28/04/2016

Ganhador de Nobel da Paz diz que processo impeachment de Dilma é "golpe de Estado"

Por Agência Brasil em 28/04/2016 às 16:17

BRASÍLIA – A presidente Dilma Rousseff recebeu hoje (28) o apoio do ganhador do Prêmio Nobel da Paz de 1980, o argentino Adolfo Pérez Esquivel, contra o processo deimpeachment que agora tramita no Senado Federal.

“Está muito claro que o que se está preparando aqui é um ‘golpe de estado’ encoberto, o que nós chamamos de um ‘golpe brando’”, afirmou Esquivel, após o encontro no Palácio do Planalto.

Ele comparou o processo de impeachmentde Dilma ao que ocorreu em Honduras e no Paraguai, com as destituições dos presidentes Manuel Zelaya, em 2009, e Fernando Lugo, em 2012. “Agora, a mesma metodologia, que não necessita das Forças Armadas, está sendo utilizada aqui no Brasil. A metodologia é a mesma, não há variação com o golpe de estado nesses países. Países que querem mudar as coisas com políticas sociais são alvo dessa política de tratar de interromper o processo democrático”, completou.

Solidário com Dilma
O Nobel da Paz disse que veio prestar “solidariedade e apoio para que não se interrompa o processo constitucional de Brasil porque isso seria um dano não apenas para o povo brasileiro como para toda a América Latina”.

“Seria um retrocesso muito grave para o continente. Sou um sobrevivente da época da ditadura (militar na Argentina). Nos custou muito fortalecer as instituições democráticas. Aqui se está atacando as instituições democráticas”, destacou Esquivel.

Segundo o argentino, um eventual governo de Michel Temer poderia ser questionado no Mercosul e na União de Nações Sul-Americanas (Unasul), que poderiam não reconhecer uma administração que surja de um “golpe de estado”.

Discurso no Senado
Adolfo Pérez Esquivel ainda fez um pronunciamento no plenário do Senado, onde reafirmou a sua preocupação com aquilo que ele classifica como um “possível golpe de Estado”. O prêmio Nobel de 1980 mencionou a questão do impeachment sentado na Mesa do Plenário, ao lado do senador Paulo Paim (PT-RS). No entanto, a citação da palavra “golpe” causou indignação e acirrou os ânimos dos senadores presentes.

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