Reciclagem na Baixada Santista ganha força com projetos sociais
Por Beatriz Pires em 27/11/2024 às 06:00
A reciclagem é uma peça fundamental no combate ao aquecimento global, mas ainda enfrenta desafios relacionados à poluição, desperdício e falta de conscientização. Esses problemas contribuem para a extinção de espécies, desequilíbrios climáticos e a contaminação de recursos como água e alimentos. Além disso, o descarte inadequado de resíduos prejudica diretamente a imagem das cidades.
Na Baixada Santista, iniciativas vêm sendo implementadas para promover a cultura da reciclagem e soluções sustentáveis, desde a separação de resíduos até a redução do uso de descartáveis. Confira algumas ações de destaque na região.
Santos
Em Santos, a reciclagem tem ganhado força com programas que posicionam a cidade como referência em sustentabilidade. Desde 2017, o Recicla Santos opera em conjunto com o Programa de Grande Gerador de Resíduos, que monitora a separação de materiais recicláveis e orgânicos, assegurando o destino correto dos resíduos.
A cidade também inovou ao banir o uso de copos, pratos e talheres descartáveis nos serviços públicos, reduzindo o consumo de plástico. Outra iniciativa de destaque é o Programa Composta Santos, que promove a compostagem de restos de alimentos em escolas e comunidades. Projetos como o Centro de Aprendizagem e Compostagem em Agricultura Urbana (Cacau) e o premiado Feira Feliz incentivam práticas sustentáveis, como a coleta de resíduos orgânicos em feiras e atividades educativas no Jardim Botânico e no Orquidário.
Outras ações incluem barreiras nos canais para evitar que resíduos cheguem ao mar, coleta de óleo de cozinha em escolas e cursos de fabricação ecológica.
Mongaguá
Mongaguá também avança em reciclagem e educação ambiental. A cidade conta com um ecoponto na Diretoria Municipal de Meio Ambiente para o descarte de óleo de cozinha, pilhas, eletrônicos e luminárias. O serviço funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h.
A coleta seletiva é realizada em parceria com a cooperativa Coopemar, enquanto o serviço de “cata-cata” remove entulhos e resíduos despejados irregularmente nas ruas. O Programa Meio Ambiente nas Escolas (PMANE) também se destaca, envolvendo alunos e professores em ações de descarte correto de óleo usado e logística reversa.
Bertioga
Em Bertioga, o projeto Recicla Bertioga, integrante do Programa Nacional Recicla Cidade, reforça a economia circular e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.
Outro destaque é o programa Mar Sem Lixo, que incentiva pescadores artesanais a recolherem resíduos capturados durante a pesca de camarão em Áreas de Proteção Ambiental Marinhas (APAMs). Os materiais são encaminhados à cooperativa Transfor-Mar, onde são triados e reciclados, diminuindo o impacto ambiental e reduzindo o volume enviado para aterros sanitários.
Guarujá
Desde 2017, o Guarujá investe em políticas de educação ambiental. Entre os destaques está a inauguração de 75 unidades de entrega voluntária de recicláveis e a Biblioteca Cidadã, que promove a Campanha Papa Lacre. Nessa iniciativa, lacres de latinhas coletados em mais de 650 pontos de entrega são trocados por fraldas geriátricas, cadeiras de rodas e bengalas, que são doados a pessoas em situação de vulnerabilidade.
Além disso, o PMANE contribui com a logística reversa do óleo de cozinha usado. Já os projetos Nossos Mares e Mar Sem Lixo, em parceria com a Fundação Florestal e a entidade S.O.S. Rio do Peixe, incentivam pescadores a destinarem corretamente os resíduos encontrados em suas redes. O programa Mar Sem Lixo ainda oferece créditos mensais que variam de R$ 16 a R$ 653 no cartão-alimentação, dependendo da quantidade recolhida.