22/03/2024

Robinho chega ao presídio de famosos em Tremembé

Por Luciano Trindade e Klaus Richmond/Folhapress em 22/03/2024 às 06:00

Crédito: Juliana Sever/TV Vanguarda
Crédito: Juliana Sever/TV Vanguarda

Preso pela Polícia Federal em Santos, Robinho, 40, passou por uma audiência presencial de custódia na Justiça Federal, na região central do município, seguido de exames de corpo de delito no IML (Instituto Médico Legal), localizado no bairro do Estuário, na noite desta quinta-feira (21), antes de ser encaminhado ao complexo penitenciário de Tremembé, onde chegou por volta de 1 hora desta sexta-feira (22).

Tremembé, para onde Robinho foi levado, é conhecido como o presídio dos famosos. O local é para onde são enviados condenados que, por terem algum tipo de fama (seja por ser figura pública, seja pelo crime ter tido grande repercussão), correm risco em penitenciárias comuns. Por lá passaram ou ainda estão Alexandre Nardoni, Cristian Cravinhos, Gil Rugai, Lindenberg Alves, Mizael Bispo de Souza e Guilherme Longo, além do médico Roger Abdelmassih.

O ex-jogador do Santos Edinho, filho de Pelé, também ficou preso lá quando cumpriu pena por lavagem de dinheiro.

Robinho vai cumprir pena de nove anos de prisão, em regime fechado, pelo crime de estupro coletivo de uma mulher albanesa, cometido em 2013 em Milão, na Itália.

A sentença da Justiça italiana foi homologada pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça) na quarta-feira (20).

A corte não analisou se Robinho cometeu ou não o crime, mas apenas se ele deveria cumprir no Brasil a pena à qual foi condenado na Itália.

Após a decisão do STJ por 9 votos a 2 a favor da prisão, a última esperança de Robinho era conseguir um habeas corpus no STF (Supremo Tribunal Federal), que bloqueasse a detenção do ex-jogador até que o caso fosse analisado pela corte máxima. O pedido, porém, foi negado nesta quinta-feira pelo ministro Luiz Fux.

“Considerados os fundamentos expostos ao longo deste voto, não se vislumbra violação, pelo Superior Tribunal de Justiça, de normas constitucionais, legais ou de tratados internacionais, caracterizadora de coação ilegal ou violência contra a liberdade de locomoção do paciente”, escreveu o ministro.

O advogado do ex-jogador havia apresentado o pedido ao STF com o argumento de que existe “grande plausibilidade jurídica” de que o STF reverta a decisão do STJ.

Na visão dos advogados, a validação da sentença italiana “coloca-se em chapada contrariedade à Constituição da República”.

Esses argumentos são usados pelos advogados porque o Supremo é responsável por discutir assuntos relacionados à Constituição.

Na tarde desta quinta-feira, após a comunicação do STJ, a Justiça Federal de Santos (SP) lançou o mandado de prisão para Robinho. O documento foi expedido pela 5ª Vara Federal de Santos e encaminhado à Polícia Federal.

Antes de seu cliente ser levado pelos policiais federais, o advogado afirmou que ele já estava à disposição da Justiça e que “apesar de muitos acharem que não ele é um homem que cumpre a lei”. Ele também disse que seu cliente “não tem nenhuma intenção de fugir, de não cumprir o que foi determinada”.

O ex-jogador, revelado pelo Santos e que defendeu a seleção brasileira na Copa do Mundo de 2010, deixou deixou um apartamento no bairro da Aparecida, em Santos, por volta das 19h, levado por carro da PF descaracterizado. Como os vidros do veículo são escurecidos, não foi possível ver o rosto do ex-atleta no momento em que ele entrou nas dependências da polícia.

Defesa vai recorrer da prisão de Robinho em Tremembé

Em entrevista ao GE, o advogado de defesa de Robinho, José Eduardo Rangel de Alckmin, disse que será enviado um Agravo Regimental ao Ministro Luiz Fux, que negou liminar ao ex-atleta. De acordo com Alckmin, com esse recurso, a decisão de Fux deverá ser analisada por um colegiado.

“É para ele reconsiderar ou levar o julgamento para o Pleno ou à Primeira Turma”, afirmou Alckmin ao GE.

O advogado acredita que essa análise só deve acontecer após a Páscoa. “Vamos protocolar até amanhã (sexta), a Turma deveria se reunir na terça, mas não sei se vai. Acho que é um caso inédito, não tem precedentes”, comentou Alckmin.

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