Polícia Civil apreende 80 kg de cocaína do ‘consórcio do pó’ da Baixada e prende três

Por Santa Portal em 18/02/2024 às 18:59

Divulgação/Polícia Civil e Reprodução
Divulgação/Polícia Civil e Reprodução

Tico, Jeguinho e Caíque são traficantes independentes na Baixada Santista, mas formaram um consórcio para adquirir drogas em conjunto, baratear custos e aumentar a margem de lucro em suas respectivas lojas ou biqueiras. Porém, no sábado à noite, a Polícia Civil prendeu um homem que transportava 80,4 quilos de cocaína para o trio e pretendia deixar o carregamento em uma casa em Guarujá, utilizada como entreposto de entorpecentes. Dois “zeladores” desse depósito também foram capturados.

Responsável pelo transporte ilícito, Gustavo de Oliveira Souza, de 22 anos, teve o Hyundai HB20S que dirigia parado no túnel 3 da pista sul (descendente) da Rodovia dos imigrantes. Dentro do carro havia 70 tabletes de cocaína, totalizando 80,4 quilos. Questionado sobre o destino da droga, Gustavo só confirmou onde a entregaria após perceber que os policiais já possuíam ciência do endereço: Rua Acadêmico Inácio Nascimento Opazo, 444, no Jardim Primavera.

Momento da abordagem na Imigrantes. Divulgação/Polícia Civil

Há cerca de um mês, policiais da 2ª Delegacia de Entorpecentes, da Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic) de Santos, apuravam as atividades do consórcio estabelecido entre Tico, Jeguinho e Caíque. Os agentes descobriram que Gustavo foi contratado para realizar o transporte de drogas em grande quantidade para o trio, inicialmente valendo-se de um HB20 hatch. Esse veículo passou a ser monitorado, sendo constatado que ele realizava “entregas” na residência de Guarujá.

Posteriormente, o carro foi substituído por outro HB20, mas do modelo sedan, que tem porta-malas mais espaçoso. Ambos os veículos foram alugados de uma locadora com filiais em diversas cidades do País. Após um período sem a realização de “entregas”, que os investigadores atribuem ao aumento do policiamento militar na Baixada Santista, eles detectaram nova movimentação de Gustavo com o segundo automóvel locado e o interceptaram no túnel da Imigrantes.

Após a constatação dos 80,4 quilos de cocaína no HB20S, a equipe da 2ª Delegacia de Entorpecentes seguiu até o imóvel de Guarujá, onde prendeu Alan Silva Costa, de 28 anos, e Gabriel de Castro Bernardino, de 27. Na casa foram apreendidas drogas já divididas em porções e embaladas para a venda a varejo, além de produtos químicos que são misturados a elas para aumentar o seu volume. Conhecida por “batismo”, essa prática é realizada com frequência pelos traficantes para elevar os seus ganhos.

De acordo com os investigadores, na residência havia 850 ampolas de produtos químicos, duas balanças digitais, notebook, dois rádios de comunicação, anotações relacionadas ao tráfico, colantes com a inscrição “cartel de Medellín” para etiquetar porções de drogas, quatro celulares, 217 porções de maconha, um tijolo dessa erva pesando 790 gramas, 1.795 porções de cocaína, 212 gramas a granel de cocaína, uma pequena porção de crack (12 gramas) e 39,8 quilos de um pó branco. Pistola calibre 9 milímetros e revólver 38 também foram apreendidos na casa.

Diante do delegado Leonardo Amorim Nunes Rivau, ao serem interrogados, Gustavo, Alan e Gabriel disseram que apenas se manifestarão em juízo. Além do prejuízo econômico que sofreu, o trio acusado de integrar o consórcio das drogas vê avançar contra si as investigações que apuram os delitos de tráfico de drogas, associação para o tráfico, posse ilegal de arma de fogo e de integrar organização criminosa. A expectativa dos policiais é a de que mais provas contra os supostos consorciados sejam obtidas com a quebra do sigilo dos quatro celulares apreendidos. (EF)

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