02/08/2018

Vergonha: polícia do Rio identifica suspeitos de roubarem medalha de matemático iraniano

Por ANSA e Agência Brasil em 02/08/2018 às 10:36


ROUBO – A Polícia Civil identificou dois suspeitos de furtarem a medalha Fields, recebida pelo matemático iraniano Caucher Birkar, em cerimônia ontem no Rio de Janeiro. A honraria internacional, considerada um Prêmio Nobel da Matemática, foi entregue durante abertura do Congresso Internacional de Matemática, no Riocentro, a quatro cientistas que se destacaram neste ramo de conhecimento nos últimos quatro anos.noticia201882353175.jpgnoticia201882360465.jpg

A medalha, guardada na pasta do iraniano, teria sido furtada depois que a pasta ter sido deixada sozinha em cima de uma mesa. Ao perceber o sumiço da pasta, o iraniano chamou os seguranças, que encontraram posteriormente a pasta em outro lugar, sem a medalha.

Medalha vale R$ 16 mil
A Medalha Fields que desapareceu hoje (1º) no Congresso Internacional dos Matemáticos, no Rio de Janeiro, pode valer até R$ 15,8 mil. A honraria é entregue a cada quatro anos a quatro cientistas com menos de 40 anos que tenham feito pesquisas destacadas na área.

Mais cedo, a organização do congresso lamentou, em nota, o desaparecimento da medalha, que estava guardada na pasta do iraniano Caucher Birkar, professor da Universidade de Cambridge, no Reino Unido.


Ele recebeu a honraria junto com os professores Alessio Figalli, do Instituto Federal de Tecnologia de Zurique (ETHZ), Peter Scholze, da Universidade de Bonn, na Alemanha, e Akshay Venkatesh, das universidades norte-americanas Princeton e Stanford. Para tentar recuperar a medalha, a Polícia Civil analisa as câmeras de segurança do Riocentro, sede do evento.noticia201882355631.jpegConsiderada o Prêmio Nobel da Matemática, a Medalha Fields é toda feita de ouro, pesa 14 quilates e equivale a 5,5 mil CAD (dólares canadenses). A imagem impressa em uma das faces é de Arquimedes, um dos mais renomados matemáticos gregos da Antiguidade Clássica.

No verso, há uma frase em latim, que, em tradução livre, diz ao homenageado: “os matemáticos do mundo inteiro reunidos premiam-no (com esta medalha) por sua obra destacada”. Um matemático canadense, em 1924, J. C. Fields, secretário do congresso daquele ano, é apontado como criador da medalha. Ele doou fundos que permitiram o financiamento do prêmio.

Além da insígnia, os medalhistas recebem 15 mil CAD, o equivalente a R$ 43 mil, em dinheiro. O primeiro matemático a receber a Fields foi o finlandês Lars Ahlfors, em 1936. Somente 78 anos depois, uma mulher recebeu a medalha, a iraniana Maryam Mirzakhani, professora de Stanford. Falecida em 2017, vítima de câncer, ela recebe homenagens nesta edição do Congresso de Matemáticos. No Riocentro, foi montada uma exposição com imagens inéditas da cientista e informações sobre sua obra.

Em 2014, o brasileiro Arthur Avila, do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa) foi o primeiro brasileiro e latino-americano a receber a Fields. Nesta edição, ao ser citado na mesa de abertura, Ávila foi bastante aplaudido. O congresso de matemáticos reúne cerca de 3 mil cientistas de várias partes do mundo e oferece bolsas a cientistas de países pobres.

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