23/03/2021

Kaique Rocha e Team Vikings, uma paixão que virou negócio

Por Laura Mattos/Folha Press em 23/03/2021 às 22:55

E-SPORTS – Antigamente, a maioria das crianças sonhava jogar futebol profissionalmente, mas o avanço das tecnologias e a criação de diversas plataformas de mídias sociais fez com que um outro sonho ganhasse relevância: os E-Sports, ou esportes eletrônicos.

O ex-zagueiro do Santos, Kaique Rocha, se considera duplamente sortudo. Atualmente ele defende o Sampdoria, da Itália, mas também é co-fundador do Team Vikings.

A organização, fundada em 2019, atua principalmente com o game Valorant, com equipe feminina e masculina, além de ter um trio para a disputa de campeonatos no Fortnite. A equipe vem colhendo frutos de intensos treinamentos na gaming house , localizada na  cidade de São Paulo. No último dia 14, o time formado por Igor “Seeyun”, Carlos “CaduFN” e Bryan “KINGBR” conquistou o título da Fortnite Champion Series – Capítulo 2: Temporada 5.

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Confira a entrevista com o jogador e empresário:

Kaique, como era conciliar os treinamentos no Santos com o hobby de jogar? Algum jogador daquela época de Vila Belmiro ainda joga contigo?

Kaique Rocha – Era tranquilo, pois sempre gostei de jogar. Então, se eu treinava de manhã, e tinha um tempo livre à tarde, eu jogava. De vez em quando jogo Fortnite com o Rodrygo (Real Madrid/ESP), mas nem sempre é possível. Eu jogava muito com o Yuri Alberto (Internacional) e com o Lucas Lourenço.

Qual foi seu primeiro contato com os games? Algum jogo que marcou sua infância?

Kaique Rocha – Meu primeiro contato foi pelo Playstation 1, com os jogos de futebol, é claro. Gostava de jogar com os times europeus também. Na época fui adepto do Bomba Pach (risos). Depois fui para o Playstation 2 e hoje sou usuário de PC.

E atualmente? Se dedica mais ao Valorant devido à sua função de fundador em uma equipe ou também se aventura em outros jogos?

Kaique Rocha – O primeiro jogo do Team Vikings foi o Fortnite. Então, até hoje gosto muito. Mas no tempo livre e nas lives que faço, estou focado no Valorant, até mesmo para me conectar melhor com a base de fãs das equipes.

Como foi o processo de criação da Team Vikings?

Kaique Rocha – Veio da paixão por jogar. Eu e o João Pedro (atacante do Watford/ING e ex-Fluminense) nos conhecemos na seleção brasileira de base e tínhamos gostos parecidos nos games.

Passamos muito tempo jogando Fortnite e vimos que era possível unir forças para montar um time com a nossa cara, com o nosso estilo e com uma presença jovem. Mesmo eu morando na Itália e ele na Inglaterra, conseguimos estruturar uma equipe muito forte no Brasil. Nosso negócio é 100% profissional, mas, assim como o futebol, nasceu da paixão. É muito mais prazeroso investir no que você gosta e acompanha.

A pandemia atrapalhou ou acelerou as atividades da organização?

Kaique Rocha – Infelizmente, é um período muito crítico para o mundo. Vivi isso de perto na Itália e também acompanho meus familiares e amigos no Brasil, que vão me atualizando do país diariamente. É muito triste.

Mas no caso dos eSports eu acho que o mercado se movimentou bastante.

O lançamento do Valorant aconteceu nesse período e avançamos muito em aprimorar a nossa equipe. Tivemos uma nova formação de line e agora temos uma gaming house montada. Foi um avanço histórico para o Team Vikings, tivemos nosso primeiro título.

Quais os projetos futuros para o Vikings? Podemos esperar um contra com o Santos?

Kaique Rocha – Queremos nos estruturar muito mais e chegar no status de ser a maior organização do Brasil. Primeiro, queremos nos consolidar no cenário de Valorant. Mas temos pés no chão para dar cada passo no momento certo. Hoje temos uma line com nomes muito importantes do cenário, como Sacy, Saadhak, que veio da Argentina, Frz, Sutecas e GTN.

Quais conselhos daria para as futuras promessas?

Kaique Rocha – Investir em e-sports é muito promissor, realmente, mas toda decisão tem que ser tomada com o maior nível de embasamento possível. Procure os melhores profissionais de todos os segmentos, de gestão, de finanças, jurídico, técnico. Tudo precisa ser feito por profissionais. Não se pode confundir a vontade de jogar ou de ter um time com gerir uma organização que envolve pessoas e trabalhos muito sérios.

E o que escolhe: futebol ou videogame? Porquê?

Kaique Rocha – Risos. Não tem como escolher. Futebol foi a minha primeira paixão. É o meu trabalho e é o que pretendo fazer por muitos e muitos anos.

Os games chegaram bem cedo na minha vida também. Hoje tenho como um negócio e investimento, mas mantenho com muito profissionalismo. Por lazer eu também jogo, claro, mas só no tempo livre. Então, tento separar bem para dar conta de tudo e para tudo sair bem feito.

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