Após zigue-zague na Serra, motorista do caminhão com drogas e armas é autuado por quatro crimes
Por Santa Portal em 30/09/2021 às 10:24
O motorista do caminhão que transportava na quarta-feira (29) mais de uma tonelada de maconha e armamentos de grosso de calibre tem apenas 21 anos e foi autuado em flagrante por quatro crimes: tráfico de drogas, porte ilegal de armas e munições de uso restrito, desobediência e direção perigosa.
Este último delito está previsto no Código de Trânsito Brasileiro (CTB) e foi justificado pelo delegado Ruy de Matos Pereira Filho, titular do 2º DP de Cubatão (Casqueiro). “Ele dirigiu o caminhão em zigue-zague, imprimiu velocidade acima do limite autorizado, tentou abalroar viaturas e colocou em risco a vida de outras pessoas”.
Carlos André Francisco Damascena Júnior é o acusado. O veículo que ele dirigia começou a ser perseguido no km 40 da Rodovia dos Imigrantes, no Planalto, próximo à interligação com a Via Anchieta, após não ser obedecida uma ordem de parada para uma vistoria de rotina.
O caminhão desceu a Serra por esta rodovia e passou a ser acompanhado também por viaturas da 4ª Companhia do 21º BPM/I. A perseguição transcorreu por cerca de 20 quilômetros e terminou na Anchieta, na altura da Vila dos Pescadores. O rapaz perdeu o controle do volante e ingressou em uma área de mata, sendo preso logo depois.
O acusado disse morar na região do Brás, em São Paulo, e apresentou duas versões. Na primeira, ele afirmou de modo informal aos policiais rodoviários ter sido contratado por R$ 2 mil para dirigir o caminhão de Diadema à Baixada Santista, sem revelar de quem recebeu o carregamento proibido e para quem o entregaria.
Diante do delegado Ruy de Matos, ao ser interrogado, Carlos André modificou o relato inicial. Alegou que o contrataram para trazer o caminhão vazio até a Vila dos Pescadores, onde lhe seria entregue um carregamento de vidros e esquadrias. Declarou também ignorar a existência de maconha, armas e munições em um fundo falso da carroceria.
Balanço
A pesagem oficial da maconha acusou 1.056 quilos. A droga estava dividida em 1.081 tijolos. Também foram apreendidos uma pistola 45 e quatro fuzis, sendo dois do calibre 7.62 e os demais do calibre 5.56. Acessórios para armas e 985 cartuchos de fuzil 5.56 completaram a relação de materiais retirados de circulação.
Pelo potencial bélico dos armamentos, suspeita-se que eles poderiam ser usados em ataques a bancos. Cada vez mais frequente no País, este tipo de ação criminosa é conhecido como “novo cangaço”, porque os bandidos invadem determinada cidade, obstruem as principais vias e até usam explosivos para atingir os seus objetivos.
Em relação à maconha, em razão da sua elevada quantidade, não está descartado que ela tenha sido adquirida por uma espécie de consórcio do tráfico para ser dividida entre os consorciados e distribuída pela região. A Polícia Civil prossegue nas investigações para identificar os fornecedores e destinatários dos entorpecentes e das armas.
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