"Não podemos vender ilusão ao torcedor brasileiro", afirma Dunga

SELEÇÃO BRASILEIRA – Presidente e vice da Confederação Brasileira de Futebol, respectivamente José Maria Marin e Marco Polo Del Nero, apresentaram oficialmente Dunga como novo técnico da Seleção Brasileira. O ex-volante campeão do mundo em 1994, nos Estados Unidos, retorna ao cargo de treinador do Brasil após quatro anos, quando foi demitido pelo então presidente Ricardo Teixeira após terminar a Copa do Mundo Fifa África do Sul em 6º lugar. A apresentação aconteceu no início da tarde de terça-feira (22), na sede da CBF.

O presidente Marin falou sobre o retorno de Dunga. “É um atleta que foi Campeão do Mundo, foi capitão de uma seleção campeã, demonstrou capacidade para dirigir a Seleção Brasileira. Ficou demonstrada através de números, não apenas por palavras, que possui todos os requisitos para dirigir novamente a Seleção. Foi uma escolha feita através da participação de todos que estão nesta mesa, numa demonstração de unidade e total integração, visando grandes conquistas no futuro. Um homem experimentado, tanto como atleta no campo, como fora dele. E todos nós nesta mesa depositamos total confiança na sua competência e capacidade de trabalho”.

A nome de Dunga foi dado como certo já na semana passada por diversos veículos de imprensa. Até o anúncio oficial desta terça, muitas pesquisas foram feitas em relação ao retorno do treinador, que deixou uma má impressão no comando verde-amarelo, mesmo sendo responsável por títulos como Copa América 2007, que aconteceu na Venezuela, e Copa das Confederações 2010, disputada na África do Sul. Em todos os resultados, o ex-capitão de 1994 e 98 não agradou o treinador brasileiro, fato que não mudou a decisão da CBF.

“A pesquisa está aí para ser derrubada. Acredito muito no torcedor brasileiro, no carinho que o torcedor tem pela Seleção Brasileira. Como falei, não sinto essa tamanha rejeição pelo o que está se falando por onde passo. Toca a nós mudarmos a opinião das pessoas. Vimos que muitas enquetes que foram colocadas, as pessoas deram um jeito de mudar essas enquetes”, iniciou.

“Minha meta é mudar a maneira das pessoas pensarem a meu respeito. Nelson Mandela tinha tudo contra e conseguiu mudar a forma das pessoas de pensar com paciência. Espero que eu possa ter 1% da paciência dele. Não penso em mim, penso na Seleção Brasileira. Se a Seleção estiver bem, eu vou estar bem, estar feliz. Tem muito sacrifício, mas a alegria e satisfação é bem maior”, concluiu sobre a rejeição.

Antes da confirmação do retorno de Dunga, a CBF já havia nomeada o ex-goleiro Gilmar Rinaldi, que vinha atuando como empresário de jogador de futebol, como coordenador de Seleções. Sua função é inédita porque, pela primeira vez, ele ficará à frente do futebol masculino e feminino. Também campeão em 94, Rinaldi foi um dos grandes motivos pelo retorno do técnico. Além deles, Alexandre Gallo, então coordenador das Categorias de Base, foi confirmado como comandante da Seleção Brasileira nos Jogos Olímpicos de 2016, que acontecem no Rio de Janeiro.

A Dunga restam os desafios da Copa América 2015, que será disputada no Chile, e as Eliminatórias da Copa do Mundo de 2018, que acontece na Rússia. Ainda em 2014, o novo/velho técnico da Seleção Brasileira já terá desafios. Os primeiros amistosos serão nos dias 5 e 9 de setembro, respectivamente contra Colômbia, no Estádio Sun Life, em Miami, e contra Equador, no Estádio MetLife, em Nova Jersey, ambos nos Estados Unidos. Já em 11 de outubro acontece o Superclássico das Américas, confronto contra a Argentina que desta vez acontece no Estádio Ninho do Pássaro, em Pequim, na China.

“Não podemos vender ilusão ao torcedor brasileiro. A Seleção Brasileira terá muitas dificuldades pela frente a começar pela Copa América, cujos adversários melhoraram muito de nível, e depois, as Eliminatórias”, disse.

Dunga também falou sobre seu retorno ao comando técnico da Seleção Brasileira. “É uma grande felicidade. Vamos trabalhar juntos com as categorias de base, com o Gallo, e a coordenação do Gilmar. A CBF está nesse planejamento há dois anos e vamos dar sequência. Não precisamos fazer dessa Copa do Mundo terra arrasada, há coisas que podem ficar. A gente viu na Copa que é importante o talento, mas o planejamento também. Como é importante o marketing, mas que o resultado dentro de campo também”, finalizou o novo/velho técnico.

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