Ex-integrantes da diretoria da Codesp são denunciados pelo MPF
Por #Santaportal em 03/11/2020 às 16:40
PORTO – Ex-integrantes da diretoria da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp, atual Santos Port Authority) foram denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF) por peculato e por permitirem mudanças ilegais em contrato firmado pela empresa responsável pela administração do Porto de Santos.
O ex-diretor-presidente José Alex Botelho Oliva e mais cinco pessoas foram acusadas de terem autorizado o pagamento indevido de R$ 1,2 milhão para a Dormain Consultores Associados em Informática, em setembro de 2016. O responsável por essa empresa, Marco Antonio Munari, também foi denunciado pelo MPF por desvio de dinheiro público.
A acusação do MPF é resultado de investigações sobre um esquema criminoso que operava na antiga Codesp, envolvendo servidores públicos e empresários. As operações irregulares teriam como foco as licitações e contratos firmados entre os anos de 2013 e 2016.
A denúncia também é resultado da Operação Tritão, deflagrada em outubro de 2018, e pela sua segunda fase (Operação Círculo Vicioso), de agosto de 2019, que resultaram na prisão de diversos investigados, além de mandados de busca e apreensão. Milhares de documentos também foram obtidos pela investigação durante as duas etapas da operação.
Entenda o caso
A Polícia Federal deflagrou a Operação Tritão, que apura suspeitas de fraude em licitação e corrupção em contratos da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), estatal ligada ao Ministério dos Transportes, que administra o Porto de Santos.
Em Santos, foi decretada prisão temporária, por cinco dias, do diretor-presidente da Codesp, José Alex Oliva, de outros dois membros da cúpula da Codesp, além de empresários e de um ex-funcionário.
As suspeitas de irregularidades surgiram com um vídeo postado na internet no mês de setembro de 2016, no qual um assessor do Presidente da Codesp confessava a prática de diversos delitos ocorridos no âmbito daquela empresa. O inquérito teve início em novembro de 2017, após informação sobre o conteúdo do vídeo ser enviada pelo Ministério Público Federal à PF, para que fosse feita uma investigação policial a partir dos fatos que ele narrava.
Os autos apontam irregularidades em vários contratos, que seriam realizados por meio de fraudes envolvendo agentes públicos ligados a estatal e a empresários.
O presidente José Alex Oliva e o diretor de relações com o Mercado, Cleveland Sampaio Lofrano, foram destituídos do cargo após serem presos.