Morre aos 98 anos, a atriz Eva Todor
Por #Santaportal em 10/12/2017 às 13:49
LUTO – A atriz Eva Todor,morreu, aos 98 anos, na manhã de hoje (10), em casa, no Rio de Janeiro. A causa da morte foi pneumonia. O velório está marcado para amanhã (11), a partir das 9h, no Teatro Municipal.
A atriz sofria de Mal de Parkinson e estava afastada da TV desde a novela “Salve Jorge”, exibida em 2012. Sua última aparição pública foi em novembro de 2014, quando recebeu uma homenagem feita por amigos artistas no Teatro Leblon.
A atriz somava mais de 80 anos de carreira. O início nos palcos foi por meio do balé, ainda na infância.
Carreira
Eva Todor, nome artístico de Eva Fodor Nolding, nasceu em Budapeste no dia 9 de novembro de 1919. Começou nos palcos ainda criança, como bailarina da Ópera Real de Budapeste. Por conta das dificuldades financeiras que a Europa enfrentava no período pós-Primeira Guerra, a família Fodor abandonou sua terra natal e emigrou para o Brasil, em 1929. No ano seguinte, Eva, com apenas onze anos, retomou carreira como bailarina, no Rio de Janeiro. Aos 10 começa a estudar dança clássica com Maria Olenewa, no Theatro Municipal.
Aos 12 anos, Eva faz um teste para o Teatro Recreio e em 1934 estreia como atriz no espetáculo “Quanto Vale uma Mulher”, de Luiz Iglesias. Permanece na companhia e acaba por se casar com Iglesias em 1936, tornando-se a primeira atriz daquela companhia de revistas. Logo seu talento para os papéis cômicos se revela, o que leva seu marido a escrever peças com personagens concebidas especialmente para sua verve. Era especialista em papéis de moças ingênuas. No ano de 1940, funda a companhia “Eva e Seus Artistas”, que estreia com “Feia”, de Paulo de Magalhães, sob a direção de Esther Leão.
Naturalizou-se brasileira na década de 1940, quando Getúlio Vargas foi ver uma peça no Theatro Municipal do Rio de Janeiro e ficou encantado. Foi ao camarim e perguntou a Eva Todor: “você quer ser naturalizada?”, o que aconteceu em seguida.
Pela companhia “Eva e Seus Artistas”, que duraria até fins da década de 1950 passaram grandes nomes da cena teatral de então, como André Villon, Jardel Jércolis, Elza Gomes e Henriette Morineau. Em 1958 ficou viúva, o que a deixou muito mal por um tempo.
No cinema, Eva estreou em “Os Dois Ladrões” (1960), produção de Carlos Manga e um dos últimos filmes de sucesso do gênero das chanchadas. Ao lado de Oscarito protagonizou uma das mais célebres passagens do cinema brasileiro, a “cena do espelho”. Em 1964 atua em “Pão, Amor e… Totobola”, de Henrique Campos. Nesse mesmo ano de 1964, casa-se pela segunda vez, com seu noivo, com quem estava há alguns anos, o diretor teatral Paulo Nolding, de quem ficou viúva em 1989, e de quem até hoje assina o sobrenome. O fato de ter ficado viúva duas vezes a abalou demais, tanto que não casou-se novamente. Apesar de ter tentado nos dois casamentos, a atriz não conseguiu ter filhos.
Mas seria na televisão que Eva Todor se tornaria mais famosa. Foram 21 trabalhos em telenovelas, minisséries e especiais. No gênero, seu papel mais marcante foi o de Kiki Blanche, na novela “Locomotivas” (1977).
Retomou a carreira cinematográfica quase 40 anos depois de seu último filme, protagonizando o delicado curta-metragem “Achados e Perdidos”, de Eduardo Albergaria, como uma mulher que recebe um carta de amor escrita para ela há mais de 50 anos. Eva Todor atua também em `Xuxa Abracadabra´, dirigido por Moacyr Góes. Seu filme mais recente foi “Meu Nome Não é Johnny”.
Em 2007, com 87 anos de idade, lançou seu livro de memórias, intitulado “O Teatro da Minha Vida”, escrito por Maria Ângela de Jesus.Um dos últimos trabalhos na TV foi na novela Caminho das Índias, onde deu vida a divertida e amorosa Dona Cidinha. A atriz ficou triste por não poder aparecer nos últimos capítulos da trama de Glória Perez, em decorrer de fortes dores no estômago devido a uma hérnia de hiato, problema de saúde que sofre desde a infância. Eva precisou ser internada e passou por uma cirurgia, de que se recuperou rapidamente.
Foi convidada para reviver a personagem Kiki Blanche na nova versão de Ti Ti Ti. Eva fez a personagem numa participação especial, que fez na novela Locomotivas, em 1977.
Estava afastada da televisão e dos palcos por conta da Doença de Parkinson, que a deixou muito limitada. Sem familiares, vivia reclusa em sua casa, cuidada por enfermeiras.