'Nem Senna foi capaz de ganhar todo ano', diz Abel sobre título mais longe do Palmeiras
Por Renan Liskai/Folhapress em 05/11/2024 às 08:50
O técnico Abel Ferreira citou a carreira de Ayrton Senna logo após a derrota para o Corinthians, nesta segunda-feira (4), para comentar a possibilidade de o Palmeiras terminar o ano sem o título do Brasileirão.
“Queremos ganhar sempre jogos, competições, mas nem Senna foi capaz, quando estava na Fórmula 1, de ganhar todos os anos. Não era o que queríamos hoje em função da nossa falta de eficiência e erros.
Dos quatro últimos gols que sofremos, todos são esquisitos e que não podemos sofrer. Vamos lutar até o fim”, comentou Abel Ferreira, em entrevista coletiva.
O que mais ele disse?
Brigando menos por títulos em 2024: “Mesmo chegando menos, ganhamos um título [Paulistão]. Nossos adversários estão mais fortes, se reforçaram, investiram e porque não jogamos sozinhos. O Senna competiu em 10 anos, ganhou três títulos. Nós, em quatro, ganhamos o que ganhamos. Vamos lutar até o fim mesmo sabendo da vantagem do Botafogo. Vamos continuar fazendo o nosso melhor de chegar ao fim com possibilidades de títulos.”
Jogadores sem permanência garantida: “Não sei se vão permanecer. Nós fomos uma das equipes que mais mexeram no meio de ano. Vendemos o centroavante [Endrick]. Entre todas as equipes que lutam pelo título, nós fomos os mais ‘prejudicados’, mas por capacidade do nosso jogador.
Perdemos o Luís Guilherme, o Luan, foram jogadores que vendemos em função do que foram as propostas. Entraram três jogadores no clube. No final do ano, vamos ver o que vai ser o rendimento dos nossos jogadores e escolher aqueles que têm fome para ganhar porque dérbi não se chega só jogando bem como jogamos, é preciso competir. Neste quesito, o Corinthians foi melhor. Aproveitou nossa falta de foco e concentração.”
Erros custaram caro: “Vocês já me ouviram dizer que precisamos de três dias, não basta três dias para termos o time ao melhor nível. Falamos de um jogo que pagamos pela falta de eficiência e pelos nossos próprios erros.”
Gols repetidos: “Erros individuais. Viu como foi o gol contra o Fortaleza? Corte errado dentro da área e chute de fora, igual o gol do Garro hoje. Ele fez um gol que nós, dentro da área, não fizemos. Temos que perceber que estávamos em um jogo onde uma equipe estava lutando para não descer a outra para ser campeã. O Palmeiras pagou pela falta de eficiência. Se tivéssemos a mesma eficácia do Corinthians, com erros que demos, porque o Corinthians limitou-se a se defender e aproveitar os nossos erros e aproveitou bem…”
Palmeiras devendo gols: “Se não espeta a faca no adversário e não faz as oportunidades que tem… O Corinthians não tinha chutado em 30 minutos, oferecemos um gol. É duro. Sei que os jogadores não querem falhar, mas esses erros cobram caro. Apesar de sermos um dos melhores ataques, devemos muito gols. Não fomos capazes de fazer hoje.”
Começo avassalador: “Foi avassalador, mas não conseguimos. Pressionamos, recuperamos, metemos a bola na área, o goleiro fez grandes defesas. Mas não fomos, hoje, o melhor ataque. Não pudemos resolver o jogo nos primeiros 30 minutos. Quem quer ser campeão não pode cometer esses erros e ter essa falta de eficiência.”
Breve discussão com jornalista
Abel Ferreira ainda teve uma breve discussão com um jornalista durante a coletiva. O treinador não gostou da expressão “muita folga e pouco futebol” do repórter que questionava o espaçamento maior entre os jogos do Palmeiras e os resultados ruins em contraste aos bons números durante a maratona de partidas nos meses passados.
“Isso é sua opinião, você está errado ao dizer isso, ao tentar influenciar. […] A eficiência que você teve para resolver este problema [microfone falhando] era o que precisávamos. O resto é pergunta de jornalista que não tem nível para entender tudo o que se passa no mundo do futebol.”