03/11/2021

Cinco reflexões sobre o consumidor e o mercado vegano

Por Santa Portal em 03/11/2021 às 15:00

Divulgação
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Movimentos, como a Segunda Sem Carne, trazem esperança para a redução desse consumo, conscientizando as pessoas sobre os impactos que esses hábitos causam, além de incentivar as pessoas a descobrirem novos sabores ao substituir a proteína animal pela proteína vegetal pelo menos uma vez por semana. Fazendo com que comecem a ser um consumidor do mercado vegano.

Em 2018, 14% dos brasileiros se consideravam vegetarianos e a maioria da população do país já estava disposta a escolher mais produtos veganos. Em fevereiro deste ano, uma pesquisa do Ipec, encomendada pela SVB (Sociedade Vegetariana Brasileira), mostrou que em todas as regiões brasileiras, e independente da faixa etária, 46% dos brasileiros já deixam de comer carne por vontade própria pelo menos uma vez na semana.

Essa mesma pesquisa apontou que 32% dos consumidores brasileiros escolhem uma opção vegana quando essa informação é destacada pelo restaurante ou estabelecimento. Hoje já existem diversas empresas que acreditam nessa causa, oferecendo uma série de produtos, informações relevantes e soluções para que você consiga incluir itens plant-based em seu cardápio.

Confira 5 argumentos sobre o consumidor e o mercado vegano:

Consumidores que não se declaram veganos estão escolhendo opções veganas e vegetarianas:

Uma pesquisa do Ipec de 2021 mostra que pessoas que não se declaram veganas ou vegetarianas também escolhem opções que não contêm derivados animais quando vão em restaurantes.

Incluir uma opção vegetariana no cardápio não está se tornando mais atrativo somente para uma pequena parcela da população (14%) que se declara vegetariana, mas sim para mais 30% dos consumidores brasileiros.

Outra razão pela qual as pessoas vão a restaurantes com opções veganas é o voto de veto. “Acaba ganhando o voto de veto, pois quando há um vegetariano, as pessoas vão naquele local onde todos podem comer. Além de ganhar esse voto, o estabelecimento ganha novos clientes”, explicou o fundador e CEO do Grupo Planta, Fabio Zukerman.

Por fim, as novas gerações cresceram com o hábito de comer fora e possuem uma visão mais sofisticada em relação à alimentação.

“A indústria de Food Service está entendendo a importância de ter itens vegetais no cardápio. Hoje, falando desses jovens, eles têm a comida como identidade, ato político e ferramenta de combate a essa degradação planetária que vem acontecendo”, comentou Fabio Zukerman.

O veganismo nem sempre está associado à saúde:

Segundo a pesquisa do Galunion com consumidores, 78% dos entrevistados – entre veganos e não veganos – consideram essa uma opção “saudável”.

Em um estudo da Sociedade Vegetariana Brasileira, o cuidado com a saúde (56%) é o principal fator de decisão de compra dos alimentos Plant-Based em comparação aos similares de origem animal, seguido pelo quesito nutritivo (28%) e pela experiência de novos sabores (26%).

Para remeter aos sabores tão populares, ativando memórias afetivas e trazendo cultura para o prato, o básico bem-feito é primordial. Incluir itens veganos e vegetarianos muitas vezes não requer adquirir novos insumos, ou mudar a identidade do restaurante. Para Monica Buava, do POP Vegan “não basta ser vegano, tem que ser saboroso”.

Na mesma pesquisa do Galunion com consumidores, encontro com amigos e familiares (58%) e experiência de comer fora, com um serviço amigável e de qualidade (40%), os fariam voltar a frequentar bares e restaurantes.

“Essas pessoas vão buscar sabor, preço, rastreabilidade do que está por trás do alimento – desde pessoas, até a matéria-prima – as pessoas buscam segurança, sabor, mas cada vez mais a indulgência é unida à saudabilidade”, relatou Zekerman sobre o assunto.

Durante a pandemia, as pessoas voltaram o olhar para a saúde física e do planeta, buscando consumir alimentos mais saudáveis e sustentáveis.

“Muita gente mudou a alimentação por conta das comorbidades. Por vários motivos, as pessoas vão repensando a alimentação e vão exercer o poder de veto, porque todo mundo quer se reunir”, explicou Monica Buava.

Aqueles restaurantes que não têm opções deste tipo, estão deixando de vender não só para este público, mas para todo o grupo de relacionamento nos momentos de reencontro pós-pandemia.

Veganos e vegetarianos, nem sempre, deixaram de comer carne e derivados por não apreciarem o sabor

O estudo O Consumidor Brasileiro e o Mercado Plant Based, elaborado em 2020 pelo The Good Food Institute (GFI) mostra que cerca de 85% das pessoas experimentariam carnes vegetais que fossem idênticas às de origem animal.

Possuir sabor, aroma e textura igual ou melhor foi apontado por 62% dos participantes como a característica mais importante. Já a vontade de consumir um produto o mais natural possível foi de 60%. Por fim, o valor nutricional igual ou melhor, com 59%.

A oferta de produtos semelhantes ou bem parecidos com o sabor da carne “de verdade” é extremamente necessária para uma parte dos consumidores em transição. Muitas vezes não deixamos de comer por não apreciarmos o sabor, mas sim porque escolhemos renunciar tudo o que está atrelado ao consumo de carne de origem animal.

Veganismo acessível é um movimento que só cresce

O estudo da Sociedade Vegetariana mostrou que o preço acessível é o atributo mais buscado em um produto vegano (61%), seguido por sabor agradável (57%) e facilidade de localização nas prateleiras (32%). O principal motivo da não compra de alimentos plant-based nos países pesquisados está relacionado ao alto preço (59%).

A acessibilidade é um pilar muito importante para o crescimento do movimento vegano. A Monica Buava explicou o por que o prato vegano, na maioria das vezes, precisa ser o mais caro:

“Se você pensar na alimentação, a acessibilidade é um tripé, com conveniência, sabor e preço. Porque acessibilidade não é só sabor, não adianta ser super saboroso e ter que ir buscar em um local longe, ou ser algo que custe R$ 100, ou aquela coisa que você tem que encomendar, com 5 dias úteis. Foi-se o tempo que era assim. Então, acessível é aquela coisa da conveniência, do ‘aí eu quero que entregue rápido, todos os dias’ e também há uma questão do lugar comum para as pessoas.”

O mercado plant-based é monitorado pela Galunion desde 2017

A National Restaurant Associantion Show de 2017 experimentou as primeiras versões dos produtos da marca Beyond Meat nos Estados Unidos, lançada em 2009. Em 2018, a Galunion realizou um estudo sobre o Mercado Vegano em parceria com a Sociedade Vegetariana Brasileira sobre as tendências na oferta vegetariana e a visão dos formadores de opinião e profissionais da saúde.

Na Galunion Insights de 2019 os resultados do What’s Hot, estudo que mapeou as principais tendências culinárias do Food Service brasileiro sob o olhar de profissionais do setor. Penetração de itens veganos, em que se destacavam questões do bem-estar animal, alimentação “limpa” e propriedades ligadas aos ingredientes.

Em julho de 2020, a pesquisa Alimentação na Pandemia: Como a covid-19 impacta os consumidores e os negócios em alimentação: 33% dos consumidores afirmaram que produtos plant-based seriam uma das tendências gastronômicas que continuariam após a pandemia passar.

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