Jogadores do Ceará reclamam de gritos ofensivos de torcedores do Santos; clube irá apurar

Por #Santaportal em 18/10/2019 às 11:06

SANTOS FC – No campo, o Santos venceu o Ceará ontem por 2 a 1 pelo Brasileirão. No entanto, acusações de racismo e xenofobia contra os jogadores do clube de Fortaleza acabaram tomando conta do noticiário.

Pouco antes do apito final, torcedores teriam se referido aos jogadores do banco de reservas e ao meia Fabinho com termos dessa natureza. O meia Thiago Galhardo protestou, em entrevita ao canal Esporte Interativo.

“Acho que que eles vêm ver o espetáculo, espetáculo bonito, parabéns pela vitória do Santos… Mas o cara querer menosprezar o Fabinho, menosprezar a mim, fazer ato racismo para ele, chamar de negão e vagabundo. O futebol perde a essência, o brasileiro tem que se controlar mais. O cara beber, xingar a gente… Acho que ele tinha que estudar mais, conhecer a Geografia do Brasil. Falar que o Ceará joga no Norte… Ou eu não entendo muito, acho que estudei de sacanagem”, revelou.

Nortista é um termo usado em outros tempos – e muitas vezes de maneira pejorativa – por quem morava no Sudeste para designar os que vinham de estados do Nordeste. A localização no mapa da região Nordeste em relação ao Sudeste – ou seja, acima, ao Norte – é que determinava essa nomenclatura.

Outro registro feito poir Aline Nastari, repórter da emissora, reforçou a declaração de Galhardo. “A situação para os jogadores do Ceará no banco de reservas está bem complicada. A gente sabe que a pressão aqui é grande, mas tem uns torcedores que de certa forma até perderam a mão de forma preconceituosa. Preconceito até racista nas coisas que gritaram”, disse.

Logo depois do jogo, o técnico Jorge Sampaoli se espantou com o ocorrido, quando informado pela imprensa na entrevista coletiva. “Isso me surpreende. Se você me diz, creio que não seja um tema de racismo, mas de decisões momentâneas, casuais. Somos todos iguais, não é a cor. Se formos pela cor, os mais talentosos da história são negros. Talento vem desse lugar. Tenho um grande respeito e o que você me diz que mude e que todos tenham a mesma oportunidade. É um país livre e igualitário. Seria horrível que existisse racismo”

O atacante Eduardo Sasha, em coletiva na manhã de hoje, condenou o episódio e pediu providências. “É triste a gente ouvir esse tipo de coisa. Os clubes estão isentos disso, não tem como controlar. Tenho certeza que o clube vai identificar quem fez isso, que não tem palavras. Que tenha punição para que não entre em estádios”.

Clube repudia
Via nota oficial, o Santos se manifestou a respeito do caso:

“Qualquer ato de preconceito e xenofobia é absolutamente repugnante e inaceitável. Diante dos relatos passados por alguns veículos de comunicação, o Clube está investigando e irá tomar as providências cabíveis frente a quaisquer casos dessa natureza.

O repúdio absoluto a atos de discriminação faz parte da identidade do Santos Futebol Clube”

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