27/06/2020

"Temos uma preocupação constante com escorregamento de terra", diz diretor da Defesa Civil do Estado

Por Ted Sartori/#Santaportal em 27/06/2020 às 14:12

CHUVAS – Em meio à chuva que chegou na Baixada Santista e em todo o Estado, o #Santaportal conversou com o tenente-coronel Henguel Ricardo Pereira, diretor da Defesa Civil do Estado de São Paulo. Na entrevista, ele contou sobre os problemas causados e como é feito o monitoramento junto com os órgãos de cada cidade, assim como trouxe recomendações para quem reside em áreas de risco.

Qual a situação no Estado no momento em relação à chuva?

Essa foi uma chuva intensa, de 48 horas, que ainda persiste na Baixada Santista. A previsão é que na parte da tarde ela perca força e amanhã fique realmente somente em chuvas isoladas. A gente pode verificar nos radares que a frente fria que pegou a gente de ontem para hoje começa a se afastar para alto mar. Mas ela trouxe algumas complicações. Principalmente na Baixada Santista, que a gente tem um relevo muito íngreme. Então temos uma preocupação muico constante com vários locais, principalmente com escorregamento de terra. Tivemos alguns pequenos escorregamentos em Santos e pontos de alagamentos.

Como é feito o trabalho?

Normalmente as Defesas Civis dos Municípios, das regiões, a gente acompanha todo o acumulado de chuva desde o início. E cada região tem um limiar que, a partir daquele acumulado de chuva, merece uma atenção especial. Normalmente aí na Baixada, quando chove 80 mm aína região, as equipes da Defesa Civil vão a campo para vistorias, que vão verificar se há qualquer alteração no terreno, se tem que retirar as pessoas que moram naquelas regiões de risco para que evite acidentes e a gente começa a fazer essas remoções. Foi o que aconteceu nessa madrugada. Tivemos quatro pontos de escorregamento em Santos. Eles atuaram rapidamente, foram para os locais e retiraram as pessoas, evitando que tivessem vítimas.

Como funciona o monitoramento?

Temos no Estado um Centro de Gerenciamento de Emergências, que é um centro que congrega as informações das Defesas Civis dos 645 municípios do Estado. Fazemos esse monitoramento em tempo real, por intermédio de nossos satélites e radares em todo o Estado. E vamos orientando as Defesas Civis dos municípios. Trabalhamos com a previsão meteorológica, com os metereologistas 24 horas por dia, que vão acompanhando todas as alterações do tempo no Estado. A partir daí, vamos direcionando nossos trabalhos em contato e apoio às Defesas Civis Municipais.

O senhor pode detalhar mais?

É um sistema coordenado pelo Estado de São Paulo, em que fazemos as previsões. Para se ter uma ideia, soltamos três boletins meteorológicos diários: um pela manhã, outro vespertino e um mais no final da tarde, sendo que neste último fazemos uma previsão para os próximos cinco dias. Essa previsão muda um pouco, pois as ações da natureza acabam mudando, mas é para que os coordenadores das Defesas Civis dos municípios tenham um referencial. Além disso, temos uma rede, uma malha, que a gente chama, de pluviômetros instalados por todo o Estado, que coleta todas as informações de chuva, principalmente nessas regiões nas quais a gente sabe que são recorrentes os deslizamentos de terra. Então a partir daí começamos a monitorar, como no Morro Santa Maria, em Santos. Porém, dentro do sistema da Defesa Civil, a gente trabalha em todas as esferas. Não só na de prevenção e monitoramento de área, mas também nas grandes emergências, como foi o caso da Baixada Santista que foi assolada no começo do ano pelos deslizamentos de terra, ajudamos os municípios a efetuarem os planos de trabalho e ações de resposta para que também fossem destinados recursos aos municípios para que seja restaurada a normalidade, com reconstruções preventivas necessárias nesses locais que sofreram com esses problemas.

Na chuva atual, quais os pontos mais problemáticos no Estado?

Essa chuva pegou bem a região da Baixada Santista, além da região de Sorocaba. A frente fria entrou pelo Sul, começando pelo Vale do Ribeira, veio subindo, deu uma estacionada na Baixada Santista. Então tivemos de acumulado nas últimas 12 horas, que é o mais preocupante e estamos monitorando até agora: 35 mm em Santos, 27 mm em Mongaguá, em São Vicente choveu 43 mm, em São Sebastião, 54 mm, e Ubatuba, 44 mm.

Quais as recomendações que o senhor deixa para este período de chuva?

Contamos com os meios de comunicação para que as informações cheguem às pessoas que residem em áreas de risco. É importante que nesse período de chuvas as pessoas atentem para algumas recomendações da Defesa Civil, como por exemplo: a pessoa mora em uma área de risco e está verificando que houve uma alteração no terreno, seja um inclinação de poste ou de um muro, e descendo muita água barrenta do morro. A gente conclama a todos que, de imediato, faça um contato com o 199, que é o telefone da Defesa Civil, peça uma vistoria no local. Irão um técnico e um engenheiro avaliar detidamente para qu realmente, se for o caso, façamos a remoção daquelas pessoas para que elas não coloquem em risco suas vidas.

loading...

Este site usa cookies para personalizar conteúdo e analisar o tráfego do site. Conheça a nossa Política de Cookies.