Bolsonaro diz que tiraria verba da Educação e Saúde para custear absorventes

Por Marcela Ferreira em 10/10/2021 às 20:58

Reprodução/YouTube
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou, em entrevista transmitida em seu canal do YouTube, que caso o veto ao Projeto de Lei que prevê a distribuição gratuita de absorventes seja derrubado pelo Congresso, ele tiraria dinheiro da Saúde e Educação para custear esta ação.

Ele fez a afirmação à imprensa enquanto voltava para o Forte dos Andradas, em Guarujá, neste domingo (10), onde passa o feriado de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil. Nesta tarde, o presidente também visitou Praia Grande.

O projeto de lei 418/2020, dos deputados federais Tábata Amaral (PDT-SP), Dagoberto Nogueira (PDT-MS)  e  Professor Israel Batista (PV-DF) dispõe sobre a distribuição gratuita de absorventes higiênicos em espaços públicos, visando atingir a população mais pobre, que não teria condições de arcar com a compra de absorventes íntimos, e considerada em situação de ‘pobreza menstrual’.

O projeto foi vetado pelo presidente Jair Bolsonaro na última quinta-feira (7), conforme publicação no Diário Oficial da União.

Em sua fala, Bolsonaro diz que o projeto teria gasto maior do que R$ 100 milhões, e que não há fonte de custeio. “A deputada [Tábata Amaral] sabe que a inteligência pode ser usada para o bem ou para o mal. Ela sabe que quando se apresenta um projeto que tem despesa, tem que apresentar fonte de custeio. Se eu sancionar, eu estou em curso em crime de responsabilidade com o artigo 85 da Constituição”, disse o presidente.

“Nessa linha, que tudo é fácil, ela podia apresentar o projeto passando o salário mínimo para cinco mil reais, ou botar a gasolina em três mil reais, é a mesma coisa, apresenta. Resolve na canetada as coisas. Isso é uma irresponsabilidade com as pessoas mais humildes, que precisam. A despesa, ela alega em torno de 100 milhões de reais, e é muito mais pra quantidade de pessoas, pra distribuição. Ela bota a distribuição gratuita, não é a cegonha que vai levar o mods pelo Brasil todo, alguém tem que levar, tem uma logística pra isso”, completou.

Ele ainda diz que, caso o veto seja derrubado pelo Congresso, terá que procurar fontes para custear o projeto. “Se o Congresso derrubar o veto do absorvente, eu vou tirar dinheiro da Saúde e da Educação. Tem que tirar de algum lugar”.

Questionado sobre se há possibilidade de rever o projeto relacionado à distribuição de absorventes, Bolsonaro respondeu que “se tiver fonte de receita, sem problema nenhum. Sei da dificuldade de comprar, mas ela faz um cálculo de um preço lá embaixo, não é verdade, é irreal. Agora, vale como um troféu político, ‘Tá vendo? O malvadão é ele’. Agora, muita gente vai ganhar voto em cima disso. Podia a Tábata, já que ela é mulher, pegar a verba do gabinete dela e comprar, sei que não pode comprar isso, mas arranja uma maneira de atender a população mais necessitada”, finalizou Bolsonaro.

Ele também comentou a respeito do uso de medicamentos como a cloroquina e ivermectina para tratar a covid-19, além de questionar a eficácia das vacinas. 

Presidente na Baixada Santista

Bolsonaro chegou de helicóptero na sexta-feira (8) e pousou na Base Aérea de Santos, que fica em Guarujá, seguindo para o Forte dos Andradas de carro, em comboio com sua comitiva. Alguns veículos da equipe do presidente chegaram ao local na quinta-feira (7).

Esta é a oitava vez que Bolsonaro fica hospedado no Forte dos Andradas, e a nona vez que ele visita a região durante seu mandato. Ele esteve na Baixada Santista pela última vez no último Réveillon. A expectativa é que, neste feriado, ele fique no Forte até a terça-feira (12) e vá para o Vale do Ribeira na quarta-feira (13), seguindo para Brasília em seguida.

No sábado (9), o presidente esteve em Peruíbe, onde comeu pastel e tomou caldo de cana em uma feira livre, almoçou em um restaurante por quilo e visitou um batalhão da Polícia Militar. Ele retornou para o Guarujá por volta de 18h10 e cumprimentou apoiadores na chegada. Ele foi multado pela Prefeitura de Peruíbe por não ter usado máscara, conforme prevê a lei municipal.

Neste domingo (10), ele saiu por volta das 11h20 da manhã de Guarujá e foi para Praia Grande. Ele almoçou na Fortaleza de Itaipu e passou parte da tarde no local. Por volta das 15h, foi de volta para Guarujá. Na chegada, cumprimentou apoiadores e falou com a imprensa, lamentando não ter ido ao jogo por não ter se vacinado contra a covid-19. O clube nega ter sido procurado pela equipe do presidente.

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