31/08/2020

Padre Robson é suspeito de pagar servidores públicos com dinheiro da Afipe

Por #Santaportal em 31/08/2020 às 08:29

INVESTIGAÇÃO – Suspeito de desviar R$ 120 milhões de doações de fiéis à Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe), o padre-celebridade Robson de Oliveira também é investigado por pagar servidores públicos com dinheiro da entidade para se livrar de informações constrangedoras sobre ele, segundo relatado pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) em processo enviado à Justiça.

“Pelo que se infere dos autos, Robson supostamente se utilizou dos recursos financeiros dessas entidades religiosas para o pagamento de servidores públicos – agentes de polícia, para que destruíssem alguns arquivos contendo informações comprometedoras a seu respeito”, consta no documento.

De acordo com a defesa do sacerdote, além de não haver pagamento a nenhum servidor, o padre teria sido vítima de extorsão de dinheiro. Criminosos já foram condenados e presos. ?

Em nota, a Polícia Civil do Estado de Goiás afirmou que a atual gestão instaurou um procedimento na Corregedoria da Instituição para ?apurar eventual transgressão disciplinar de policiais civis?. No documento, a corporação informa ainda que o procedimento é ?sigiloso enquanto estiver em andamento, razão pela qual não serão prestadas maiores informações”.

O documento não esclarece quais eram as “informações comprometedoras” a respeito do padre, no entanto, a defesa do religioso afirma que se refere ao caso da extorsão de R$ 2,9 milhões feitas por um hacker, que, segundo a decisão da Justiça, tinha um romance com o padre e ameaçava expor casos amorosos do sacerdote.

A investigação da chantagem foi o que deu início à suspeita de lavagem de dinheiro da Afipe. A rede de desvio de doações envolve imobiliárias, empresas de comunicação, postos de combustíveis e até o vice-prefeito de Trindade Gleysson Cabriny de Almeida (PSDB), conforme denúncia do Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO).

O religioso era responsável pela administração do Santuário Basílica de Trindade, um dos maiores do Brasil, mas se afastou das funções temporariamente para colaborar com o MP-GO.

A investigação teve início em 2019, quando um grupo foi condenado por ter praticado extorsão contra o padre Robson. Na ocasião, o religioso pagou R$ 2 milhões a cinco pessoas que hackearam seu computador e seu celular. Eles ameaçaram divulgar imagens e mensagens com informações pessoais, amorosas e profissionais, segundo os investigadores.
A partir daí, o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) passou a apurar a origem de parte do dinheiro que o padre usou para pagar os criminosos e descobriu “uma grande teia de movimentações financeiras”, segundo o promotor Sebastião Marcos Martins.

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