Jabaquara vive crise com eleição anulada e espera definição do calendário da Segundona

FUTEBOL – O Jabaquara começa o ano com uma série de indefinições. Dentro de campo, a Federação Paulista de Futebol não definiu ainda o calendário do Campeonato Paulista da Segunda Divisão. Fora de campo, o Leão da Caneleira vive um imbróglio, com a anulação das eleições para a presidência do clube.

Ricardo Gonçalves da Silva, o Cacá, foi eleito na disputa para ser o presidente do Jabuca pelos próximos dois anos. Porém, a oposição alega que houve erro na formação das chapas – Adelino Rodrigues, atual mandatário, concorreu como vice – e que o número de associados aptos a votar seria menor do que aqueles que compareceram às urnas no dia do pleito.

“Estamos esperando mandarem documentos que fizeram da reunião do Conselho, para decidir o que fazer. Eles querem fazer uma nova eleição, mas precisamos de novos documentos para isso. O presidente do Conselho precisa disso para decidir o que fazer. Eles querem acabar com a democracia. Perderam. Eles querem fazer o que? Novas eleições até eles ganharem uma?”, desabafou Adelino, que por enquanto segue na presidência, em entrevista ao #Santaportal.

O ainda presidente do Jabuca pede que haja uma definição o quanto antes desse imbróglio, para que o clube não seja prejudicado. “Estamos só mantendo o patrimônio direito. Demos uma estruturada, organizamos o clube, principalmente a parte do patrimônio. Eles perderam a eleição e querem fazer uma manobra no Conselho, na Justiça. Alegaram que eu não podia ser vice. Não pode, ok. Eu entrego (o cargo), para mim não tem problema nenhum. Se o juiz achar que eles têm razão, tudo bem. Também podemos apelar da decisão. Mas acho que nesse momento, acima de tudo, todos precisam pensar no bem do Jabaquara”, disse.

Adelino Rodrigues garante que a sua intenção é sair do dia-a-dia do Jabaquara. “Fico preso em muitas coisas, quero sossego. Queria ajudar o Cacá, sendo vice, contribuindo com a minha experiência, mas um pouco mais de longe. Eu tive dois mandatos, sei que eu não posso ser eleito novamente à presidência. Isso está no estatuto. Mas sou candidato a vice na chapa, não para presidente. Ouvi algumas pessoas dizerem: ‘ele faz isso para quando sair o presidente eleito, ao final do mandato, ele assume de novo’. Isso não existe. Não sou criança, não sou moleque”, disparou.

Enquanto a situação política não se resolve, o Leão da Caneleira também não sabe como será o seu calendário desse ano. Isso porque, o mais provável é que a Segundona fique para o segundo semestre, entre o final de julho ou começo de agosto. A final do torneio deverá acontecer no mês de outubro.

No entanto, reuniões ainda serão realizadas pela Federação Paulista para definir o número de participantes da edição desse ano. O próximo encontro deve ocorrer na segunda quinzena de março.

Preocupado, Adelino conta que as indefinições atrapalham o planejamento do departamento de futebol e, por essa razão, está tudo paralisado. “Estávamos contratando jogadores, alguns reforços já estavam treinando. Trouxemos o Lelo de volta para ser o técnico. Mas, com essa situação (das eleições) e sem uma definição da Federação, tivemos que mandar todo mundo embora. Estamos sem perspectiva no momento”, afirmou.

Por fim, o dirigente lembrou que, em função da pandemia, a arrecadação dos times das divisões inferiores do futebol paulista também sofreu um baque considerável nos últimos meses. “Os clubes estão passando por uma série de dificuldades na pandemia. Não tem como participar de campeonato com uma série de impeditivos para arrecadar dinheiro para se manter. Estamos tentando nos manter como podemos, reorganizando algumas coisas como o aluguel do campo society para pessoas e empresas interessadas. O clube vai precisar buscar outras soluções quando essas definições (política e esportiva) acontecerem, para que o Jabaquara possa se preparar e fazer um bom campeonato”, concluiu Adelino Rodrigues.

Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal