Fórum Vou de Túnel traz impactos do túnel em portos ao redor do mundo

Por Santa Portal em 18/03/2022 às 15:36

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Em uma apresentação sobre o impacto do túnel em regiões portuárias, o especialista em túneis e professor da USP, Tarcísio Celestino, falou sobre as diferenças estruturais entre pontes e túneis e como foram projetadas em portos ao redor do mundo.

“Na região de navegação, a ponte é uma barreira”, comentou Celestino. Não só por ser uma estrutura que tem um risco construtivo – o especialista exemplificou o terremoto de Loma Prieta, em São Francisco (EUA), em 1989, no qual parte da Bay Bridge (a ponte) se quebrou e 63 pessoas morreram -, mas por ocupar um espaço que pode atrapalhar na navegação dos navios. Ele ressalva que podem haver pontes em regiões portuárias, desde que com uma estrutura adequada. Ainda sim, o tamanho dos navios que serão recebidos nos portos pode ser imprevisível.

Para Celestino, o túnel imerso é a solução. “Essas são limitações que não podemos pôr sobre um porto dessa importância. Pode vir um navio grande para passar. Ninguém sabe o que os navios do futuro, ou mesmo do presente, podem trazer de limitação”, disse.

Pouco depois da apresentação, o painel mediado pelo empresário e apresentador Maxwell Rodrigues conversou com Tarcísio Celestino, o secretário Nacional dos Portos, Diogo Piloni, o CEO da Santos Port Authority, Fernando Biral e o consultor portuário e porta-voz do Vou de Túnel, Eduardo Lustoza.

Acerca do projeto da ponte, Piloni disse: “Nos cabe a decisão. Estamos falando de um tema que diz respeito a um acesso adequado no Porto de Santos. Além disso, falamos do principal tema que diz respeito à relação porto-cidade, é um papel que deve ser bem exercido pela autoridade portuária”.

“O olhar é que a gente atende melhor, tanto a demanda logística, o transporte de carga entre as margens quanto da mobilidade observando o potencial de impacto no que é o coração do porto, o canal de acesso, temos a convicção que o túnel é a solução que atende nesse objetivo”, declarou.

De acordo com Fernando Biral, a Santos Port Authority (SPA) tem um lucro recorde de R$ 329 milhões e uma saúde financeira que permite que a SPA entre com recursos para viabilizar o projeto de concessão do túnel, “que seria uma parceria público-privada, um empreendimento em que o poder público aloque recursos. Ele não é um projeto que tem uma viabilidade financeira por si só – tem que haver uma contrapartida”.

“Temos condições de dar essa contrapartida, saúde financeira, temos um caixa de R$1,4 bilhões hoje e devemos chegar a 2 bi até o final do ano. Esse valor é mais que suficiente para alocar isso e, ao longo do tempo, uma parcela do fluxo de caixa para viabilizar o túnel. É uma opção para que a gente garanta acelerar o projeto da construção”, disse.

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