19/08/2024

Dia do Estagiário: alunos têm destaque no Sistema Santa Cecília de Comunicação

Por Renan da Paz em 19/08/2024 às 05:00

É difícil pensar em como seriam os ambientes corporativos sem eles, os quase-profissionais. “Quase” porque estão se especializando todos os dias em um processo educativo com objetivo de serem preparados para o mercado de trabalho. Esta é a definição da modalidade trabalhista que ganhou data de comemoração em 1982 – 18 de agosto é Dia do Estagiário.

Em cada parte do Sistema Santa Cecília de Comunicação que é formado pela Santa Cecília TV, a rádio 107,7 FM e o Santa Portal –, um grupo de estudantes mostra que o serviço vai muito além do aprendizado. Eles atuam em setores como equipe técnica, redação, produção, reportagem e até apresentação, entre outros.

É sobre vivenciar a rotina de um profissional de comunicação no contraturno da faculdade, sem deixar de colocar em prática o que aprendem nas salas de aula, e isso a santista Giovanna Veiga, de 22 anos, faz muito bem. A aluna, que cursa o quarto ano de Jornalismo, é o rosto do programa televisivo Espaço Unisanta 3.0.

Eles estão em frente às câmeras…

Crédito: Bernardo Louzada

Às quartas e sextas-feiras, às 13h05, é possível assistir reportagens e entrevistas produzidas por alunos da Universidade Santa Cecília no Espaço Unisanta, programa que está no ar há quase 19 anos e revelou talentosos jornalistas como Yonny Furukawa, apresentadora, editora e repórter de uma afiliada da Rede Globo em Bauru (SP), e Mariana Rio, radialista e influenciadora digital.

A dinâmica é semelhante à de um telejornal: há apresentadora, repórteres, cinegrafistas e editor de imagens. No entanto, o diferencial do programa é a possibilidade dos estudantes experimentarem um pouquinho de cada atribuição, sempre coordenados pela jornalista e diretora de conteúdo Jamile Guimarães.

“Eu comecei em 2022 como videorrepórter (repórter e cinegrafista ao mesmo tempo) e produtora de pautas universitárias, além de criadora de conteúdo nas redes sociais do programa. Fazemos de tudo porque o ‘Espaço’ é como uma escola”, afirma Giovanna. As gravações haviam sido interrompidas em decorrência da pandemia, mas retornaram com nova equipe e formato.

Anualmente, a equipe tende a ser renovada. Isso porque estagiários vêm e vão, o que torna o programa atemporal e diversificado. “Foi meu primeiro estágio. Eu comecei bem nervosa porque, apesar de ter aulas de telejornalismo no curso, ainda não tinha tido a parte prática, mas, no fim, deu tudo certo e a matéria saiu”, relembra. Hoje em dia, divide holofotes com outros sete estagiários.

Foi com dois anos de trabalho que a estudante conquistou o título de apresentadora, o que, para ela, é uma grande responsabilidade, mas uma oportunidade como nenhuma outra. “Quando eu recebi a proposta, fiquei muito animada, porque é difícil e você não sabe se você vai ter em outro lugar essa experiência. Então, isso que o Espaço Unisanta dá para a gente é realmente muito bom”, finaliza.

…e também estão nos bastidores

Toda matéria jornalística – inclusive essa que você está lendo – passa por um processo criterioso de idealização, preparação e revisão. A primeira etapa é conhecida como reunião de pauta, isto é, o momento em que uma sugestão é, geralmente, apresentada pelo produtor e aprovada pelo chefe do veículo.

Na equipe jornalística da Santa Cecília TV, a vicentina Alanis Ribeiro, de 23 anos, é uma dessas pessoas. Faz estágio na produção dos programas Bom Dia Cidades, transmitido das 8h às 9 horas, e Caderno Regional, no ar das 19h30 às 20 horas – ambos de segunda a sexta-feira.

“De alguma maneira, nós podemos nos incluir nas histórias que contamos. Como estagiária de produção, eu tenho a possibilidade de criar para os repórteres os cenários que estou pensando e, com as ideias deles, produzir reportagens completas. O mais legal é vê-las prontas do jeito que imaginamos ou até melhor”, explica.

A supervisão, tanto da estagiária quanto da equipe televisiva, é feita pela diretora de Jornalismo do Sistema Santa Cecília de Comunicação, Natalie Nanini.

Antes dos bastidores, Alanis havia feito estágio na redação do Santa Portal por pouco mais de um ano, mas recebeu a oportunidade de migrar do site para a televisão em 2023. Já são dois anos e quatro meses no Sistema Santa Cecília de Comunicação.

“A base de qualquer jornalista é um texto coeso. Não adianta falar bem ou saber editar vídeos, por exemplo, se você não consegue escrever um bom texto. Eu pensava que sabia, mas sou muito grata por ter passado pelo Portal, minha primeira casa, e perceber que havia muito o que aprender”, conclui.

Escrevem, sim. E muito!

