Pelé 79 anos: "Ninguém conseguia fazer o que ele fazia", diz Pepe

Por Sabrina Louise/Colaboradora em 23/10/2019 às 22:01

PELÉ 79 ANOS – O #Santaportal traz mais uma reportagem especial para comemorar os 79 anos do Rei Pelé. O eterno “Canhão da Vila”, Pepe, falou ao Santaportal sobre o convívio com o maior jogador de futebol de todos os tempos. Pepe também foi o convidado especial do Caderno Regional, da Santa Cecília TV (veja no vídeo acima).

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Confira abaixo o bate-papo exclusivo com Pepe:

Santaportal: O Santos já era bicampeão paulista quando o Pelé chegou no time e você era um dos principais jogadores do Peixe naquela época. Você lembra como eram os primeiros treinos com ele, se logo no começo já dava pra ver que o Pelé era diferente e de “outro planeta”?

Pepe: Quando ele chegou no Santos, eu estava cortando o cabelo ali na Vila Belmiro. Foi então que o Waldemar de Brito me pediu uma força, disse que estava trazendo um menino novo e que ele era bom. O menino era o Edson (risos). Enquanto ele me falava sobre o garoto, o Pelé estava na lanchonete do lado tomando um refrigerante e esperando uma resposta. Claro que eu ajudei porque o Waldemar não iria trazer qualquer um. Eu lembro que logo na primeira semana de treino, o Lula, que era treinador do Santos, falou pra mim e para os outros jogadores, que nunca tinha visto nada igual, que aquele ‘criolinho’ seria um dia o maior jogador do Brasil. Por fim, ele foi o melhor jogador do mundo.

Você tem alguma história curiosa sobre o tempo em que jogou junto com o Pelé?

Pepe: São muitas histórias com ele, mas uma marcante é que eu sou padrinho de casamento dele com a Rose. Ele também é muito genioso, chato, reclamava que a gente porque não conseguia fazer o que ele fazia, mas ninguém conseguia. Até hoje ninguém conseguiu. Nem Messi, nem Di Stefano, nem Maradona. Ele era um fenômeno, realmente um jogador superdotado, inteligentíssimo. E foi com ele no Santos que o time começou a ganhar mais e mais títulos. Eu chamo ele de Júlio e sempre chamei. Eu chamo o Pelé assim porque ele jogava tão bem de goleiro também que apelidei ele assim. Tinha um goleiro chamado Julião, no Bauru, e foi daí que tive a ideia de chamá-lo assim também.

Como era jogar ao lado dele? Vocês se impressionavam com as jogadas dele ou até se inspiravam no que ele fazia?

Pepe: Ninguém tentava fazer igual a ele, outros jogadores tentavam, mas não conseguiam. Na Copa de 1958, ele com 17 anos jogava com todos, armava o time. Ele nunca se apequenou, tinha muita personalidade. Tanto que ele virou titular da Seleção Brasileira durante aquela Copa e não saiu mais, nos ajudando a sair com o título da Suécia.

Na sua opinião, qual foi o melhor jogo que vocês jogaram juntos? Todo mundo diz que foi Santos x Benfica, na final do Mundial Interclubes em 1962, foi esse mesmo ou tem algum outro que vale destacar?

Pepe: Foi sem dúvidas o melhor jogo do Pelé e daquele nosso time, que era uma verdadeira seleção. Aquele jogo contra o Benfica em 1962 foi sem igual! Eu participei daquele jogo, ganhamos de 5 a 2 do Benfica, eu marquei um, Coutinho um também e o Pelé marcou três. Foi uma jornada inesquecível!

E vocês ainda se falam? Como é a amizade hoje em dia?

Pepe: Nossa relação é de irmão, temos contato e é legal que a cada dois meses ele chama todos os jogadores da época do Santos pra casa dele no Guarujá.

Qual mensagem você deixaria para o Rei Pelé nesse dia tão especial?

Pepe: Pelé, o povo brasileiro te ama, te adora pelo que você fez, pela figura incrível que você é. Mas os seus grandes amigos estão aqui em Santos, que jogaram contigo e tem orgulho disso. Ele era o 10 e eu era o 11, era muito feliz de jogar ao seu lado.

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