Tartaruga Gigante deixa ovos em Itanhaém pela terceira vez; vídeo
Por #Santaportal em 18/03/2021 às 22:01
ITANHAÉM – Pela terceira vez em cerca de um mês, a Tartaruga-de-Couro, ou Tartaruga Gigante (Dermochelys coriácea) que colocou ovos nas praias do Suarão e do Satélite, voltou e, desta vez, enterrou seus ovos no Praião, no centro da cidade.
O fato inédito na região aconteceu por volta das 4 da manhã desta quinta-feira (18), mas a tartaruga foi vista por volta das 21h de quarta-feira (17) e retornou para a água por conta da forte iluminação da orla, na região da Boca da Barra.
O Instituto Biopesca foi acionado e fez o monitoramento da área, mas não localizou o animal. Na madrugada desta quinta, o animal saiu do mar e criou o seu terceiro ninho no município. Os técnicos do Instituto Biopesca identificaram os ovos e cercaram o local. Acredita-se que este terceiro ninho pode ser ainda maior que os outros.
Os outros dois ninhos foram criados em 19 de fevereiro, no Suarão, e o outro dia 5 de março, na praia do Satélite. Ambos são monitorados pelo Biopesca, com apoio da Guarda Civil Municipal e da Secretaria de Planejamento e Meio Ambiente.
Nas outras duas ocasiões, a tartaruga permaneceu cerca de 3 horas no local e atraiu grande número de curiosos. Segundo técnicos, trata-se de fato raríssimo e que chama muita atenção. Agora são três pontos de monitoramento.
Segundo o secretário César Ferreira, existem relatos que esta espécie pode fazer até sete ninhos um próximo do outro, vamos aguardar, relata.
Incomum
A aparição desta espécie na região não é comum, e a postura de ovos, menos ainda.
O porta-voz do Instituto Biopesca, Rodrigo Valle, conta que é esperado que os filhotes – caso sobrevivam – nasçam entre abril e maio. O local natural de desova é no norte do Espírito Santo, é o único local do Brasil que tem desova dessa espécie. Mas nos últimos anos, temos visto também no Piauí, Rio Grande do Norte, Bahia, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A gente teve uma desova em Ilha Comprida há alguns anos, e agora essa em Itanhaém, em São Paulo.
Apesar da alegria em ver o fato inédito na Baixada Santista, o especialista não é otimista quanto ao nascimento dos filhotes. As condições que a gente tem em Itanhaém, a areia, temperatura, todas as condições influenciam no desenvolvimento do embrião, e elas não são favoráveis. Caso sobrevivam, eles devem nascer entre abril e maio.