Alanis tem razão quando diz que é importante que uma aluna de Jornalismo desenvolva e aperfeiçoe a sua escrita, mas existem outros elementos tão fundamentais quanto, de acordo com o cubatense Rodrigo Cirilo, de 20 anos.

“Acredito que a proatividade seja o mais importante. Para os profissionais também, mas ainda mais para os estagiários, que devem aprender e extrair o máximo de informação que os mais experientes podem passar”, ressalta. Para ele, não ter medo de tirar dúvidas é o que traz evolução.

Cirilo recebeu a oportunidade já no segundo semestre de curso, em 2022, com a sugestão de uma ex-estagiária para o editor-chefe Lucas Krempel. “No início, eu não queria vir. Afinal, começo de dezembro, para que eu vou caçar coisa para fazer no período da manhã justamente nas férias? Mas, ainda bem que mudei de ideia e estou aqui há quase dois anos”, relembra.

Ele também acredita que liberdade para criar, conquistada pelo estudante após diversas matérias bem-executadas, é uma experiência que transcende um estágio em um portal de notícias comum.

“Aqui eu posso produzir textos dos mais diversos tipos, como de cidades, política, personagens, música, gastronomia e apurar factuais. Também já tive a oportunidade de fazer matérias especiais, como as do Carnaval e a dos 40 anos do incêndio na Vila Socó, além de fazer matérias utilizando dados, que é uma área que penso em seguir”, pondera.

Com o êxito do serviço, espera ser efetivado no Santa Portal e, após se formar, continuar se especializando, tendo novas experiências profissionais e “quem sabe, um dia inspirar outros que desejam cursar Jornalismo na Unisanta”.

Suas vozes são ouvidas

Os estagiários não só falam como também são ouvidos. Devem ser. É o principal ingrediente para uma experiência efetiva de aprendizados. Com a santista Karina Faleiros, de 23 anos, é exatamente assim; tem sua voz transmitida para toda a Baixada Santista como estagiária no CDL no Ar, na 107,7 FM.

O programa de rádio é promovido pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Santos, uma associação de lojistas criada para representar a classe há 50 anos. Oportunidade perfeita para a estudante de Jornalismo – e praticamente radialista –, que sempre teve amor pela comunicação.

“Eu me lembro de apresentar um programa com meu irmão quando éramos pequenos. Ele era o ‘câmera’ e eu, com um controle remoto na mão, já falava sobre entretenimento”, recorda.

Parte da influência veio do pai Douglas Gonçalves, apresentador do Hora Geral na Santa Cecília TV, de segunda a sexta-feira, às 18 horas. “Meu relacionamento com meu pai, que é jornalista, sempre foi muito artístico porque eu cresci vendo ele se comunicar e isso refletiu em mim. Foi um exemplo natural para eu seguir esse caminho”.

Foto: Reprodução/Douglas Gonçalves

Não apenas no Sistema, mas na Universidade Santa Cecília ela se sente em casa. Estudou no Colégio, seu pai se formou no Santa e cresceu sentindo um espírito muito amistoso. “Os profissionais, além de serem bons, são muito próximos e me dá uma sensação de família. Eu me sinto em casa”, conclui.

Sabem trabalhar em equipe

Dizem que jornalismo não se faz sozinho. A magia que surge nas telas, seja das TVs ou dos celulares, envolve uma complexa rede de serviços e profissionais que trabalham nos bastidores para transformar uma ideia em produto concreto. Para o repórter mostrar um acontecimento, ele precisa dos registros do cinegrafista – ou repórter cinematográfico –, por exemplo.

Neste processo colaborativo, a equipe técnica é como a engrenagem que conecta e mantém tudo funcionando harmoniosamente. E quem faz parte como estagiário do setor é o estudante de Engenharia da Computação, Murilo Lima, de 21 anos.

O santista é responsável por desempenhar funções relacionadas à operação e manutenção dos sistemas tecnológicos do Santa Cecília. “Se um editor de imagem precisar acessar um site para baixar vídeos, eu posso criar um aplicativo seguro e personalizado”, exemplifica.

Foto: Reprodução/Renan da Paz

Coordenado pelo consultor técnico Celso Corrêa, os feitos dele são vários: já verificou o sistema de temperatura dos estúdios e até incluiu o Santa Portal na capacidade de reconhecimento da Alexa, assistente virtual desenvolvida pela Amazon.

Lima está na equipe há um ano e seis meses, e considera aprender um pouco mais a cada dia. “Eu não sabia muitas das coisas que faço hoje e aprendi com a experiência no ‘Sistema’. Antes, havia sido reprovado em processo seletivo para programador, que é meu objetivo. Não entendi o porquê, mas agora está claro: aprendi a solucionar problemas”, afirma.

Carregam representatividade

Ser mulher tem desafios. Ser mulher no jornalismo esportivo, então, é enfrentar uma realidade ainda mais complexa. Esse é o cenário desbravado por Clara Saraiva, que tem 20 anos e já figura como a única mulher fixa na bancada do Esporte por Esporte, programa futebolístico transmitido na Santa Cecília TV diariamente, a partir das 23 horas.

