Atos golpistas têm escalada de agressões contra profissionais de imprensa, dizem entidades

Por Mônica Bergamo/Folhapress em 10/11/2022 às 21:00

Fausto Maia/TheNews2/Folhapress
Fausto Maia/TheNews2/Folhapress

Dezenas de equipes jornalísticas foram alvo de agressões verbais ou físicas durante a cobertura de atos antidemocráticos deflagrados no país após a derrota de Jair Bolsonaro (PL) nas eleições, apontam levantamentos feitos pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj).

Os episódios envolvem desde campanhas difamatórias e danos a equipamentos de trabalho a ameaças de morte e ofensas raciais e de gênero.

Foram contabilizados, apenas pela Fenaj, 41 episódios de violência envolvendo 44 equipes e 70 trabalhadores da mídia, entre repórteres, fotógrafos, cinegrafistas, operadores de áudio e motoristas. A Abraji, por sua vez, registrou ataques contra 37 equipes entre os dias 30 de outubro e 6 de novembro.

Nesta quinta-feira (10), ambas as entidades se unirão a outras nove em um manifesto que pede às autoridades maior proteção aos profissionais de imprensa.

“Em uma semana, o número de agressões físicas e intimidações foi maior do que as violações graves registradas em todo o mês de outubro. Ou seja, o clima de hostilidade constatado nas eleições, principalmente no ambiente digital, agora se intensifica também na cobertura nas ruas, colocando em risco a vida de centenas de jornalistas”, diz o documento.

Além da Abraji e da Fenaj, a iniciativa conta com adesão das entidades Artigo 19, Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Associação de Jornalismo Digital (Ajor), Associação de Jornalistas de Educação (Jeduca), Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Intervozes, Instituto Palavra Aberta, Instituto Vladimir Herzog, Repórteres sem Fronteiras (RSF) e Tornavoz.

Elas fazem um alerta para as coberturas que ocorrerão durante o feriado da Proclamação da República, na terça (15), a diplomação do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em dezembro, e na cerimônia de posse do petista, em 1º de janeiro. Para as signatárias, as mobilizações golpistas podem se intensificar nessas datas -assim como os ataques aos profissionais.

“O papel da imprensa em garantir o direito da população brasileira de ser informada sobre fatos relevantes em andamento do país está ameaçado”, diz o manifesto.

“Após a realização de um processo eleitoral significativamente disputado, em que o jornalismo foi essencial na apresentação de fatos e dados para o eleitor votar de maneira livre e consciente, a cobertura jornalística do período de transição para o governo eleito se mostra fundamental”, segue.

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