Derrite divulga nomes dos envolvidos na morte de ex-delegado-geral em Praia Grande
Por Santa Portal em 18/09/2025 às 12:30
O secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, anunciou na manhã desta quinta-feira (18) o nome de dois envolvidos no assassinato do ex-delegado-geral Ruy Ferraz Fontes, executado a tiros de fuzil em Praia Grande, no litoral de São Paulo. São eles Flávio Henrique Ferreira de Souza, de 24 anos, e Felipe Avelino da Silva, de 33, conhecido como Mascherano.
Flávio está foragido, com mandado de prisão temporária em aberto, e Mascherano já tem antecedentes por tráfico de drogas e roubo. O papel de cada um dos dois no crime, no entanto, ainda não foi esclarecido, segundo Derrite.
Além dos dois homens identificados, uma mulher, Dahesly Oliveira Pires, de 25 anos, foi presa na madrugada desta quinta-feira por suspeita de envolvimento logístico no crime.
Segundo o delegado-geral Artur Dian, ela admitiu ter participado da movimentação do fuzil usado na execução. “Ela fala que recebeu a missão de buscar esse pacote [em Praia Grande], que sabemos que é o fuzil. Deu algumas características do local no qual ela foi buscar esse pacote, características que estamos procurando na região dos fatos. Ela voltou para a região dela, em Diadema, e entregou o fuzil. Ela dá informações desencontradas”, explicou Dian.

Duas linhas de investigação
A motivação do crime ainda não foi esclarecida e duas possibilidades são investigadas: retaliação por ações de Ruy durante sua carreira na Polícia Civil ou envolvimento com questões ligadas à sua atuação como titular da Secretaria de Administração de Praia Grande. “As duas linhas não foram descartadas”, completou Dian.
Derrite também reafirmou o envolvimento do crime organizado no assassinato. “Que há participação do crime organizado, para nós não resta dúvida”, afirmou. Ele relembrou que, em 2011, Ruy foi alvo de um atentado frustrado orquestrado pelo PCC, no qual dois criminosos foram detidos com uma arma de fogo. Um deles, Francisco Aurílio, conhecido como XT, fazia parte do chamado “Grupo dos 14” da facção, que contém os criminosos de maior periculosidade.
“Por conta da fragilidade da nossa legislação, mesmo ele estando ali para cometer um atentado contra um delegado de polícia, foi preso em flagrante com um fuzil e foi posto em liberdade. Em 2020, foi preso por cometer um atentado super violento em Criciúma, que vitimou um soldado da PM de Santa Catarina”, disse.
Envolvimento de faccionados e agentes de segurança
As investigações também apuram se há alguma ligação com outros membros da facção criminosa, como o homem conhecido como Azul, que deixou o presídio federal de Mossoró em agosto. Azul é tio do “príncipe do PCC”, Allan Morais Santos, morto pela Rota durante a Operação Verão, em Santos, em fevereiro do ano passado.
“A gente não descarta nenhuma linha de investigação. Existe uma investigação em cima de alguns faccionados e ele [Azul] é um deles, mas não significa que esteja necessariamente envolvido. Estamos apurando através das investigações se existe algum vínculo”, afirmou Dian.
Questionado sobre a possível participação de agentes de segurança, Derrite afirmou que a linha também não é descartada. “Um disk-denúncia mencionou a possível participação de um GCM [guarda civil municipal], mas até agora nenhum indício disso. Não é descartada a possibilidade devido à postura dos atiradores, mas não tem nenhum indício da participação de nenhum agente de segurança”, explicou o secretário.