Paulo Schiff quer "resgatar" dimensão do cargo; Saúde e mobilidade serão prioridades

SANTOS – A Santa Cecília TV e o Santaportal prosseguem com a cobertura especial para as eleições 2016. Ontem (11), o Caderno Regional, apresentado por Irineu Alves, recebeu o candidato pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT), o jornalista Paulo Schiff, que falou sobre as suas ideias para a Prefeitura de Santos, caso seja eleito.(Confira o vídeo acima com a participação do candidato) .Schiff concorre à vaga de chefe do executivo ao lado do candidato a vice Evaldo Stanislau (Rede), médico e vereador da cidade.O #Santaportal também conversou com o candidato sobre temas importantes para o futuro da maior cidade da região da Baixada Santista, em entrevista abaixo.

Na visão do candidato pelo PDT, uma de suas principais missões, caso seja eleito, é aumentar a representatividade do cargo perante o governo estadual. “O grupo que comanda Santos nos últimos 20 anos perdeu a dimensão política da importância desse posto. Esse cargo ficou pequeno. Santos tem uma tradição política enorme e esse cargo precisa ser exercido representando a população. Em 2010, por exemplo, a gente viu governador inaugurar uma maquete ligando Santos a Guarujá, que é necessária há 60 anos, preconizada por um urbanista como Prestes Maia. Na ocasião, o governador meio que brincou com a situação e o então prefeito João Paulo Tavares Papa não fez nada sobre o assunto, ficou calado. A gente viu durante a morte de um menino Luan Oshiro, em um ponto de ônibus da Avenida Francisco Glicério, uma repórter cobrar segurança do governador Geraldo Alckmin e ele falou que os índices estavam verdes, rosa, violeta, sei lá qual cor. Foi um comentário insensível diante da dor da comunidade, diante da dor da família. A gente viu o secretário de segurança, Alexandre de Moraes, agora Ministro da Defesa, dizer que 14 mortes no Sistema Anchieta-Imigrantes, era uma situação pontual. Dias depois morreu um menino com uma pedrada. E o prefeito de Santos calado”, criticou.

Paulo Schiff citou também que o atual prefeito, Paulo Alexandre Barbosa, teria deixado de investir em infraestrutura. “Também falta dimensão de gestão. No dia 22 de dezembro de 2014, 30 pessoas ficaram ilhadas e passaram a noite no supermercado Açaí, na Avenida Nossa Senhora de Fátima. Todo mundo sabe que se chover inunda ali. Como ali tem braço de mar, ele poderia ter instalado uma bomba, uma tubulação, ter feito alguma coisa. Já no dia 22 de fevereiro, exatos dois meses depois, novamente a chuva castigou a cidade e novamente as pessoas ilhadas ali. Além disso, tivemos graves incêndios em séries no porto. A prefeitura precisa exercer o poder de fiscalização dela, de cuidar de Santos e fazer a gestão da cidade. Por isso, eu entendo que os próximos desafios do futuro prefeito são: resgatar a dimensão política e a dimensão de gestão do cargo de prefeito de Santos”, comentou.

A saúde é apontada pelo postulante ao cargo de chefe do executivo santista como uma de suas prioridades. Schiff pretende utilizar a experiência do seu candidato a vice, Evaldo Stanislau, atualmente vereador da cidade, para fazer os ajustes que julga necessários neste setor.

“Eu tenho o orgulho e a honra de ter como vice o vereador Evaldo Stanislau, um médico muito competente, que tem uma leitura muito clara dos problemas crônicos de Santos. A gente pretende organizar a saúde. Temos recurso na saúde à disposição para serem utilizados. A saúde recebe 30% de um orçamento de R$ 2 bilhões do município. Temos bons equipamentos, mas temos que nos organizar. Por exemplo: Santos não tem programa de saúde da família nem para um quarto da cidade assistida por ele, enquanto Praia Grande tem quase 100%. A organização desse programa reduz o atendimento na urgência e emergência. A gente tem problemas crônicos nas especialidades, demora pra marcar consulta no Ambulatório Médico de especialidade. Fora isso, quando a pessoa marca a consulta demora depois. Você organizando o Programa de Saúde da Família, você desafoga o ambulatório, a urgência e emergência, e coloca esse Hospital dos Estivadores, que ficou pronto, mas ainda não tem uma vocação definida, para agilizar esse tipo de procedimento”, destacou.

