Sindicato de empresas de manutenção luta por aumento da fiscalização em elevadores

Por #Santaportal em 08/01/2020 às 11:22

SANTOS – A queda do elevador desde o nono andar do Edifício Tiffany, na Vila Belmiro, em Santos, causando a morte de quatro pessoas da mesma família, ainda espanta Max Santos, diretor executivo do Seciesp (Sindicato das Empresas de Elevadores do Estado de São Paulo).

“Acidentes são raros. O elevador é mais seguro do que avião, ônibus ou trem. Temos 15 milhões de elevadores no mundo que transportam mais de 1 bilhão de pessoas por dia. Só no Brasil, a cada três dias, é transportada toda a população do País. Com relação ao acidente em Santos, estou há mais de 30 anos no mercado e ainda não vi nada semelhante a isso. Precisamos aguardar os laudos da perícia para entender o que ocorreu, até porque seria leviana qualquer especulação sobre o acidente. Mas ele alertou a todos nós para que a gente possa buscar cada vez mais segurança”.

A segurança, lembra Max Santos, é garantida por três pontos importantes: a fabricação do equipamento dentro de normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), o que vale para a instalação, com todos os testes feitos registrados nos órgãos competentes habilitados para que possa funcionar, e a manutenção periódica, tudo dentro de um bom custo-benefício, desde que por empresa habilitada, que é obrigatória em algumas cidades do Brasil, como São Paulo.

“Queremos levar para o Brasil todo o que é feito em São Paulo. Em Santos, existe legislação sobre os elevadores, porém no final do ano passado nos reunimos com a vereadora Audrey (Kleys) para melhorar essa questão na cidade, introduzindo o que chamamos de RIA (Relatório de Inspeção Anual) online, que é o que funciona em São Paulo. A fiscalização ficaria mais efetiva e, pelo menos uma vez por ano, mandaria para a Prefeitura as condições dos equipamentos item a item, checados e testados. Caso acuse algum problema, o sistema intimaria o prédio a fazer a regularização”, explica Max Santos.

Empresa
A Villarta, empresa responsável pela manutenção do elevador que caiu, enviou nota a respeito do caso, dizendo que a manutenção encontrava-se em dia e em atendimento a todas as normas técnicas e legais exigidas.

A Prefeitura Municipal de Santos informou que a Villarta tem até 5 de fevereiro para entregar o laudo a respeito das condições do equipamento. O prazo de cinco dias venceria hoje. A prorrogação foi pedida pela empresa. A ideia da Villarta era 60 dias, porque o elevador está lacrado pela Polícia para perícia. O Poder Público, no entanto, concedeu apenas a metade do tempo (30 dias) para o envio da documentação.

Eis a nota na íntegra:

“A Elevadores Villarta vem informar:

Em primeiro, e antes de mais nada, lamenta profundamente o trágico acidente que vitimou quatro pessoas em um edifício da Marinha do Brasil, ocorrido na noite de 30 de dezembro, na cidade de Santos, Litoral Sul de São Paulo.

Sobre o laudo técnico acerca do acidente: esse foi solicitado no prazo de 05 dias pela Prefeitura de Santos, portanto, a empresa viu-se obrigada a pedir um prazo complementar para apresentação, pois aguarda a elaboração do laudo pericial oficial, o qual possibilitará esclarecer o que causou tal fatalidade.

O prazo suplementar concedido ficará a critério da prefeitura, período durante o qual não é possível ou prudente fazer conjecturas.

Repassar qualquer informação técnica antes da perícia oficial configura mera especulação, o que é injusto com as vítimas, seus familiares e atrapalha esclarecimento do caso.

A empresa, mais uma vez, reafirma que não é a fabricante do elevador.

E, bem como atestou tanto a Prefeitura Municipal de Santos, como a própria Marinha do Brasil, a sua manutenção encontrava-se em dia e em atendimento a todas as normas técnicas e legais exigidas”.

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