Protesto pede justiça por menino de 13 anos que morreu após agressões em escola
Por Santa Portal em 21/04/2024 às 18:58
Uma multidão se reuniu na manhã deste domingo (21), no Quadradão, em Praia Grande, para pedir que justiça seja feita no caso do menino Carlos Teixeira, que morreu na última terça-feira (16) após ser agredido na Escola Estadual Júlio Pardo Couto.
A tia de Carlos, Ana Beatriz de Lima Teixeira, esteve no protesto representando os pais do menino que, segundo ela, “não têm forças para lutar”. Ana Beatriz agradeceu a manifestação organizada por amigos e conhecidos e espera que providências sejam tomadas
“A gente está se sentindo muito abraçado por todo mundo. A esperança é que tomem providências, que melhorem as escolas, que ninguém mais passe por isso. Porque era isso que meu sobrinho queria, porque a minha irmã queria tirar ele da escola, só que ele não queria. Porque não era só ele [que sofria bullying], era os amiguinhos dele. Então, ele queria ir defender os amiguinhos dele também. E essa era a vontade dele”, comentou a tia de Carlos.
A dona de casa Sandra Magali é mãe de um amigo de Carlos e foi à manifestação prestar condolências. Sandra relembra o menino como uma criança boa, quieta e calada. Ela contou à Santa Cecília TV que seus outros dois filhos, já formados, também sofreram agressões na Escola Estadual Júlio Pardo Couto. “Eu mesmo já presenciei as molecadas batendo umas nas outras na porta da escola”, disse.
Prefeitura notificada pelo estado
O Conselheiro Dimas Ramalho, do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCESP), por meio de um despacho, notificou a Prefeitura de Praia Grande a prestar esclarecimentos sobre a morte de Carlos.
Diante das suspeitas de negligência médica, o Conselheiro, que é relator da Contas da Prefeitura no exercício de 2024, determinou que sejam informadas em quais UPAs de Praia Grande os atendimentos foram realizados; os nomes dos profissionais envolvidos na prestação do serviço; se há registros dos atendimentos e quais os procedimentos realizados durante eles.
A advogada da família, Amanda Mesquita, que também estava presente na manifestação, contou à Santa Cecília TV que a notificação foi vista pelos pais de Carlos como um amparo.
“A família fica muito feliz e até um pouco sente amparada pelo estado, porque a gente precisa entender quais foram esses caminhos e que aconteceu. Se houve uma negligência com ele também está havendo outras negligências e isso não pode mais acontecer”, disse.
Amanda disse que o próximo passo da família é esperar pelo laudo necroscópico de Carlos, que deve ficar pronto em 90 dias. Segundo a advogada, o documento poderá dizer quais providências jurídicas poderão ser tomadas, pois o laudo atestará o que causou a broncopneumonia que matou Carlos.
Procurada pelo Santa Portal, a Prefeitura de Praia Grande informou que a Secretaria de Saúde
Pública do Município abriu um processo administrativo para apurar todos os procedimentos adotados nos atendimentos efetuados na unidade e, caso seja constatada alguma irregularidade, serão tomadas as
providências cabíveis.