Para o candidato do PDT, o Hospital dos Estivadores pode ter justamente essa função de aliviar o fluxo em outros equipamentos e agilizar o atendimento para a população. “O paciente teve consulta na especialidade e precisa de uma endoscopia: o hospital vai lá e agiliza. Teve uma consulta de cardiologia e precisa de uma ergometria, o hospital vai lá e agiliza. Você precisa instalar uma linha de cuidado. Não podemos deixar um paciente renal ficar a vida inteira condenado a uma hemodiálise, por exemplo. Precisamos ter desde o diagnóstico precoce até o transplante de rim. É necessário ter toda essa linha para melhor atender aos moradores da nossa cidade”, ponderou.

A mobilidade urbana é outro problema apontado por Paulo Schiff. “Nos últimos 20 anos, no que diz respeito a mobilidade urbana, você tem a ligação com as outras cidades esclerosadas. Pelo José Menino/Itararé para São Vicente ou Praia Grande, todo dia você tem congestionamento de manhã, todo dia você tem congestionamento no final da tarde. A Avenida Martins Fontes com a Anchieta/Imigrantes é a mesma coisa, a balsa que faz a ligação Santos/Guarujá, também é a mesma coisa. Em 20 anos que se passaram, o movimento de automóveis e caminhões triplicou, porém, nada foi feito. Dá para fazer? Dá. Aqui do lado, nesses mesmos 20 anos, Praia Grande urbanizou a praia, construiu a Expressa Sul e, agora, construiu um viaduto que resolveu a questão da conexão com a Anchieta-Imigrantes, na Avenida Ayrton Senna. Então, dá para ser feito”, argumentou.

Indagado sobre as razões que o levaram a se candidatar no pleito marcado para 3 de outubro, Schiff demonstrou preocupação com os rumos atuais da política brasileira e citou um ex-prefeito de Santos como sua referência de líder. “Sou uma pessoa de fora da política, que está indignada, como um cidadão comum, com esse sistema político brasileiro desvendado na Operação Lava Jato e no Mensalão. Acredito que podemos fazer a administração pública e política melhor. Não sou filho de político, mas me considero meio que um filhote de político. Filhote de Oswaldo Justo, uma pessoa com a qual aprendi muito, aprendi inclusive a dignidade do cargo de prefeito de Santos. Tive a honra de ser um dos seis coordenadores da campanha dele em 1984, quando Santos recuperou a sua autonomia”, ressaltou.

Por fim, o candidato do PDT falou sobre as razões pelas quais deseja receber um voto de confiança do eleitor santista. “Repito que eu tenho também muito orgulho e satisfação de ter o médico Evaldo Stanislau como companheiro de chapa. Ele é considerado por muitos como o mais combativo vereador da cidade, além de ser um especialista e estudioso da saúde. O Evaldo e eu apresentamos, nesse momento político de Santos, duas armas para essa disputa. Uma delas é a firmeza do PDT. As práticas políticas ainda são muito viciadas no Brasil, apesar de desvendadas pela Operação Lava Jato e pelo Mensalão. O PDT manteve essa candidatura, esse projeto de idealismo, com muita firmeza e coragem de enfrentar um esquema poderoso político. Uma das armas é essa. A outra arma é uma maneira nova de fazer política, que eu senti quando fomos conversas com o pessoal da Rede Sustentabilidade: o entusiasmo. O brilho no olhar das pessoas da Rede, me injetou energia e muita disposição para essa campanha. O que vou falar para o eleitor de Santos é que a gente apresenta, nesse momento político da cidade, duas armas muito importantes: uma delas é a firmeza do PDT e a outra é o entusiasmo do pessoal da Rede”, concluiu.

Nesta sexta-feira (12), otambém jornalista Edgard Boturão, que concorre pelo Partido Republicano da Ordem Social (PROS), será entrevistado por Irineu Alves no Caderno Regional, da Santa Cecília TV. Amanhã (13), o #Santaportal reproduzirá também uma entrevista com Boturão. O empresário Leandro Velasco é o candidato a vice-prefeito da chapa, pelo mesmo partido.

Debates
A partir do dia 22 de agosto a Santa Cecília TV vai promover os tradicionais debates entre candidatos para as prefeituras da região, sempre às segundas-feiras. Os debates serão entre os pleiteantes de Guarujá, Santos, São Vicente, Cubatão, Praia Grande e Mongaguá.