossa Política de Cookies.