Empreendedorismo feminino ganha força na Baixada Santista; conheça histórias
Por Anna Clara Morais em 26/12/2024 às 06:00
Transformar sonhos, ou passatempos, em realidade não é uma tarefa simples, torná-los em uma profissão é ainda mais difícil. Sair da informalidade e construir uma empresa acarreta em diversos obstáculos, especialmente se você é mulher. No entanto, o crescimento do número de mulheres que ingressam nesse mercado chama a atenção. Dos 30 milhões de empreendedores no País, o sexo feminino representa mais de um terço de acordo com um relatório técnico de 2024 divulgado pelo Sebrae.
Apesar do número significativo, o quadro ainda acumula muitas dificuldades e barreiras a serem quebradas. Segundo o Panorama do Empreendedorismo Feminino no Brasil, os principais desafios ainda enfrentados incluem: desigualdade salarial, já que cerca de 21% das mulheres empreendedoras ganham menos que os homens; pedidos de créditos negados e a falta de tempo para se dedicar aos negócios por responsabilidades familiares.
Mas, mesmo com todos os obstáculos, personalidades femininas da Baixada Santista, seguem quebrando barreiras e conquistando espaço nesse mundo.
Liv! Brigaderia
Liv! Brigaderia é uma brigaderia que foge do tradicional. Bacon, queijo parmesão com goiabada e gorgonzola são alguns dos sabores produzidos pela Lívia Marques, idealizadora e dona da brigaderia. A empreendedora começou o negócio em 2018 procurando sair da caixinha, sempre fez tudo sozinha e dentro de casa, e utilizou as redes sociais a seu favor desde o início, por onde faz a captação de clientes. No começo, ia para a rua, batendo de porta em porta atrás dos consumidores e, com o tempo, conseguiu se estabilizar o suficiente a ponto de ser procurada pelos clientes interessados em fazer uma encomenda.
“Comecei a vender na rua e ouvir ‘não’ era bem complicado”, contou a chef sobre as angústias de começar o próprio negócio, mas que não foram suficientes para causar desânimo.
“Foi crescendo aos pouquinhos, não teve nenhum suporte de algum empresário rico. Então tudo que conquistei foi tijolinho por tijolinho, as coisas não foram fáceis. Mas sou muito grata por tudo que passei”, completou Lívia.
Nana Artes
Apaixonada por costura e crianças, Nataly Constantino resolveu empreender unindo o que mais ama. Formada em corte-costura aos 15 anos de idade, o carinho pela linha e a agulha sempre esteve presente, a motivação para o começo de tudo. Nana, como é conhecida, é dona de um ateliê desde 2009, onde faz fantasias infantis encomendadas sob medida.
O início, marcado por encomendas para projetos escolares, passou rápido. Após 15 anos, a criação de peças exclusivas para crianças continua sendo seu principal objetivo, roupas que ficam com os pequenos do acordar até a hora de dormir.
“Gosto de fazer parte do lúdico, do brincar. A criança cria na cabeça dela e desenha. Eu desenvolvo o que ela passou para o papel, para a vida real, com os tecidos e a costura. Tiro as medidas e transformo no que foi idealizado”, acrescentou a designer.
Em 2024, decidiu alçar novos voos e decidiu dar aula para crianças. O curso de costura criativa infantil, com o público-alvo de 7 a 12 anos, possui uma apostila especial com quatro meses de duração.
Mantra Produtos Naturais
Flávia Souza é duplamente empreendedora, proprietária da Spiraal Comunicação Inteligente e da Mantra Produtos Naturais. Sempre com o espírito empreendedor aflorado, Flávia é jornalista há mais de 25 anos e por isso, criou a Spiraal, onde faz assessoria de imprensa corporativa, política e para vários tipos de organizações.
Em contrapartida, o que antes era um hobby também se transformou em negócio. Como forma de terapia, a produção de japamalas virou a Mantra Produtos Naturais, onde a arte é feita de produtos 100% nativos da natureza, vendidos nas redes sociais, em feiras e exposições.
“A produção de japamalas marcou o início de uma nova fase, repleta de significado e propósito”, disse a jornalista sobre o novo empreendimento.
Flávia procura crescer cada vez mais e destaca o que a motiva diariamente. “Você tem que se auto motivar para seguir em frente, mesmo nos períodos mais difíceis, além de precisar estar sempre inovando e criando oportunidades para evoluir”.