Paris-24 tem protagonismo de Ledecky, Riner, Djokovic... e de Rebeca para o Brasil
Por Luís Corro/ Folha Press em 11/08/2024 às 11:58
Quando se pensa protagonismo em Olimpíadas, qualquer pessoa que acompanha minimamente o evento multiesportivo ao longo do tempo não hesita em cravar: Michael Phelps.
O nadador norte-americano possui 28 medalhas olímpicas, ganhas de Atenas-2024 ao Rio-2016. Dessas, 23 são de ouro, três de prata e duas de bronze. É, com folga, o mais laureado esportista da história dos Jogos.
Atualmente, o esporte não tem um atleta olímpico tão vencedor ou dominante como Phelps, porém a cada edição é possível elaborar uma lista com competidores que atingiram resultados históricos, marcantes, para serem comentados, elogiados e lembrados.
Em Paris-2024, integram esse rol três norte-americanos, dois franceses, um cubano, um sérvio e um sueco.
Em relação ao Brasil, não se pode deixar de exaltar a ginasta Rebeca Andrade, que ganhou quatro medalhas e se tornou, com seis ao todo (dois outros, três pratas e um bronze), a maior esportista olímpica do país.
Veja a relação completa desses heróis do esporte e saiba por que cada um brilhou na 30ª edição das Olimpíadas da era moderna.
Katie Ledecky, 27 (EUA, natação)
Com os dois ouros que ganhou em Paris-2024 (1.500 m livre, com recorde olímpico, e 800 m livre), a norte-americana se tornou a mulher mais dourada da história olímpica. Chegou a nove ouros, ultrapassando a compatriota Jenny Thompson, oito ouros de Barcelona-1992 a Sydney-2000.
As vitórias na França fizeram Katie Ledecky se igualar como recordista de ouros nos Jogos Olímpicos à ginasta ucraniana Larisa Latinina, que competiu de Melbourne-1956 a Tóquio-1964.
Na França, Ledecky ainda ficou com uma prata (revezamento 4 x 200 m livre) e um bronze (400 m livre).
Simone Biles, 27 (EUA, ginástica artística)
A norte-americana tornou-se a terceira ginasta a ganhar duas vezes o individual geral (apresentação nos quatro aparelhos) nos Jogos Olímpicos, fazendo companhia à ucraniana Larisa Latinina (Melbourne-1956 e Roma-1960) e à tcheca Vera Cáslavská (Tóquio-1964 e Cidade do México-1968).
Em Paris-2024, Simone Biles ainda levou mais dois ouros (salto e por equipes) e a prata no solo (perdeu de Rebeca Andrade).
Em total de medalhas olímpicas, Biles acumula 11 (7 ouros, 2 pratas e 2 bronzes), mesmo número de Cáslavská (7 ouros e 4 pratas) mas ainda distante de Latinina, que tem 18 (9 ouros, 5 pratas e 4 bronzes).
Kevin Durant, 35 (EUA, basquete)
Os holofotes do atual Dream Team dos EUA recaem sempre sobre LeBron James, a maior estrela da companhia, que joga no LA Lakers e é o recordista de pontos da história da NBA, com mais de 40 mil.
Mas, quando o assunto são Jogos Olímpicos, ele não se compara ao compatriota Kevin Durant, que obteve em Paris o seu quarto ouro.
Um a mais que LeBron, cuja quarta medalha é um bronze, o do fracasso dos EUA em Atenas-2004 -menos que ouro para os norte-americanos no basquete é considerado um desastre.
Léon Marchand, 22 (França, natação)
Quem apostava que Katie Ledecky, dos EUA, seria “o” nome da natação em Paris errou, e por muito. A honraria ficou com um atleta da casa, estreante em Jogos Olímpicos.
O francês Léon Marchand -que contou com a ajuda de um brasileiro, Ricardo Peterson Silveira, especialista em biomecânica, para se aperfeiçoar -é talentoso e capacitado em todos os estilos (livre, costas, peito e borboleta), algo incomum.
Na piscina do Centro Aquático, ele esteve dominante e logrou o ouro em quatro provas individuais (200 m peito, 200 m borboleta, 200 m medley e 400 m medley) e, de quebra, um bronze no 4 x 100 m medley.
Teddy Riner, 35 (França, judô)
“Big Teddy” (2,04 m, 140 kg), francês nascido na ilha de Guadalupe, é o maior nome do judô olímpico.
Com os dois ouros em Paris-2024 (um individual, um por equipes mistas), chegou a cinco (três individuais e dois por equipes) e ultrapassou o lendário japonês Tadahiro Nomura (três ouros, de Atlanta-1996 a Atenas-2004).
Além das cinco láureas douradas, o quase imbatível Teddy Riner -que ficou invicto de 2010 a 2020 -possui dois bronzes em sua categoria (acima de 100 kg), em Paris-2008 e Tóquio-2020.
Novak Djokovic, 37 (Sérvia, tênis)
Com o ouro em Paris-2024, o sérvio chegou ao Golden Slam. É campeão olímpico e também dos quatro principais torneios de tênis: Aberto da Austrália, Roland Garros, Wimbledon e Aberto dos EUA, que formam o Grand Slam.
Além de Novak Djokovic, só detêm essa façanha quatro tenistas: os norte-americanos Andre Agassi e Serena Williams, o espanhol Rafael Nadal e a alemã Steffi Graf.
Maior ganhador de títulos do Grand Slam (24), “Djoko” tem uma outra medalha em Jogos Olímpicos, o bronze em Pequim-2008.
Armand Duplantis, 24 (Suécia, atletismo)
O sueco do salto com vara, atual bicampeão do mundo, conquistou em Paris seu segundo ouro olímpico seguido e, de quebra, com recorde mundial: 6,25 m.
Armand Duplantis, que nasceu nos EUA e tem mãe sueca, sobra tanto em sua especialidade que, na final no Stade de France, superou por 30 cm a marca do medalhista de prata (5,95 m), o norte-americano Sam Kendricks.
Mijaín López, 41 (Cuba, luta)
O quarentão cubano é dono de um feito único: cinco medalhas de ouro, em cinco Olimpíadas seguidas, na mesma prova, a da categoria 130 kg, na luta greco-romana.
Nem o maior campeão olímpico da história, o nadador norte-americano Michael Phelps (28 medalhas, sendo 23 de ouro), conseguiu essa sequência -foi tetracampeão nos 200 m medley.
Em Paris-2024, depois de superar na final seu ex-discípulo Yasmani Acosta, que passou a competir pelo Chile, Mijaín López retirou as sapatilhas no tatame, em ato que significa a despedida do esporte, a aposentadoria. Um mito que para.
Rebeca Andrade, 25 (ginástica artística)
A ginasta paulista, nascida em Guarulhos, é a mais nova heroína do esporte nacional.
Em Paris-2024, com um ouro (solo), duas pratas (individual geral e salto) e um bronze (equipes), Rebeca Andrade chegou a seis medalhas olímpicas e se tornou a maior esportista do Brasil no evento multiesportivo, superando os velejadores Robert Scheidt (dois ouros, duas pratas, um bronze) e Torben Grael (dois ouros, uma prata, dois bronzes).
Ela esteve muito perto de ganhar na França mais uma medalha, mas uma série conservadora aliada a errinhos na execução a deixaram em quarto lugar na trave.