Banhistas localizam raia rara em praia do Embaré, em Santos

Por Carolina Iglesias em 01/09/2020 às 12:23

RESGATE NO CANAL 5 – Uma raia-roxa (Pteroplatytrygon violácea), rara no Litoral Paulista, foi resgatada por banhistas, na manhã da última segunda-feira (31), na faixa de areia da praia, nas proximidades do Canal 5, em Santos. O animal, que apresentava ferimentos no dorso, foi encaminhado ao Aquário Municipal.

De acordo com informações do biólogo Alex Ribeiro, coordenador do Aquário, o encontro ocorreu por volta das 11 horas, na praia do Embaré. Ao perceberem a presença do animal, banhistas tentaram devolvê-lo ao mar, porém, como ele acabou retornando para a faixa de areia, acionaram a Guarda Civil Municipal. O Aquário Municipal foi acionado na sequência.

Até o momento, segundo o biólogo, ainda não foi identificado o que teria provocado o retorno do animal à faixa de areia. No entanto, alguns ferimentos no dorso da raia foram observados pelos biólogos do equipamento.

“Nós também verificamos que ela não tinha um dos olhos, mas como a região está bem cicatrizada, possivelmente o ferimento não é recente”, comenta Alex Ribeiro.

Em uma avaliação feita pela equipe do Aquário, os pesquisadores identificaram que a raia é um macho adulto e pesa cerca de 2,3 kg. “Ainda faremos a sua mediação, mas percebemos que ela está nadando bem e que sua respiração está normal e padronizada. Hoje ela começa a ser medicada e, nos próximos dias, vamos observar sua evolução”, explica.

Ainda conforme o biólogo, apesar da espécie ser encontrada em todo o oceano, exceto no Polo Norte e Sul, ela é considerada rara. Tanto que em cativeiro não é comum de ser encontrada. Uma característica desse animal, ainda conforme Alex Ribeiro, é que ela pode ser até agressiva, fazendo uso do ferrão para se defender, caso se sinta ameaçada”.

“É um animal que tem um temperamento delicado. Por isso, é importante sempre chamar o Aquário para fazer o manejo correto, para segurança dos banhistas”, afirmou. 

Na região, ainda conforme o biólogo, a última aparição desta espécie ocorreu em 2012. “Ela é uma espécie que é rara de chegar na praia, porque costuma ficar a 300 metros de profundidade. Aqui temos poucas ocorrências. A última ocorreu em 2012. Estamos tentando correlacionar os dois casos, porque já tivemos registros destes animais adentrarem nos canais e não conseguirem retornar ao mar”.

 

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