21/07/2021

Em Santos, Boulos pede punição a servidor que alterou seus dados de cadastro no SUS

Por Rodrigo Martins em 21/07/2021 às 17:00

Rodrigo Martins/Santa Portal
Rodrigo Martins/Santa Portal

O líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e pré-candidato ao Governo do Estado pelo PSOL, Guilherme Boulos, cumpriu uma agenda e compromissos nesta quarta-feira (21) em Santos. Boulos falou sobre a recente polêmica envolvendo alterações em seu cadastro no SUS com ofensas e xingamentos a membros de sua família.

O ex-candidato à Prefeitura de São Paulo esteve na Santa Cecília TV, participando da gravação do programa Ponto de Vista, e depois comentou em entrevista ao Santa Portal sobre a fraude em seus cadastros pessoais no SUS.

Boulos revelou ter tomado conhecimento do problema na segunda-feira (19). A alteração foi realizada no sistema de registro de dados para o Cartão Nacional da Saúde, que reúne informações de usuários do SUS.

“É lamentável que esse tipo de coisa aconteça no Sistema Único de Saúde, que é uma conquista do povo brasileiro. Quando eu fui verificar a vacina que eu tomei na semana passada contra a covid, eu quis verificar se a imunização já havia sido incluída no meu cadastro. Quando fiz a consulta, eu não só percebi que a vacina não tinha sido incluída no meu cadastro como os nomes dos meus familiares tinham sido alterados por xingamentos. Colocaram fotografias aleatórias, fizeram ataques e ofensas”, contou o político.

Entre as mudanças no cadastro de Boulos foram incluídas fotos dele em uma barricada pegando fogo, e registros de sua família passaram a ter nomes como “Kid Bengala”.


O Ministério da Saúde se manifestou sobre a polêmica e informou que “verificou uma alteração na base do CNS realizada por uma pessoa credenciada para utilizar o sistema de cadastro de dados” e que pediu o bloqueio “da credencial usada nestas ações”.

“É ainda mais estarrecedor quando a gente vê que foi feito por alguém de dentro do governo, se utilizando da máquina pública, de um cadastro público. É o ‘gabinete do ódio’ tomando conta do poder público no Brasil. Agora não basta o Governo Federal, o Ministério da Saúde apenas reconhecer que isso foi feito por um servidor. Nós queremos saber quem é esse servidor, qual é a punição que ele vai ter? Isso não pode acontecer”, disse Boulos.

O pré-candidato do PSOL ao governo paulista ainda destacou que o seu partido pretende cobrar formalmente explicações sobre o episódio e pedir punição aos envolvidos. “O meu partido, o PSOL, vai entrar com uma ação no Ministério Público. Vamos pedir explicações com base na Lei de Acesso à Informação. E assim, é algo que não foi só comigo, esse não foi um caso isolado. Antes aconteceu também com a Gleisi Hoffmann (deputada federal e presidente do PT) e com a Manuela D’Avila (do PCdoB, que foi vice na chapa de Fernando Haddad, do PT, nas últimas eleições presidenciais), além de várias outras lideranças da oposição”, concluiu.

loading...

Este site usa cookies para personalizar conteúdo e analisar o tráfego do site. Conheça a nossa Política de Cookies.