Itália pede ao Brasil extradição de Robinho, ex-atacante da seleção
Por Ansa Brasil em 04/10/2022 às 11:20
O Ministério da Justiça da Itália pediu ao Brasil a extradição do ex-atacante Robinho e de seu amigo Ricardo Falco, condenados em via definitiva a nove anos de prisão por violência sexual.
O Ministério Público de Milão, que havia acionado o governo italiano, já foi informado sobre o envio da solicitação de extradição às autoridades brasileiras.
Em 19 de janeiro de 2022, a Suprema Corte da Itália confirmou a condenação de Robinho e Falco a nove anos de cadeia por violência sexual, mantendo as penas impostas em primeira e segunda instâncias.
Os dois foram sentenciados por conta do estupro contra uma jovem albanesa em 22 de janeiro de 2013, quando a vítima tinha 22 anos de idade. A mulher estava na mesma boate que Robinho e cinco amigos dele, em Milão, mas só se juntou ao grupo após a esposa do então jogador do Milan voltar para casa.
Segundo a acusação, Robinho e seus amigos ofereceram bebida à vítima até “deixá-la inconsciente e incapaz de se opor”. De acordo com a reconstrução feita pelo Ministério Público, o grupo levou a jovem para um camarim da boate e, se aproveitando de seu estado, praticou “múltiplas e consecutivas relações sexuais com ela”.
Os outros quatro envolvidos no caso não foram rastreados pela Justiça da Itália e não puderam ser processados.
Em uma conversa telefônica grampeada, Robinho disse ao amigo Jairo Chagas, que o alertara sobre a investigação: “Estou rindo porque não estou nem aí, a mulher estava completamente bêbada, não sabe nem o que aconteceu”.
“Olha, os caras estão na m*rda. Ainda bem que existe Deus, porque eu nem toquei naquela garota. Vi os outros f*derem ela, eles vão ter problemas, não eu. Eram cinco em cima dela”, afirmou o atleta na conversa.
No entanto, após Chagas dizer que havia visto Robinho “colocar o pênis dentro da boca” da vítima, o atacante respondeu: “Isso não significa transar”. Os advogados do jogador alegam que ele é inocente e que a relação foi consensual.
Com 38 anos de idade, Robinho jogou pela última vez em 2020, quando defendia o Istanbul Basaksehir, da Turquia. Dois meses depois, ele chegou a ser anunciado pelo Santos, mas o clube decidiu cancelar a contratação após a pressão da torcida por causa do processo por estupro.
Recentemente, o ex-atacante usou suas redes sociais para declarar apoio à reeleição de Jair Bolsonaro na disputa contra Luiz Inácio Lula da Silva. O futuro de Robinho dependerá agora do governo do Brasil, que, historicamente, não extradita seus próprios cidadãos.
Os dois países, contudo, podem chegar a um acordo para que o ex-jogador cumpra sua sentença em uma penitenciária brasileira.