08/07/2022

Preço do morango dispara, e leite sobe 41,76% no ano

Por LEONARDO VIECELI / Folhapress em 08/07/2022 às 21:08

Dinheiro, Real Moeda brasileira
Dinheiro, Real Moeda brasileira

O bolso do brasileiro não ficou imune à inflação no primeiro semestre de 2022. No acumulado do ano até junho, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) subiu 5,49%, informou nesta sexta-feira (8) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Dos 9 grupos de produtos e serviços pesquisados no indicador, 8 tiveram altas de preços no mesmo período. O segmento de vestuário teve a maior inflação no acumulado do ano até junho: 9,14%.

Entre os subitens que compõem esse grupo, as maiores altas foram verificadas em roupas associadas ao inverno. O agasalho feminino subiu 18,14%, o infantil avançou 17,66%, e o masculino ficou 15,75% mais caro.

Segundo analistas, a carestia de roupas reflete pelo menos dois fatores: os custos de produção ainda elevados e a volta da demanda em um cenário de menores restrições à circulação de pessoas.

Após vestuário, o grupo de alimentação e bebidas teve a segunda maior alta de preços no acumulado do ano até junho: 8,42%.

Entre os subitens, as maiores disparadas foram registradas por morango (106,81%), melão (64,60%) e batata-inglesa (55,77%). Pepino (55,58%), abobrinha (54,41%) e repolho (51,74%) vieram na sequência.

Frutas, legumes e hortaliças subiram no Brasil com o impacto do clima adverso na largada deste ano. A seca no Sul e as chuvas fortes em regiões como o Sudeste e o Nordeste abalaram plantações, com impacto sobre a oferta e os preços finais.

Ainda houve pressão nos custos do transporte das mercadorias, já que os combustíveis ficaram mais caros.

O grupo de transportes, aliás, teve a terceira maior inflação no acumulado do ano até junho: 7,38%. Trata-se do segmento com o principal peso na composição do IPCA.

Dentro de transportes, as maiores altas dos subitens foram de óleo diesel (33,39%) e gás veicular (23,90%). Seguro de veículo veio na sequência (23,61%). A gasolina, que tem o principal peso individual no IPCA, subiu 8,06%.

Os combustíveis mais caros são apontados como principais responsáveis pela inflação de transportes.

No acumulado do primeiro semestre, também houve aumentos nos grupos de artigos de residência (7,09%), educação (6,24%), saúde e cuidados pessoais (5,87%), despesas pessoais (3,55%) e comunicação (2,26%).

No mesmo período, o único segmento com deflação (queda de preços) foi habitação. A baixa atingiu 0,61%. Houve impacto da redução de 14,52% na energia elétrica residencial.

A conta de luz teve alívio após o fim, em abril, da taxa extra cobrada para financiar usinas térmicas durante a crise hídrica.

IPCA DOS GRUPOS NO ACUMULADO DO ANO, EM %

Vestuário 9,14

Alimentação e bebidas 8,42

Transportes 7,38

Artigos de residência 7,09

Educação 6,24

Saúde e cuidados pessoais 5,87

Despesas pessoais 3,55

Comunicação 2,26

Habitação -0,61

MAIORES ALTAS DE SUBITENS NO ANO, EM %

Morango 106,81

Melão 64,6

Batata-inglesa 55,77

Pepino 55,58

Abobrinha 54,41

Repolho 51,74

Cebola 48,23

Cenoura 45,67

Manga 43,67

Leite longa vida 41,76

MAIORES QUEDAS DE SUBITENS NO ANO, EM %

Limão -29,65

Abacate -25,01

Aluguel de veículo -22,54

Banana-maçã -20,21

Laranja lima -19,95

Pera -14,69

Energia elétrica residencial -14,52

Tangerina -12,76

Filé-mignon -9,98

Carne de carneiro -8,65

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