Jovem santista com câncer pede ajuda para fazer tratamento nos Estados Unidos

Por Marcela Ferreira em 09/06/2022 às 08:30

Arquivo pessoal
Arquivo pessoal

A jovem santista Júlia Paiva, de 23 anos, foi diagnosticada com um câncer em setembro de 2021, e desde então, tem lutado contra a doença. Ela foi submetida a diversos tipos de quimioterapia a fim de tentar reduzir o tumor, mas em pouco tempo, ele voltou a crescer. Pesquisando sobre suas alternativas, ela encontrou um tratamento que pode salvar sua vida, mas que ainda não chegou ao Brasil. Por isso, ela pede ajuda para conseguir o valor necessário para tratar o câncer nos Estados Unidos.

Determinada a conseguir os 400 mil dólares que precisa para fazer o tratamento específico para o “linfoma não-hodgkin de grandes células B primário do mediastino”, ela agora conta com a ajuda das redes sociais e tenta chamar a atenção de celebridades e empresários que possam abrir caminhos para que ela possa ter mais uma chance.

“No meio do ano passado, eu comecei a ter sintomas, muita tosse, fiquei inchada e foram várias idas e vindas no pronto-socorro até que uma médica falou assim ‘Nossa, isso que ela está tendo de inchaço é a síndrome da veia cava’, e quando fui fazer tomografia, apareceu uma massa. Fiz biópsia e deu que era linfoma. Logo após isso, eu comecei a fazer quimioterapia. Comecei respondendo bem à quimioterapia, alguns dos meus sintomas quase desapareceram na primeira quimio, e a gente achou que estava tudo bem”, relata Júlia.

Apesar da resposta inicial ter sido boa, logo o problema voltou. “Em janeiro, meus sintomas começaram a voltar, comecei a tossir novamente, e quando eu repeti o exame do câncer, o tumor tinha crescido. Ele estava grande, já estava com mais de dez centímetros, e eu tive que fazer outra quimioterapia, que não deu resultado. Logo depois dessa, eu fiz uma que se chama R-Dhap, que é a ‘quimioterapia de resgate’, que é bem forte. Não deu resultado nenhum, pelo contrário, aumentou meu tumor, e foi por isso que eu fui parar no hospital”.

Sem conseguir respirar, a jovem precisou ser hospitalizada. “Não conseguia respirar, não conseguia engolir. Tive síndrome da veia cava novamente, estou inchada, e por conta disso o tumor está pressionando, decidiram fazer radioterapia de emergência para descomprimir as veias e dar uma aliviada. Só que meu tumor não é pra ser tratado com radioterapia, ele é pra ser tratado com quimioterapia. Mas meu corpo não responde a nenhuma quimio que eu faço”, explica.

“A gente sabe que existe um tratamento fora do Brasil que resolveria o meu problema, só que o valor dele é 400 mil dólares, que equivale a R$ 2 milhões. Meu médico fala desse tratamento já há algum tempo, só que no momento é inviável. Por isso a gente está fazendo essa vaquinha”, diz.

Uma chance para a cura

A possível solução para mudar a realidade que Júlia está enfrentando é a imunoterapia chamada CAR-T Cells. Essa terapia é uma das grandes novidades no tratamento para cânceres hematológicos, entre eles, leucemias e linfomas.

Esse tipo de tratamento foi, inclusive, um dos temas da segunda Conferência Magna do Next Frontiers to Cure Cancer: Fatores que Governam os Desfechos da Imunoterapia com Células CAR-T. Um painel foi protagonizado pelo Dr. Cameron Turtle, do Fred Hutchinson Cancer Research Center, de Seattle.

Essa terapia consiste na utilização de células do paciente, e não medicamentos sintéticos. As células de defesa do organismo são extraídas do paciente e moldadas em laboratório para combaterem o próprio tumor. Depois, elas são infundidas de volta no paciente, e “reprogramam” as células do paciente contra a doença. As informações são do Hospital A. C. Camargo Cancer Center.

Agora, Júlia Paiva espera conseguir dinheiro suficiente para viajar e conseguir realizar o tratamento que é novo e indicado para este tipo de câncer. “Esse tratamento é feito nos Estados Unidos e também na Europa, na Espanha e em Portugal. Estou tentando arrecadar esse dinheiro fazendo campanhas. A minha irmã está indo em shows, tentando arremessar camisetas para os famosos, a gente fez um Instagram, panfletos, tem gente que vai fazer feijoada beneficente, design de cílios, festa junina, e vamos ter distribuição de panfletos no semáforo”.

Desde que recebeu o diagnóstico, a vida de Júlia mudou completamente. Após perceber que nenhum tratamento estava funcionando, a vida da jovem e da família se voltou integralmente para buscar uma solução.

“Minha vida depois do diagnóstico virou de cabeça para baixo, porque foi um susto. Eu sabia que eu estava com câncer e, por não responder a nada, a gente vai ficando muito mal, muito triste. Cada vez que a gente tentava um protocolo diferente de quimioterapia e não melhorava em nada, a gente acabava se frustrando mais. Não só eu como a minha família também, todo mundo não consegue ter paz por causa disso”, finaliza.

Para ajudar a Júlia, é possível entrar em contato pelo perfil no Instagram @ajudejuliapaiva e fazer doações via PIX.

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