Guilherme Costa, da Unisanta, bate novo recorde e fecha Mundial de natação como melhor do Brasil
Por Demétrio Vecchioli/Folha Press em 25/06/2022 às 18:46
O nadador da Universidade Santa Cecília (Unisanta), Guilherme Costa, o Chachorrão, fechou as provas de natação do Mundial de Esportes Aquáticos, em Budapeste (Hungria) como o grande nome do país no torneio. Medalhista de bronze nos 400m livre, ele disputou neste sábado (25) a final dos 1.500m livre e alcançou um importante sexto lugar, batendo mais uma vez o recorde sul-americano da prova.
O Mundial para Cachorrão, como é conhecido, porém, ainda não chegou nem à metade. Neste domingo (26) ele começa a disputar as competições de águas abertas (modalidade antes denominada maratonas aquáticas), competindo na prova por equipes, um revezamento 4×1,25km. A prioridade, porém, é a disputa dos 10km, distância olímpica, na quarta-feira.
Nas piscinas, Cachorrão conquistou os melhores resultados do Brasil nas provas de fundo. Foi bronze nos 400m livre, batendo o recorde sul-americano duas vezes, nas eliminatórias e na final, e quinto nos 800m livre, com recorde sul-americano. A prova teve os quatro primeiros colocados da Olimpíada, uma raridade neste Mundial, bastante desfalcado por atletas com covid e pela ausência da delegação da Rússia, suspensa.
Já neste sábado, Cachorrão foi sexto nos 1.500m livre, novamente com recorde sul-americano, 14min48s53, melhorando quatro segundos e meio a marca que fez nas eliminatórias, também recorde continental. O brasileiro chegou a nadar perto dos medalhistas, mas não aguentou o ritmo. Terminou a 12 segundos do bronze.
O pódio teve o italiano Gregorio Paltrinieri, com recorde europeu e do campeonato, o americano Bobby Finke, com recorde nacional, e o alemão Florian Welbrock. O brasileiro só bateu atrás dos quatro primeiros colocados de Tóquio-2020 (os três e o ucraniano Mykhailo Roamanchu) e do alemão Lukas Martens, de 20 anos, fenômeno que foi prata nos 400m livre.
Últimas finais
Neste sábado, o Brasil também participou de uma final de nado peito feminino pela primeira vez na história. Jhennifer Conceição, que havia batido o recorde sul-americano dos 50m peito nas eliminatórias, não repetiu o desempenho e terminou em oitavo lugar na final. Se tivesse feito a mesma marca da ontem, 20s28, teria sido sétima, também distante do pódio.
Nos 400m medley, Gabrielle Roncatto terminou as eliminatórias em 16º, fora da final -a prova não tem semifinal. E, nos revezamentos medley, o Brasil não foi bem. Terminou em um modesto décimo lugar tanto entre os homens quanto entre as mulheres.
No masculino, o time vinha de um quinto e um sexto lugares nos últimos dois Mundiais. No feminino o resultado já era esperado, porque o Brasil não levou nenhuma nadadora de costas para o Mundial. Stephanie Balduccini precisou ser improvisada e foi significativamente mais lenta que as especialistas dos outros países.
Nado artístico também chega ao fim
Neste sábado se encerraram também as competições de nado artístico em Budapeste. O Brasil participou de cinco finais, metade do total, mas quase sempre em provas que não são disputadas em Jogos Olímpicos. Nas disputas mais importantes, de dueto e conjunto, chegou a uma de quatro finais possíveis.
No dueto, Jullia Catharino e Laura Miccucci, que competem juntas pela primeira vez em um Mundial, ficaram na 15ª colocação na rotina técnica e em um modesto 18º lugar na rotina livre. No âmbito regional, o Brasil está cada vez mais distante dos EUA na disputa pelo posto de terceira força das Américas. Somando as duas rotinas, como é nas Olimpíadas, a distância era de 3.1 pontos no Pan de 2015, foi de 8.4 no Pan de 2019 e, neste Mundial, ficou em 14.9.
Já no conjunto, o Brasil se classificou em 12ª nas eliminatórias da rotina técnica e avançou para a final, onde repetiu o resultado. Na rotina livre, o time brasileiro terminou em 14º lugar. Neste caso, a distância para os EUA passou de 9.6 pontos no Pan de 2019 para 16.7.