07/02/2022

Turista tira sunga no mar e ação de guarda-vidas evita linchamento

Por Santa Portal em 07/02/2022 às 09:56

A impressão inicial do soldado da Polícia Militar que atua como guarda-vidas foi a de que o turista se afogava, porém, ela logo se desfez. A suposta vítima pulava ondas na Praia da Enseada, mas não tentava se salvar. O bombeiro constatou que o homem não corria perigo algum e, ao contrário, se divertia nu, rodopiando uma sunga sobre a cabeça. No final, a prisão do pelado em Guarujá evitou que outros banhistas o linchassem.

O exibicionismo inusitado aconteceu na tarde ensolarada e de temperatura elevada de sábado (5). O soldado observava os banhistas no mar do alto de um cadeirão instalado próximo ao Morro do Maluf e teve a atenção voltada para H.R.R.S., de 42 anos. Morador na Zona Sul de São Paulo, o homem dava pulos como se afogasse, mas só foi a água ficar abaixo da linha da cintura para se visualizar as suas nádegas e genitália.

O giro da sunga sobre a cabeça do turista trouxe a certeza de que ele se despiu de propósito, não podendo a situação ser atribuída à eventual ação de uma onda mais forte. Simultaneamente, da faixa de areia, outros turistas perceberam o que ocorria e cobraram providências. “Eu já estava descendo do cadeirão para agir quando populares se aproximaram de mim para perguntar se eu não faria nada”, declarou o guarda-vidas.

Segundo o bombeiro, ele entrou na água para “orientar” o acusado, que ficou nervoso, alegou ser uma “brincadeira” e não acatou de imediato a determinação para se vestir. O guarda-vidas, então, disse ao turista que o prenderia, sendo empurrado por ele. Na sequência, o acusado se intitulou “oficial do Exército” e recolocou a sunga. Ele trabalha como segurança e não possui qualquer vínculo com as Forças Armadas.

“Foi ultrajante e desrespeitoso”, afirmou o guarda-vidas. Logo após deter o turista, o guarda-vidas contou com o apoio de outros PMs, que entraram no mar para apoiá-lo. O episódio revoltou diversos banhistas, que tentaram linchar o acusado. Os populares não atingiram este objetivo porque os policiais saíram rapidamente da praia com o segurança e o conduziram à Delegacia de Guarujá.

Apesar da versão do guarda-vidas, confirmada pelo relato de testemunhas, o segurança negou ter se despido. Segundo o turista, ele estava com a namorada na água e, em determinado momento, tirou o calção, mas ficou com a sunga que usava por baixo. Ainda conforme o acusado, foi a mulher quem rodopiou a peça, fato que teria chamado a atenção das pessoas.

O delegado Caio Azevedo de Menezes registrou o caso como “ato obsceno”, cuja pena é de detenção, de três meses a um ano, ou multa. Por se tratar de infração de menor potencial ofensivo, houve a elaboração de termo circunstanciado (TC), sendo o segurança liberado após assinar compromisso de comparecer ao Juizado Especial Criminal (Jecrim) quando for intimado. (EF)

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