A atual estagiária santista chegou à faculdade quando uma ex-presidente da atlética da Faculdade de Artes e Comunicação da Unisanta (FaAC) disse que ela era a “cara do Jornalismo”. Ela estava certa, porque Clara está no terceiro ano do curso e já acumula quase 8 mil seguidores no Instagram falando sobre esportes.

Foto: Reprodução/Clara Saraiva

“Eu conquistei o estágio graças à uma participação divertida em palestra sobre jornalismo esportivo em 2022. Comecei como produtora do Esporte por Esporte e três meses depois fui convidada para fazer o Baixada Esporte (outro programa da grade). Atualmente, estou em outra bancada, mas o amor pela área é o mesmo”, relata.

Na internet, enquanto os comentários viralizam, em especial sobre o Santos Futebol Clube, ela sabe que o aprendizado adquirido é o que mais conta.

“Eu entendi que não existe um ‘correto’ no jornalismo. Nós temos muita liberdade para encontrar as nossas fórmulas de fazer e sinto que recebi essa abertura no Santa. Eu me encontrei”, afirma.

E, por fim, aprendem

Não é que o conteúdo ministrado em sala de aula seja insuficiente. Pelo contrário, cada curso tem uma equipe pedagógica bem estabelecida para garantir que os mais de 20 mil alunos da Universidade Santa Cecília tenham conforto e aprendizado nas dependências dos mais de 100 cursos presenciais e à distância oferecidos.

Mas o contato com a área de atuação ainda durante a formação é capaz de impulsionar os estudantes para o mercado de trabalho. Vinicius Figo, de 21 anos, começou assim e hoje produz para os jornais da Santa Cecília TV.

Antes disso, ele também passou pelos processos de redação e reportagem. “Eu consegui o estágio logo no segundo ano de faculdade, em 2022. Nesse mesmo ano, soube que o Espaço Unisanta voltaria e fui convidado pela Jamile Guimarães. Aprendi muito em cada oportunidade”, afirma.

Foto: Reprodução/Santa Cecília TV

Figo, como é carinhosamente conhecido, também é estagiário do Baixada Esporte há um ano e três meses. Teve seu talento reconhecido lá atrás e, atualmente, exerce a função de comentarista, na bancada, e repórter, trazendo material para o programa.

“O Baixada me proporcionou tudo, até então, que envolve os times da região, como as minhas duas credenciais de cronista esportivo, que me possibilitam entrar em coletivas e jogos para cobrir em qualquer estádio paulista”. Segundo ele, este é seu maior feito, mas ele não vai parar. Quer continuar crescendo, aprendendo e conquistando o mundo.

Professor da vida real

Na sala de aula ou nas redações, eles são mais que líderes. Atuam como mentores para os futuros jornalistas, possibilitando experiências imersivas para a construção de carreiras sólidas. Pode-se dizer que este é o lema do editor-chefe do Santa Portal, Lucas Krempel.

“Nós somos um dos portais de notícia mais acessados da região. E tem motivo: a dinâmica é boa e promovemos uma mescla de experiências entre o pessoal mais jovem e o mais experiente. Assim, não há uma pressão. Queremos possibilitar o primeiro emprego e desenvolver os interessados enquanto estiverem se formando”, afirma.

Krempel tem três anos e meio de Santa Cecília, mas quase 15 anos em redação. Acompanhou pelo menos 15 estagiários desde que assumiu a edição do Santa Portal e observa de perto o sucesso – bem ao lado da equipe, diariamente coordena a equipe e edita as matérias lidas por aqui.

Toda orientação não se resume a aprender, mas também confiar. Confiar no poder da união para um trabalho promissor e repleto de aprendizado. E, no Santa, não poderia ser diferente.

O estágio

A modalidade é assegurada pela Lei N° 11.788 de 25 de setembro de 2008, e divide-se em dois tipos: obrigatório, quando a carga horária é requisito para obtenção do diploma, e não obrigatório, quando trata-se de uma atividade opcional.

Quanto à jornada de trabalho… depende. Os estagiários têm horários de trabalho limitados, que variam de acordo com a legislação local e o contrato. No Brasil, por exemplo, a carga horária máxima é, geralmente, de 6 horas diárias e 30 horas semanais, dependendo do nível de escolaridade e do tipo de estágio.

Na Unisanta, todos os alunos contam com o apoio do Departamento de Estágios, que possui ligação direta com empresas em vários segmentos, na Baixada Santista e Grande São Paulo. São cerca de 5 mil empresas que disponibilizam vagas para estágios e também de emprego aos acadêmicos.

De acordo com o diretor do departamento, Rafael Pedrosa, é um incentivo feito em integralidade para submissão dos cecilianos aos processos seletivos.

“O estágio é uma parte importante da formação, onde toda aquela teoria e as práticas condensadas que foram feitas no ambiente acadêmico podem ser colocadas à prova quando o aluno vai ter contato direto com as atividades profissionais que ele vai estar apto no momento da conclusão do seu curso”, considera Pedrosa.

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