15/09/2020

Homem morto em Praia Grande era da confiança de Marcola, líder do PCC

Por #Santaportal em 15/09/2020 às 08:20

OPERAÇÃO SHARKS – O homem morto durante confronto com a polícia, em operação do Ministério Público de São Paulo (MPE-SP), deflagrada na última segunda-feira (14) contra o PCC, facção que atua dentro e fora dos presídios, era tido como um homem de confiança de Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, historicamente a maior liderança da facção.

Cláudio José Pinheiro de Freitas, de 36 anos, segundo o MP, tinha o controle e as contabilidades de todos os setores da organização criminosa e foi surpreendido em um apartamento de classe média alta, na Avenida Ophelia Caccerari Reis, no bairro da Aviação.

Desde fevereiro do ano passado, quando a Justiça transferiu a cúpula do PCC para penitenciárias federais, a pedido do MP, a facção tenta se reorganizar com a indicação de integrantes para o posto de comando. Por meio da Operação Sharks (tubarões, em português), o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), identificou os novos líderes e as suas respectivas posições no organograma da facção criminosa.

Ao todo, foram expedidos 12 mandados de prisão: dois deles foram cumpridos e nove investigados seguem foragidos. Também houve outras duas prisões em flagrante.

De acordo com o MP, o homem morto em Praia Grande era responsável pela comunicação entre a cúpula solta e todas as demais funções da facção. 

Posto de liderança

Ainda conforme a investigação do Ministério Público de São Paulo, Marcos Roberto de Almeida, o Tuta, é o substituto de Marcola e ocupa hoje o posto de maior liderança do Primeiro Comando da Capital (PCC) em atividade. Ele era o principal alvo da operação Sharks. 

Tuta está entre os alvos que não foram localizados até o momento. Segundo a promotoria, ele faz parte da chamada “Sintonia Final da Rua”, a principal da cadeia de comando do PCC fora dos presídios.

De acordo com o MPE-SP, Tuta teria passagens por roubo a banco e tráfico de drogas e conheceu Marcola no presídio de Presidente Venceslau, no interior de São Paulo. Ele estava em liberdade há pelo menos três anos, após cumprir pena. Uma vez nas ruas, teria passado a ganhar importância nas atividades do PCC e escalonou na hierarquia da facção.

Segundo a investigação, ele seria responsável por comandar os integrantes soltos da organização criminosa, mantendo contato com a cúpula que está na cadeia. Também é suspeito de ser responsável pelos planos de fuga das lideranças em presídios federais e de planejar assassinatos de agentes e autoridades públicas em represália às ações contra a facção.

Há suspeita, ainda, de que Tuta exerça cargo de adido da embaixada de Moçambique, embora suas atividades nessa função sejam desconhecidas, segundo afirma o MPE-SP. Foi em Moçambique que a Polícia Federal prendeu, em abril, Gilberto Aparecido dos Santos, o Fuminho, considerado o principal fornecedor de droga do PCC.

Os promotores apontam que a cúpula da facção comanda um sistema que movimenta mais de R$ 100 milhões anualmente – montante proveniente do tráfico de drogas e da arrecadação de valores de seus integrantes. Para ocultar os valores, os faccionados compravam veículos e usavam imóveis com fundos falsos (‘casas-cofre’) para ocultar dinheiro vivo antes de realizar transferências, muitas vezes por doleiros.

“As investigações revelaram a cadeia logística do tráfico de drogas da facção, bem como a sucessão entre suas principais lideranças a frente da fonte de maior renda da organização criminosa, indicando, ao final, a participação de 21 pessoas, algumas presas durante as investigações”, informou o MP-SP em nota.

 

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