Jovem que celebrou aniversário em alto mar lamenta repercussão em torno do evento

EVENTO EM GUARUJÁ – “Me arrependo de não ter tido uma organização melhor, para não ter tanta repercussão ruim sobre o meu aniversário, algo que eu queria que fosse lembrado como algo bom”. A declaração foi feita pela produtora Aline Ricci, uma das organizadoras da festa que reuniu mais de 300 pessoas em dezenas de embarcações, na tarde da última quinta-feira (17), no Canto do Tortuga, em Guarujá. O evento foi realizado para celebrar o aniversário de 24 anos da produtora. 

Em entrevista ao Santa Portal , a jovem afirmou que a festa em alto mar foi organizada respeitando os protocolos sanitários de prevenção ao novo coronavírus. O evento, segundo ela foi organizado em um grupo criado em um aplicativo de conversas. A ideia, ainda segundo a jovem, era seguir os mesmos moldes das celebrações organizadas em carros de passeio.

“No meu grupo, eu passei as informações para cada um tomar as medidas protetivas. Eu não sabia sobre as restrições que tinham em Guarujá, que não poderia. Porque até onde eu soube, andar de barco não estava proibido. Como eu sabia que tinha muitos amigos com embarcação, e como tem bastante festas que as pessoas fazem em carros, tive a ideia de fazer cada um em seu barco”, afirmou. 

À Reportagem, a jovem lamentou a repercussão negativa em torno do evento. “ Não queria que tivesse tanta repercussão, como se eu tivesse tentando fazer algo querendo atentar com a vida do próximo. Eu não sabia que tinha restrições em alugar barcos. Tanto que alugamos para que não tinha embarcação e, até então, não está proibido andar de barco”.

A jovem ainda comparou o uso de embarcações e motos aquáticas no mar à circulação de veículos em vias públicas. “As motos são como os jetskis e os carros são iguais as embarcações. Então, por que pode ter na rua e não no mar, sendo que não estávamos na areia?”.

Sobre as declarações publicadas no G1 no último sábado (19), Aline afirmou que em nenhum momento minimizou a pandemia do novo coronavírus. “O único problema é que eu achei que eles fizeram muita especulação, um exagero imenso. Foi sobre isso que eu disse sobre o marketing do governo. Não é que eu não acredite, que eu seja incrédula. Eu acredito e respeito muito. Tenho família, tenho pessoas que amo. Então eu respeito muito. Sobre o marketing do coronavírus, eu quis dizer sobre a minha festa. Que eles quiseram fazer uma especulação muito grande e que foi um marketing muito grande para ter mídia para o Guarujá”. 

Segundo informações da Prefeitura de Guarujá, o evento atraiu aproximadamente 350 pessoas, que desrespeitaram as medidas de prevenção ao novo coronavírus, como o uso obrigatório de máscaras de proteção e distanciamento social. Além de lanchas, iates e motos aquáticas, ao menos duas escunas foram vistas na festa.

Nas imagens obtidas pelo Santa Portal é possível ver pessoas dançando e bebendo, aglomeradas e sem proteção. Em um dos vídeos, um homem aparece jogando notas de R$ 50 no mar.

Foto: Reprodução/SantaPortal

Decretos municipais 

Conforme os decretos municipais de enfrentamento à Covid-19, está proibida a aglomeração de pessoas e também a locação de embarcações e motos náuticas.

Em nota, a Prefeitura de Guarujá informa que já foram realizadas seis autuações e que continuam as investigações por parte da Força-Tarefa, Marinha e Polícia para identificar os organizadores do evento.

Eles serão multados administrativamente de acordo com a infração cometida (desde organização do evento sem autorização, locação das embarcações irregularmente e até crime ambiental). A multa varia de R$ 300 a 5 mil reais.