05/07/2019

ONU denuncia 'esquadrões da morte' na Venezuela

Por ANSA em 05/07/2019 às 10:14

VENEZUELA – A alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, denunciou a fragilidade do estado de direito e a possível atuação de “esquadrões da morte” na Venezuela. Bachelet, que fez uma visita à Venezuela entre os dias 19 e 21 de junho, apresentou um relatório ao Conselho de Direitos Humanos de Genebra, no qual relata a situação no país.

“As principais instituições e o Estado de direito na Venezuela sofrem erosão”, alegou. “O exercício da liberdade de opinião, de expressão, de associação e de reunião, e o direito a participar na vida pública, comporta um risco de represálias e de repressão”, disse a chilena.

O relatório de Bachelet menciona “ataques a opositores reais ou supostos e a defensores dos direitos humanos, que vão desde ameaças e campanhas de difamação à detenção arbitrária, tortura e maus-tratos, violência sexual, assassinatos e desaparecimentos forçados”.

Essa “força excessiva e letal”, de acordo com a ONU, “foi utilizada em várias ocasiões contra os manifestantes”. O relatório indica que, no ano passado, 5.287 pessoas foram assassinadas em supostos casos de “resistência à autoridade”, segundo o governo de Nicolás Maduro.

Entre 1 de janeiro e 19 de maio de 2019 outras 1.569 pessoas foram assassinadas, no balanço de Caracas. A suspeita é que “esquadrões da morte” estejam forjando situações de resistência à autoridade para justificar a violência.

As famílias de 20 homens disseram que homens das Forças de Ação Especial da Venezuela (FAES), vestidos de preto e mascarados, chegaram em picapes sem placas. Segundo os relatos, os esquadrões da morte invadiram as casas, levaram pertences e agrediram mulheres e meninas, às vezes arrancando suas roupas. “Eles separavam homens jovens de outros familiares antes de baleá-los”, apontou o relatório.

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