Linha com cerol derruba paraglider, mata homem e deixa jovem ferida no litoral de SP

Por Santa Portal em 27/12/2022 às 06:00

Reprodução/Vade News
Reprodução/Vade News

Um homem morreu e uma jovem fraturou as duas pernas, pelo menos, ao caírem de uma altura de aproximadamente 15 metros. Eles faziam um voo duplo com um paraglider com motor, que teve cordas cortadas por uma linha de pipa com cerol. A queda aconteceu na calçada da Avenida Tomé de Souza, na orla da Praia do Indaiá, em Bertioga, por volta das 13 horas do domingo de Natal. O aparelho já estava em processo de pouso.

Dono do paraglider, o professor de Educação Física aposentado José Hélio da Rocha, de 61 anos, morava na Zona Leste de São Paulo. Ele teve a bacia atingida com a queda e sofreu forte hemorragia, sendo levado ao Hospital Municipal de Bertioga e transferido ao Hospital Santo Amaro, em Guarujá. O falecimento ocorreu na manhã desta segunda-feira (26), segundo informou o seu filho único, Gilvan Barros Rocha, de 33 anos.

Rocha era acompanhado no voo duplo pela auxiliar de produção Lorrana Fernanda Rodrigues Felipe, de 23 anos, residente em Americana, na região de Campinas. A jovem e a família passavam o Natal em Bertioga. O pai dela, Adão da Silva Felipe, de 45 anos, informou que a filha fraturou as pernas e foi submetida nesta segunda-feira a ressonância magnética para saber se também há lesões na região da bacia e nas costas.

“O resultado da ressonância só vai sair amanhã (terça-feira, 27) e ela continua no Hospital de Bertioga, pois ainda não sabemos se podemos transferi-la para outra unidade”, contou o pai. Segundo ele, a filha e um tio pagaram R$ 100,00, cada um, para realizar um passeio turístico no paraglider acompanhados do “instrutor”. O voo do tio aconteceu sem problemas, mas na vez de Lorrana houve a fatalidade.

Com exclusividade ao Santa Portal, Gilvan desabafou: “A linha chilena é altamente perigosa e matou o meu pai”. Conforme o filho de Rocha, “umas quatro cordas” do paraglider foram cortadas. O equipamento, do modelo Monster Plus 2022, foi apreendido pelo delegado Fabiano Versoza, da Delegacia de Bertioga, e será periciado. A pessoa que estaria empinando pipa com cerol na praia não foi identificada.

A Lei Municipal nº 270, publicada em 22 de abril de 1998, “proíbe o uso de material cortante – conhecido como cerol – nas linhas das chamadas pipas, empinadas como atividade de lazer em Bertioga, e dá outras providências”. Conforme a legislação, cabe à Guarda Municipal a fiscalização e apreensão do material utilizado de forma indevida, notificando o responsável.

Também é proibido pela lei, sob pena de multa, a venda de cerol pelos estabelecimentos e comércio ambulante. Em caso de reincidência, a multa será aplicada em dobro e, na hipótese de nova incidência, será cassado o alvará de funcionamento ou a licença para ambulante. A legislação define cerol como a mistura de cola com vidro moído ou qualquer outro produto cortante com a finalidade de se passar na linha das pipas. (EF)

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