19/06/2015

Desenhistas da Baixada Santista ganham destaque internacional

Por Repórter Universitário em 19/06/2015 às 20:15

Bruno Lestuchi

Muitos podem não saber, mas o Brasil é o lar de vários artistas em quadrinhos. Entre esses, desenhistas, arte-finalistas e roteiristas que dão vida às páginas de nossas personagens e super-heróis preferidos. Com as adaptações de filmes baseados nas HQ’s se tornando cada vez mais comuns, a fama e a ascensão dessa arte, que passava despercebida, é inevitável.

A Baixada Santista também é moradia de alguns desenhistas que trabalham em casa e que enviam desenhos para grandes editoras do Exterior, como DC Comics e a Marvel . É o caso do desenhista e arte-finalista da DC Comics e da Supernova Produções, Denis Freitas, de 28 anos. Ele já foi o responsável por séries em HQ famosas, como Star Wars e Percy Jackson , e conta que sempre quis ser desenhista profissional.

“Nasceu comigo. Meus pais contam que, desde os três anos de idade, os presentes que eu mais gostava de ganhar eram papeis e canetas”. Em relação à popularidade dos quadrinhos no Brasil, Denis afirma: “Não considero um comic book artist uma pessoa famosa. Podemos andar na rua sem nunca ninguém reconhecer a gente, mas eu diria que a popularidade dos comics e seus relacionados realmente aumentaram bastante nos últimos anos. Vemos isso no número de pessoas usando estampas nerds nas roupas, conversando sobre personagens de comics , e até mesmo temos eventos de “quadrinhos” de nível tão bom quanto os internacionais, como a Comic Con Experience , por exemplo”.

Outro artista brasileiro que também trabalhava na DC Comics é Eduardo Vienna, de 35 anos, que agora atua como publicitário e ilustrador há quase dois anos, porém, não abandonou o mundo dos quadrinhos, “Atualmente estou trabalhando em um novo projeto que não posso divulgar mas que será lançado em parceria na CCXP (Comic Con Experience) 2015 . Vou lançar também um projeto próprio que é segredo até agora. Só posso afirmar que é sobre um super-herói com estória ambientada em São Paulo” afirma.

Acesso ao mercado

Para ingressar na área, o desenhista tem que solicitar roteiros para agências que intermediam a busca por esses trabalhos. Ao ler o roteiro, o desenhista prepara as páginas que são chamadas de amostras (samples ) e as envia para a agência, que por sua vez encaminha para as editoras.
Em relação à disputa por espaço, o desenhista caiçara Denis conclui: “É muito concorrido. Diariamente, o artista precisa estar se superando para não ser ultrapassado por outros artistas que também almejam uma vaga no mercado. Acaba vivendo sempre uma incerteza”.
A arte pode ser feita de forma tradicional ou por meio da digitalizadora. A forma tradicional é no lápis em folha de tamanho A3 ou A4. Depois, o material é digitalizado e enviado. Já com a digitalizadora, o artista desenha em um monitor com lápis específicos e o desenho já aparece no computador.

As adaptações cinematográficas trouxeram jovens leitores para o mundo dos quadrinhos. Blockbusters como Vingadores, por exemplo, ultrapassam a marca de bilhões de dólares de retorno e despertam a curiosidade do público em saber como os heróis são retratados nas HQ’s, e, com isso, a cultura só tem a ganhar.

Locais

Há algumas escolas de desenhos especializados em HQ na Baixada Santista. Em Santos, há a Escola Oficina (Av. Conselheiro Nébias, 621 – Boqueirão), a Academia de Arte Edison Muniz (Rua Dr. Oswaldo Cruz, 106 sala, 3 – Boqueirão), além dos cursos realizados por desenhistas e arte-finalistas da região que trabalham para fora, como o caso do workshop de arte-final que ocorre em determinados meses no estúdio Flexa Arts. Denis Dym Freitas é um dos professores e você pode conhecer mais de sua arte no vídeo:

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