Ministro promete tirar túnel do papel e enaltece desestatização: "Construindo o futuro"

O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, compareceu à audiência pública promovida na tarde desta quinta-feira (10) pela Antaq que discute a desestatização do Porto de Santos. Durante o evento, Tarcísio valorizou a importância de a iniciativa privada assumir o comando da Autoridade Portuária e afirmou que, com o processo de desestatização, a ligação seca entre Santos e Guarujá finalmente deve sair do papel.

“Estamos conectando passado, presente e futuro. Santos não vai ser só o maior porto da América Latina, vamos transformá-lo no maior porto do hemisfério sul. A ideia é que a movimentação por ano, atualmente em cerca de 145 milhões de toneladas, chegue a 290 milhões de toneladas. Vamos dobrar a capacidade. Vamos inserir ainda mais Santos na rota do comércio internacional, isso vai trazer um maior poder de barganha e mais empregos para o Porto. Não tenho dúvidas de que Santos vai virar um modelo para o mundo”, disse Tarcísio.

O ministro aproveitou a oportunidade para criticar indiretamente o governador João Doria, que na manhã desta quinta prometeu entrar com uma ação na Justiça para começar a construir uma ponte entre Santos e Guarujá.

Para Tarcísio, o modelo da ponte não é viável para o novo momento que o Porto de Santos deverá atravessar. “Além de atravessar uma área de manobra, teríamos um problema de modelagem caso uma ponte fosse construída. Estamos preparando o Porto de Santos para receber navios cada vez maiores. Os investimentos estão sendo feitos nesse sentido”, afirmou.  

O ministro defende a construção de um túnel como a melhor alternativa para a ligação seca entre Santos e Guarujá. “Quando eu cheguei aqui (para a reunião na Associação Comercial), me mostraram recortes de jornais de 50 anos atrás falando sobre a ligação seca. Infelizmente, nunca saiu do papel. Mas, agora, vai sair. Com a desestatização, vamos fazer um túnel entre Santos e Guarujá”, garantiu.

Foto: Divulgação

Segundo Tarcísio Freitas, os investimentos que serão arrecadados com a desestatização vão permitir uma série de melhorias no Porto de Santos. “Estamos falando de R$ 30 bilhões de investimentos no Porto de Santos, que serão obviamente mais concentrados no começo da concessão. Quando juntamos os investimentos dos arrendamentos portuários e de ferrovia interna, já temos R$ 11 bilhões de investimentos antes mesmo do leilão. Não tem como analisar esse projeto e não ficar apaixonado por ele. Tudo que a gente está fazendo tem sido feito com paixão, com muita vontade de todos os envolvidos no projeto. Estamos chegando na reta final, apresentando o projeto para a sociedade. Não podemos abrir mão do futuro, da eficiência e da modernidade”, comentou.

O ministro acredita que, com esses investimentos, o Porto de Santos deve mudar de patamar nos próximos anos. “A desestatização tem como objetivo garantir mais eficiência, velocidade na tomada de decisões e uma diminuição do custo Brasil. Esse é um desafio importante, queremos ser líderes em infraestrutura na América Latina. Santos merece isso, o estado de São Paulo merece, o Brasil também merece. Temos que tratar com o maior carinho o nosso mais importante porto. Esse projeto vai construir o futuro. Santos vai sofrer uma grande transformação, dessa revolução que está nascendo aqui no dia de hoje”, finalizou.

Foto: Divulgação/SPA

Reunião na prefeitura

Em reunião com o prefeito de Santos, Rogério Santos (PSDB), o ministro da Infraestrutura apresentou o modelo de desestatização do Porto. Durante a reunião, foi mencionado o investimento de quase R$ 30 bilhões, que envolve o túnel submerso entre Santos e Guarujá, e une as zonas Leste e Noroeste da Cidade, e o viaduto da Alemoa, que deve contribuir para a expansão industrial do bairro.

A reunião entre as autoridades destacou ainda a futura elevação da capacidade portuária, passando de 150 milhões para 290 milhões de toneladas neste novo modelo. A outorga de desestatização também permitirá a revitalização da orla portuária e a criação de mais de 60 mil empregos, segundo o ministro.

“Essa reunião demonstra a nossa preocupação com projetos sustentáveis, com foco nos aspectos social, econômico e ambiental. É mais um passo importante para reforçar a relação entre o Porto e a Cidade”, disse o prefeito Rogério Santos.

O ministro, por sua vez, salientou a preocupação do governo federal em investir no maior Porto da América Latina. “Nosso encontro foi diretamente voltado para resoluções históricas, como a construção de praticamente uma via expressa da Imigrantes até o Guarujá, além de atender a questão do cais público e o terminal de passageiros. Nosso objetivo é criar empregos e não suprimir. Com tanto investimento acontecendo, o resultado não poderá ser diferente”.